Um guia para os conservadores?

Para quem acha que eu não conheço a obra de Olavo de Carvalho:

Só acompanho há 20 anos.

Livros que li:

1. A nova era e a revolução cultural
2. Aristóteles em nova perspectiva
3. Como vencer um debate sem ter razão
4. Maquiavel ou a confusão demoníaca
5. O imbecil coletivo I
6. O imbecil coletivo II
7. O mínimo que você precisa saber pra não ser um idiota
8. O jardim das aflições
9. Os EUA e a Nova Ordem Mundial - Debate com Dugin

E mais: da História Essencial da Filosofia - Tenho os 32 volumes, dos quais li os 5 primeiros.

Assisti e li muito material que está na internet.

Li muito material do tempo do Mídia sem Máscara.

Li centenas de artigos que estão no site, incluindo os debates.

Assisti a dezenas de vídeos desde a época do True Outspeak. Não acompanhei nada do Orkut.

Não preciso provar nada para ninguém, mas deixarei aqui um pouco do que percebi sozinho - e em momento oportuno trago mais material.

Questiono se uma pessoa que afirma não ser conservador e tendo atitudes radicais, pode servir de guia para conservadores. Não desdenho sua obra - aprendi muito com ela, mas suas ideias precisam ser analisadas com mais frieza e cautela. Ele próprio, por suas atitudes, pôs em xeque sua obra, por seus rompantes. Contrasta com o que escreveu, ou foi anotado de palestras, ou debates - em que se quer convencer - ao menos a princípio. Não estou analisando ou criticando nenhum ponto de sua obra aqui. Questiono seu testemunho.

Começo esses prints que são autoexplicativos.

É astrólogo, pois assim se apresentou no passado.

Na foto, comenta sobre tese de outro astrólogo “O capitalismo e o comunismo segundo a astrologia”, mas segundo colegas de jornalismo, também se dedicou ao “tema”, astrologicamente falando. Curiosamente, todo trabalho sobre astrologia desapareceu do “currículo” elaborado por sua esposa e disponível em site próprio. Por que tenta varrer para debaixo do tapete sua atividade passada?

Outra situação estranha é sobre seu curso superior: Pessoalmente nega, mas à polícia, como indiciado, disse que “tinha curso superior”. Em qual Olavo vamos acreditar?

“Ain, Angelo, pra quê perder tempo falando disso?”

Por que Olavo não gerou os grandes intelectuais que prometeu aos que pagaram seus cursos a peso de ouro - ele gerou milhares de macacas de auditório e periquitos de realejo que apenas imitam seus xingamentos e palavrões vendo seus vídeos. Não raciocinam!

Aquilo que ele criticava das universidades - de apenas transmitir cacoetes para os alunos - ele faz o mesmo e ainda acha graça de quem o imita. Veja a incoerência.

Ele é “pai” de perfis como Let’s Dex, Leitadas e congêneres.

Mas que ninguém tente bancar o intelectual perto dele. Como Marx, Olavo destila xingamentos (Rodrigo Cocô, Arruinaldo Azevedo, etc.), pois a alma marxista (e stalinista) vive com medo de ser superada pela própria sombra e tenta destruir toda e qualquer pessoa que tente conquistar um espaço, ainda que não seja o lugar que ele tenha conquistado. No fundo ele administra sua clientela.

Quero adiantar outro aspecto que foi crucial para mim.

Ele deixou claro, em entrevistas e artigos, que a filosofia deve ser autoaplicável.

E escreveu um livro (Maquiavel ou a confusão demoníaca) dando como exemplo as sugestões de Maquiavel ao Príncipe, onde dizia para “eliminar” aqueles que o ajudaram tão logo tomasse o poder e mostrou a incoerência disso: o Príncipe logicamente deveria eliminar Maquiavel, que o auxiliou... isto invalidaria a proposta maquiavélica ao nível de simples fantasia.

Pois bem! Na época eleitoral, vimos Olavo e seus alunos, famosos ou não, apoiarem Bolsonaro para que acabasse com as benesses às mídias e intelectuais de esquerda.

Até aí, tudo bem. Concordamos.

Lembro que ele recusou trabalhar num ministério e ofendeu os Antas por isso e logo no começo do governo disse em vídeo que devemos nos perguntar “o que podemos fazer por Bolsonaro” e “não o que Bolsonaro pode fazer por mim”. Guarde isso.

Tudo ia bem até o dia em que se viu em situação complicada e, ao invés de telefonar ao Presidente ou a um de seus filhos (Eduardo me parece mais próximo) ou mesmo pedir ajuda ao público conservador, grava um vídeo em que ataca o Presidente e manda “enfiar a comenda” recebida, com seu costumeiro palavreado. E ainda disse: “eu derrubo seu governo”!

Mas qual o motivo? Não lhe foi oferecido um cargo? Ele não disse que devíamos ajudar o Presidente e não cobrar favores?

Ora, ora! Quem disse que intelectuais marxistas querem trabalhar? Querem, isso sim, receber benesses - sem fazer nada! - ou melhor, creem que merecem receber.

Percebeu que ele pediu para cortar benesses a outros, mas que desse a ele mesmo?

A mesma incoerência que criticou em Maquiavel, fez igualmente.

Esta foi, para mim, a maior incoerência. Foi quando acordei.

Então comecei a pesquisar mais sobre quem é o “professor” e muito mais me surpreendi.

E, de lá pra cá, os problemas realmente aumentaram. Coincidência?

Outro ponto muito forte foi o auto-endeusamento. A própria aceitação, quando não estimulação, do jargão “Olavo tem razão” é de uma idolatria tipicamente marxista: ninguém pode estar certo o tempo todo! Nem eu estou. Já mudei de opinião, quando analisei melhor determinada situação. Santo Agostinho disse certa vez, com outras palavras, que nem ele seguia 100% o que escrevia, pois logicamente amadurecia em certos pontos.

Só Jesus Cristo está certo 100% do tempo porque É Deus.

Perceba como ele próprio se define: nem conservador (Direita), nem comunista (esquerda) - nem nada! Ou seja, quem não está em nenhum campo se coloca “acima de tudo” como um deus. E não me diga que é possível viver sem ter nenhuma linha de referência: as pessoas enlouqueceriam! Só Deus está acima de tudo e de todos!

Me desculpem minha sincera opinião: Olavo não é deus!

No entanto, quando o calo lhe aperta, coloca seu jornal "o maior jornal conservador da internet brasileira" (que aliás apagou o tweet, ainda que a matéria continue no site) para defendê-lo e parecer bom moço.

Entendeu agora que nós conservadores somos apenas clientes para o “professor”?

Fico por aqui.

Tenho material sobre Sara; ministros indicados; vida e nome muçulmano com várias esposas; como católico cismático; a “auto-internação” em hospital psiquiátrico; acusado de estelionato pela filha do editor Alberto Dines e citado por apropriação dos valores de prêmio recebido (o outro co-autor declarou o fato sob juramento), etc, etc.

Quando tiver tempo, posto algo mais completo. Por hora, acho que já deu para entender porque tenho um pé atrás. Esse ídolo eu quebrei em minha vida. Sei ler e ficar com o que é bom - como ensina São Paulo, mas isto não pode me cegar. Não acho mais que ele esteja certo em tudo e lamento ter de expor estes fatos, mas a verdade - ainda que dolorosa - liberta.

Me perdoem se estraguei um ídolo, mas adoro somente ao Senhor.

Deus abençoe a todos!

Angelo Lorenzo