Zenão de Eléia

Zenão de Eléia

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Zenão de Eléia foi um pensador grego que viveu por volta de 450 a.C. Concordava com Parmênides sobre a teoria que afirmava ser o movimento uma ilusão dos sentidos. Uma contribuição relevante de Zenão de Eléia está no fato deste ser considerado o primeiro pensador que usou uma técnica argumentativa conhecida como “Reductio ad absurdum” ou redução ao absurdo. A técnica consiste em apontar para as consequências inaceitáveis (absurdas) de uma afirmação.

Para defender que tudo era imutável, Zenão escreveu uma quantidade de exemplos buscando mostrar que as afirmações sobre um mundo em movimento constante teriam como resultado consequências absurdas. Demonstrando assim, Segundo Zenão, que um mundo imutável, uniforme e simples, era a melhor teoria.

Basicamente Zanão partiu das afirmações de seus oponentes e buscou mostrar que dessas afirmações ocorriam consequências contraditórias, absurdas. Essa é uma técnica argumentativa bem conhecida nos dias de hoje.

Na perspectiva de Zenão, para ocorrer um movimento, conforme afirmavam seus oponentes, seria necessário uma divisão. Precisamos de um dado instante no tempo, depois de outro, mais outro e assim por diante. Nesse sentido, todo movimento é também uma divisão. Se tudo se move constantemente, então como consequência, todas as coisas estão necessariamente se dividindo sem parar, ao infinito. Para demonstrar o absurdo da afirmação, onde tudo se move, Zenão cita como exemplo o que deveria ocorrer numa corrida entre Aquiles e uma tartaruga.

Se tudo está em constante divisão (movimento) Aquiles jamais alcançará a tartaruga. Já que ao dar o primeiro passo a tartaruga já se moveu e Aquiles terá de passar pela primeira posição, depois pela metade dessa posição, depois pela metade da metade dessa posição e assim por diante. Nisso a tartaruga se moveu novamente e sempre estará em vantagem em relação aos passos de Aquiles. Nesse sentido, para Zenão, é um absurdo afirmar que tudo está em constante movimento, já que as corridas não poderiam funcionar.

A questão que Zenão chama atenção é que não dá para ficar dividindo ao infinito, necessariamente em algum momento algo precisa ser indivisível, imóvel. É essa perspectiva apresentada por Zenão que vai influenciar os pensadores Demócrito e Leucipo na teoria da existência do átomo.

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