Sobre o uso do Telegram como ferramenta auxiliar na organização dos protestos de Hong Kong

Sobre o uso do Telegram como ferramenta auxiliar na organização dos protestos de Hong Kong

Juliano


Todos temos acompanhado nos noticiários os protestos que têm ocorrido nas últimas semanas em Hong Kong. Informações apontam que mais de dois milhões de pessoas tomaram as ruas neste período para expressar oposição a uma controversa lei de extradição.

Segundo os organizadores dos protestos, existem centenas de grupos e canais no Telegram utilizados para reunir os apoiadores dos protestos.

Alguns grupos e canais têm até 70.000 membros ativos, representando cerca de 1% da população total de Hong Kong. Muitos fornecem atualizações e relatórios em primeira mão relacionados aos protestos, enquanto outros atuam no alerta das movimentações realizadas pela polícia, avisando os manifestantes de atividades das autoridades nas proximidades.

Existem ainda grupos menores, formados por advogados, socorristas e médicos. Eles fornecem aconselhamento jurídico e captam suprimentos para os manifestantes nas linhas de frente.

Segundo os manifestantes, a coordenação on-line de protestos oferece uma maneira conveniente e instantânea de divulgar informações. Os grupos e canais também permitem que os participantes votem - em tempo real - para decidir os próximos movimentos.

Enquete realizada em um grupo privado no Telegram apontou que 61% dos participantes preferiram retornar para casa a noite, enquanto 39% era a favor de continuar os protestos em frente à sede da polícia.

Na noite de 21 de junho, cerca de 4.000 manifestantes votaram em um grupo do Telegram para determinar se a multidão voltaria para casa à noite ou se continuaria o protesto do lado de fora da sede da polícia de Hong Kong. Apenas 39% votaram para levar os protestos à sede da polícia.

Os organizadores acreditam que a tomada de decisões por meio de votações secretas em grupos privados poderiam proteger os indivíduos das acusações das autoridades. Eles argumentam que os administradores dos grupos não têm filiação a partidos políticos e não têm controle sobre o que os membros postam em seus grupos.


Com isso fica bastante clara a provável motivação por trás do ataque DDoS desferido aos servidores do Telegram no dia 12 de junho de 2019.

Leia o artigo original aqui.

Texto traduzido e adaptado pela equipe @DicasTelegram!

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