Timeline 8/jan - O que já sabemos?

Timeline 8/jan - O que já sabemos?


Passados 8 meses do fatídico 8/jan, o que já sabemos sobre o Capitólio Fake? Essa é uma pergunta relevante, pois nos aproximamos do fim dos trabalhos da CPMI que ― com a venda de consciências dos caroneiros de Bolsonaro, os partidos do centrão ― não deverá ser prorrogada.

A boa análise recomenda refazer a linha do tempo: uma timeline dos eventos até hoje.

Vamos começar.


Timeline do Capitólio Fake

 

Alguns dias antes

Houve vários avisos para que ninguém fosse à Esplanada. No entanto um grupo de emocionados foram alavancados por influencers oportunistas a saírem do Quartel General do Exército (QGEx) para irem à Esplanada, mesmo com alertas falando do risco de infiltrados. De alguma forma convenceram até intervencionistas “clássicos” ― como Ana Priscila Azevedo e seu marido.

Aparentemente tudo estava armado até com horários de movimentação. Tudo estava pronto para ser executado no período da tarde, a partir das 15h.

Não acredita? Acha tudo coincidência? Então visualize a situação para ver que temos coincidências demais nesse caso.

E o que ocorria no local?


Dia 6/jan

Segundo o Relatório do Interventor do DF (pdf p.22), houve um claro indício de esvaziamento dos acampamentos do QGEx. Ou seja, está claro que a ameaça vinha de fora, das caravanas que estavam sendo aguardadas ― sejam de patriotas e/ou de infiltrados.

Hoje sabemos que a Agência Brasileira de Informações (ABIN) enviou relatórios desde o dia 02/jan (link), sendo que a partir do dia 6, alertava para risco de violência e invasão dos prédios

Dia 7/jan

Nove dias após as chuvas torrenciais que caíram em Araraquara (link), o GSI enviou email, às 16h43, acionando a “Missão de Araraquara-SP” (link) para o dia seguinte. A decisão foi às pressas, pois normalmente as equipes vão com antecedência, tanto que improvisaram com pessoal que já havia servido antes. Por que o improviso e a pressa passados vários dias da catástrofe? Guarde isso.

Para dar ar de normalidade, a mídia “anuncia” a ida inesperada (link) após as 21h. Pouca gente viu esse anúncio, mas foi feito o registro.

Pelo twitter/X, às 19h08, o ministro da Justiça (MJSP) anuncia a presença da Força Nacional (FN) (link), a pedido da Polícia Federal (PF). Depois, às 19h58, enviou ao Governo do Distrito Federal, Ofício nº48/2023/GM (pdf), pedindo bloqueio de vias e alertando sobre risco de danos aos prédios públicos.

É a evidência de que o ministro estava ciente do risco.


Dia 8/jan - O Capitólio Fake

Segundo ABIN, às 10h, no QGEx evitavam dizer o horário da movimentação para “esperar as caravanas” (link). Se era uma ação planejada por infiltrados, o deslocamento de um grande número de pessoas era para dar volume e dificultar a identificação dos vândalos.

Segundo o Relatório do Interventor (RIDF) (pdf p.31) a marcha começou às 13h03. Tudo indica que os que lideravam sabiam o que iria acontecer, menos a massa de manobra.

O sinal estava dado. A massa de manobra caminhou, sendo acompanhada em tempo real por câmeras do DF.

Início da movimentação:

Na verdade, a revista se iniciou (link), de fato, a partir das 13h em alguns pontos. Depois, houve uma linha de revista, uma estratégia militar.

Aparentemente o ministro da justiça estava ocupado, informando a situação "pari passu" a um ministro do Supremo (link). 

Se ele fazia esse trabalho informando em ligações internacionais, não teria avisado o presidente do que acontecia?

Coincidentemente, o presidente, que estava em São Paulo, decide ir para Araraquara por volta das 14h (link), quando o movimento da multidão era notório e irreversível.

Observe que, dada a distância, quem planejou previa chegar na Esplanada por volta das 15h. Guarde isso.

Nas redes, surgiram vídeos mostrando a revista com um policial do DF dizendo: “Você vai agradecer daqui alguns anos” ― veja:

Até que, de fato, devido ao baixo contingente de segurança, as grades são derrubadas e a multidão entra na Esplanada, às 14h43.

Veja que coincidência! O presidente chega em Araraquara por volta de 14h30 e se encontra com o prefeito Edinho às 14h39 (link) ― quase simultâneamente à derrubada das proteções, minutos depois, em Brasília. Aparentemente o ministro da justiça não perturbou a viagem presidencial informando que havia uma multidão rumo à Esplanada.

E onde estava a FN convocada pelo ministro? Ah, claro! Estava “assistindo” de camarote. Estava “fazendo a proteção” do prédio do MJSP e do ministro (link).

Vejamos agora a cronologia oficial dos eventos, divulgada pelas mídias.

15h - Invasão do Congresso

Um pouco depois das 15h, foi filmado o momento de uma parte da multidão subir a rampa do Congresso, iniciando a invasão. (vídeo)

15h45 - Invasão do Palácio do Planalto

Quase uma hora depois, são registradas imagens da invasão do Palácio do Planalto (link). Guarde o momento em que sobem a rampa, testemunhado no vídeo da reportagem.

