VERNEUNUNGFILIA | Slava

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Miracle CW


Ando em uma floresta sem fim, árvores altas como lanças penetram o vazio sólido do céu de noite estrelada de pontos onipresentes, rasgando o espaço e a emoção que se juntam em um só para forma minha sina. Ando sem rumo e certeza, nos caminhos sem volta que cercam o ser. Vejo uma pequena ruína, altas paredes de matéria decadente e perdido no tempo, em formato retangular, ruinas em decadência se colocam diante dessa noite. Andando entre elas, percebo sua maneira arcaica e longínqua que se fazem presente naquele lugar. Uma grande fachada de cátedra se mantém diante dos meus olhos. Alta, com o topo de fachada circular com vitral de cores azul, lilás e amarelo fraco, ela se mostrava ali, inóspita. Só a fúria de Boreas fazia tremer e balançar os pinos de leste a oeste, refutando sua outrora gloria. Eu permanecia ali, refém daquilo tudo. Ruinas do pesar que me mantem em cárcere, torturam meus olhos e mente sem aviso.


Sento no chão em prantos, mera ilusão e recaída de conforto sem fim me abate, o instinto se foi dando lugar ao vazio sem medo. Ao recobrar a consciência do desvaneio, me levanto e ando. Em direção a floresta, caminhando e correndo sem ver a guarda. Confusões da mente se passa, em meio a noite sem fim, a passagem para o outro lado da floresta se mantém intacta apesar dos balancei-os de minhas emoções.


Minha aflição me leva a uma ponte de pedra bem posicionada em um córrego cinza e silencioso entre o velório no balançar das árvores, ao passar para ponte velha me lembro dos fantasmas que perturba minha vida, sem fim e início. Sento na beira da ponte indeciso. Observo minha situação presente. No remexer de minha mandíbula e pálpebra, percebo que tudo é um fato individual de mim mesmo. Ao tentar olhar o outro lado do córrego, percebo que na ausência de luz, havia algo antinatural.


Alguns pontos incomuns estavam se deslocando no espaço vazio, vi que de maneira gradual eles estavam deslocando para a minha direção oposta, outro lado da ponte. Conforme eles vinha, foram gradualmente se tonando um só. Ao estar completando perto de mim, percebi com horror que forma toma. O que estava diante de mim, era uma coisa pavorosa e horrenda, era um mostro, pensei! Mas logo, com os ânimos em sintonia e sem deixar levar por emoções primitivas, vi que era uma espécie de salamandra gigante, albina em sua cor.


Por um momento, meu coração poderia descansar um segundo. Infelizmente, eu estava enganado. A salamandra começou a se contorcer, a boca dela começava a ficar larga e se recolher para trás como uma casca de banana. Aquela cena horrenda tinha a minha espera um pavoroso final. Da boca da criatura, eu vi um rosto, um rosto carnudo de um homem. Parecia ter sido queimado explicando seu estado nojento e atroz. Seus dentes eram podres de amarelos brilhantes pela luz das estrelas. Aquela aberração tinha um sorriso largo e degradante. Nojento de se ver, aquela besta me encarava sem opinião.


Meu coração batia forte sem hesitar, no primeiro piscar, olhei rapidamente para a floresta a minha frente. Estava com medo de dar um passo em falso na trilha detrás de mim. Aquela coisa parecia estar rindo da minha cara. Senti um ódio imenso dela, mas ao mesmo tempo eu sentia medo e aflição. Sem escolha, eu tive que pensar rápido antes que os passos lentos dela chegassem um palmo perto de mim. Me virei rapidamente correndo para o desconhecido, enquanto eu movimentava sem pestanejar e cessar prévio. Consegui ouvir aquela desgraça gritar como um animal perto do matadouro, pronto para sua derrocada final. Os gritos de raiva e ódio só não se equivalia a velocidade da criatura. O preconceito inicial foi refutado pela velocidade incrível da besta. Ela parecia mais perto, não importa o quanto eu tenta-se, ela parecia mais perto.


