Vereadora petista de Campinas (SP) denuncia perseguição após abertura de processo que pode levar a cassação

Vereadora petista de Campinas (SP) denuncia perseguição após abertura de processo que pode levar a cassação

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A vereadora de Campinas (SP) Paolla Miguel (PT) afirma estar sendo atacada e perseguida por setores extremistas e conservadores da Câmara Municipal da cidade depois da abertura de uma Comissão Processante (CP), expediente interno que pode propor a cassação do mandato da parlamentar.

A CP foi aberta depois que viralizaram imagens da festa "Bicuda", evento realizado no distrito campineiro de Barão Geraldo, com autorização da prefeitura da cidade, no último domingo (14). Vídeos que circularam nas redes sociais mostram uma performance com simulação de sexo oral. O mandato de Paolla Miguel destinou verba para realização do evento.

A vereadora afirmou que a apresentação em questão foi "inadequada", e que, caso soubesse previamente sobre o conteúdo, teria aconselhado o poder público a dialogar com a produção do evento para que a performance não acontecesse.

"Sinto que uma armadilha foi colocada contra nosso mandato para que a extrema direita tivesse a fagulha necessária para atacarem nossa reputação, que até aqui tem sido de trabalho pelo povo", afirmou Paolla Miguel. "Não participamos de tratativas sobre artistas, nem sobre conteúdo da apresentação", complementou.

O evento é realizado desde 2018 na cidade, e recebe artistas "com intuito de reconhecer, valorizar e expandir a cultura LGBTQIAPN+", conforme destacaram os organizadores em nota oficial. A organização disse, ainda, que em respeito à liberdade artística, não solicita informações prévias sobre o conteúdo de cada apresentação, mas que pediu aos artistas que interrompessem a performance no momento em que a "conduta considerada inadequada" foi percebida.

"Por se tratar de uma apresentação em espaço com acesso aberto ao público deveríamos ter nos atentado para a possibilidade de conteúdos inadequados para a faixa etária de crianças e adolescentes", reconheceram, destacando que a performance durou cerca de dois minutos, enquanto o evento como um todo teve oito horas.

Perseguição

Paolla Miguel garante que está tranquila diante da abertura da Comissão Processante, mas em discurso no plenário da Câmara Municipal na última quarta-feira (17), reiterou o sentimento de que está sendo perseguida por parlamentares conservadores.

"Cá estamos mais uma vez para dizer a essa casa que uma mulher preta, dirigente do Partido dos Trabalhadores, LGBT, engenheira, formada com esforço pela dona Neli, que é minha mãe não vai arredar o pé. Eu não vou abaixar a cabeça, eu não vou sucumbir à extrema direita e não tenho medo do golpismo", afirmou, emocionada.

Edição: Thalita Pires

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