Até que em determinada hora, senti uma dor indescritível que me fez desiquilibrar, aquela coisa havia pegado meu pé. Escorreguei jogando meu rosto na terra e revirando pela mata adentro. Quando recuperei meu ser. Percebi que ele estava cansando, mas sua ferocidade não se abalou em nenhum momento. Eu tinha que fazer algo antes que aquele diabo me matasse. Tinha que me proteger usando qualquer coisa. Pedaços de pau ou pedras poderiam ser inúteis naquela situação. Foi ai que como um gatuno a besta pulou em cima de mim, acabando de acertar minha caixa toráxica, ela rasga como um cão raivoso, até que determinando momento, ela cessa seu ataque e recua. Ela acabara de rasgar um vidro de água que estava em meu bolso.


A criatura lentamente retorna com reprovação e medo se contorcendo em dor. Ai estava a chave! Água! Todavia, havia sobrado pouca para me dar o luxo de vencer meu opressor. Tive que ser astuto. A cabeça estava se desmanchando mesmo que pouco, e não apresentavam regeneração de nenhum tecido. Foi aí que como um raio, decidi jogar o resto em um dos olhos. A besta recuou ainda mais em reprovação, a água poderia ter acabado, mas minha deixa da escapada estava ali na minha frente. Enquanto a lamuria dele iniciava, eu corri como nunca. Corri em direção a floresta sem ver a minha frente e escutando os gritos e gemidos de dor daquela coisa. Sem percebe, para meu lamento, acabei caindo em um barranco e rolando para baixo.


Sujo e esfarrapado, eu me levantei tonto após a queda, entretanto eu poderia gozar do momento de alegria de ter me livrado daquela coisa nojenta. Comecei a andar sem rumo novamente, tendo minha única companhia sendo a noite sem término. Para meu espanto, estava longe de acabar. Não deu muito tempo para andar, eu acabei encontrando algo interessante. Uma grande fachada de hospital em minha frente. Era mais uma das surpresas dessa floresta. Um prédio comum de hospital se prostava diante de mim, o mais curioso é que ele ficava dentro de uma grande rocha. Aquilo foi uma surpresa, mas dado a que eu vivi anteriormente não poderia ser uma coisa tão fantasiosa quanto as outras.


Adentrei o prédio e o que eu acabo de ver nada mais era que um corredor que levava para uma porta dupla a minha frente, uma porta a esquerda, uma a direita em um desvio na frente. A porta em minha esquerda era um banheiro masculino bem cuidado, limpo e com aroma de produtos de limpeza, decidi me olhar no espelho, foi aí que encontrei meu erro. Quando eu fui olhar a pia para me lavar, eu vi o pedaço de um pé ensanguentado dentro dele. Cai para trás no susto. Logo Decidi ver se era uma ilusão ou algo do tipo, esfreguei os olhos bem rápido para um bom efeito. Ao retornar à pia, lá estava o pé, escorrendo sangue. Eu senti uma vontade imensa de vomitar. Que só foi contida pelo que vinha a seguir.


Dentro da ferida do corte, começaram a surgir pequenos seres de cor cinza que lembrava fantasminhas em miniatura. Aquelas coisas surgiram ao monte ao redor da ferida. Em pequeno e menor tamanho, aquelas coisas estavam fazendo um pequeno ruido como se fosse um grito em ecos de caverna, suas bocas mostravam medo e pavor. Aquelas criaturinhas balançavam seus braços para todos os lados como se estivessem tentando agarrar algo. Percebi mais atento que eles pareciam que tinha costura em volta de si. Como se tivessem sido costurados por uma máquina. Eu decidi por mim mesmo que não eram uma ameaça e sai do banheiro em direção a porta do meio, a porta do lado direito estava trancada, o que me restava era a porta dupla do meio.


Ao chegar lá me deparo com um ambiente louco. As paredes estavam podres de desgastadas como se houvesse uma infiltração nela em conluio da tinta descascando cinzenta. O chão era podre de sujeiras nas extremidades e lados, dentro dos riscos e fora. Mas o mais chocante e assombroso, eram os manequins ao redor. Ao todo, eram cinco manequins. Dois da esquerda, três na direita e um no meio. Estavam marrons e de pele parda. Apesar de eu não saber explicar o motivo. Eu não podia ficar ali de maneira alguma, decidi sair devagar. Mas pelo que me constava, não passei despercebido por eles.


Ao me virar, escutei o barulho de algo se movendo, meu coração saltava nas possibilidades disso. Ao virar eu conseguir ver com meus pobres olhos, a loucura, os manequins estavam me encarando com aqueles olhos de plástico vazio. Não demorou muito para eles apontarem o dedo para mim, em um piscar das lâmpadas, toda a luz havia sumido. Eu gritei, gritei e me virei o mais rápido para correr. Até que quando cheguei no corredor, eu vi partes de carne no chão jogadas, carnes e ossos. Mas quando a luz havia se apagado de novo, e retornando, a carne e osso do chão começaram a se juntar as partes metálicas que caiam do teto. Como se fosse sugada para o meio, elas se juntaram e formaram um ser, uma coisa nova... em meio a simbiose desses objetos peculiares, um redemoinho se formou, trazendo um novo ser. Aquela coisa tinha meu rosto, era a única parte visualmente humana, o resto era um amontoado de carne podre e tecido muscular exposto. As partes metálicas eram os pés com pregos de vigas, os braços com correntes de cadeado, Mão direita com parafusos pelo braço e o peito com chapa de metal.


Ilustrativo

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Aquela coisa me encarou nos olhos, era como olhar pelo espelho da vida e alma. Eu não queria cometer o mesmo erro de antes, sai correndo à direita para me salvar, enquanto eu andava percebia que o chão ao me redor se esvaziava dando um fim como pó. O mostro de metal permanecia atrás de mim, eu sabia pelo barulho das correntes no chão. Quando eu fugi pelas escadas, me deparei com um retorno sem fim enquanto a busca de salvação não tinha fim.


Até que em determinado momento eu hesitei em continuar correndo para um beco sem saída. Ao parar para descansa um breve momento, eu senti que as escadas estavam moles e bambas, balançando para um lado e para o outro, até que como elástico, me jogou para cima, o que fez eu bater na anterior. Para minha desgraça, as escadas estavam se tornando como borracha derretida, elas começaram a me consumir sem aviso, eu gritava por socorro em vão. Pedindo por socorro e ajuda aos céus. Até que.... a escuridão tomou conta. Eu não sentia mais nada, apenas um vazio niilista e desespero homeriano que tomava de assalto minha alma e ser.


Eu abri meus olhos, e me deparei com uma porta. Uma porta de sala de necropsia. Eu apenas abri e entrei no necrotério, comtemplando as macas sem cadáveres e as gavetas de silêncio. Pela primeira vez, eu senti uma paz, uma paz interna que jazia dentro de mim naquele momento. Feita para a eternidade e ad eternum, enquanto eu caminhava pela sala eu respirava aquele ar puro que nenhuma planta podia produzir, que nenhum céu podia testemunhar de nenhuma forma, o silêncio do descanso invadiu meus ouvidos violados. E ao chegar na gaveta que estava escrito “UM SONHO”, eu senti aquele barulhinho dos fantasmas do pé.


Tentei encontrá-lo pela sala, mas sem hesito. Eu olhei pelo reflexo da gaveta e descobri aquela verdade, eles estavam em meu corpo, onipresente, em todos os lugares. Realizando uma opera calma e sem fim que estava em total sincronia. Um barulho de porta aberta penetrou a sala, ao olhar pela porta eu vejo o mostro de antes, parado, sem ação com a cabeça abaixada. Demorou cerca de dez segundos para ele levantar e realizar um ato qualquer. Ele levantou lentamente a cabeça e olhou para mim, apontado o dedo para a gaveta.


Eu olhei para ela, e senti uma vontade animalesca e inexplicável de abrir, ao fazer o que ele havia pedido. Eu vi o começo e o fim dentro dela, o norte e o Leste. A paz e a incerteza invadiram meu ser. Até que uma lagrima de tristeza desbravou meu rosto até o queixo. As almas penadas saíram da minha gaveta e me puxaram. Quase que instantaneamente, ela se fechou. O mostro desapareceu da porta, as luzes da necropsia apagaram. E para sempre eu estarei assim, sem saber de minha sina tomado e invadido pela incerteza da alma, a escuridão tomou as varges de tristeza, dando fim ao sofrimento do pecador imundo e abandonada. Agora marcado, para o esquecimento eterno















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