15h50 - Invasão do Supremo

Decreto por WhatsApp

Por dias, o ministro da justiça se gabou de ter feito o decreto de intervenção “por WhatsApp” (link). Mas deixou escapar uma observação curiosa (link):

“Fico pensando se eu tivesse proposto intervenção federal antes dos eventos do dia 8. O que diriam?” (grifei)

Por que o comentário “se tivesse proposto antes”? É uma forma de dizer que o decreto já estava na gaveta, pronto para ser usado?

Essa é uma pergunta válida, já que fazer um decreto de intervenção federal não é fácil, ainda mais sendo para o Distrito Federal. Note que, no decreto (link), o Interventor é subordinado direto do presidente e “não está sujeito às normas distritais” ― detalhe técnico relevante e difícil de lembrar em tão poucas horas, ainda mais sob pressão.

Para se ter uma ideia: o decreto de Intervenção na Segurança Pública do RJ (link), de Temer, levou três dias para ser articulado (link), com toda a experiência do ex-presidente na segurança pública, somada à presença do governador do Estado.

Assim, o braço direito do ministro da Justiça assumiu as funções por volta das 17h, segundo o RIDF (pdf p.59).


17h52 - Anúncio da Intervenção Federal

Bem longe do epicentro dos acontecimentos, o presidente lê, publicamente, o decreto de intervenção federal sobre o Distrito Federal e faz um estranho comentário (link):

“Eu tinha vindo... eu tomei a decisão de vir a Araraquara, porque eu estava em São Paulo e, antes de voltar a Brasília, eu queria prestar solidariedade ao companheiro Edinho e ao povo de Araraquara e, sobretudo, às vítimas.” (vídeo) (grifei)

Ops! Como assim “antes de voltar a Brasília”? Fingiu ter ido para lá por acaso? Não haviam feito às pressas e de improviso, a “Missão Araraquara”? Aliás, por que não foi direto para Araraquara, mas só após desembarcar em São Paulo, decidiu ir? Estaria esperando “algo” acontecer, para confirmar a ida? Talvez um aviso?


Volta da normalidade

Segundo o Relatório do Interventor, por volta das 20h15, a situação estava sob controle.


Dia 9/jan - Dia da Perfídia

Dia 9/jan foi realizada a histórica ação militar ― classificada nos meios militares como perfídia (link) ― prendendo mais de 1300 pessoas, após dizer que iriam ser levadas para ir embora (muitos achavam que iriam à rodoviária), mas acabaram detidas e presas, incluindo idosos e crianças.

Importante deixar registrado que a ação em si foi executada pela FN/PMDF e não pelo Exército, conforme vemos nessa imagem que circulou nas redes:

Mas o dia ainda aguardava uma surpresa: Zé Dirceu, petista e ex-ministro da Casa Civil ― conhecedor dos trâmites do poder ― afirmou que entre os responsáveis pelo “apagão” de segurança estão: o governador do DF e o ministro da Justiça. (link)


A divulgação dos fatos contradiz a narrativa oficial

Mal anoiteceu e começaram a chover vídeos e imagens chocantes da depredação, seja nas redes por pessoas presentes, seja da mídia tradicional.

Todos acompanhavam estarrecidos já que a acusada, a Direita brasileira, nunca teve episódios de vandalismo durante os quatro anos do governo Bolsonaro, em especial os dois últimos Sete de Setembro (2021-22) em quem milhões tomaram Brasília sem nenhum dano registrado.

É importante frisar que, se quisessem destruir o patrimônio público ― com os ânimos exaltados que estavam à época ― apenas seriam impedidos com muito derramamento de sangue, mas isso nunca aconteceu. Ao contrário, os manifestantes da Direita limpam e recolhem o lixo antes de sair.


Vandalismo, contradições e atitudes suspeitas

Primeiro, chama a atenção o uso de objetos de grande porte que não teriam como passar despercebidos nas barreiras de revista. Compare (link):

Sim, lembrou quando o policial militar do DF disse que iriam agradecer?

As pessoas, ainda que levados à cilada por oportunistas na base da emoção, foram revistadas e não tinham armas, muito menos objetos daquele tamanho. Veja que gritavam para não quebrar nada ou protegiam ao perceberem o que estava ocorrendo. Aqui, a jornalista Paula Schmitt registrou alguns eventos: (link).

Durante o quebra-quebra, alguns que foram detidos, com armas, estavam vestidos de preto e com “equipamentos” e máscaras ― comumente usados por antifas e black blocs de esquerda.

Além das armas e comportamento de esquerda, temos outro fato relevante.

Lembra do momento que foi registrado pela mídia, de pessoas subindo a rampa do Palácio do Planalto para invadir? Eram quase 15h45. Agora, preste atenção ao horário registrado pelas câmeras internas de um dos factoides mais marcantes: a destruição do relógio histórico (link).

Veja só! O vândalo que ainda posou para ser visto com uma camiseta de Bolsonaro ― encenação feita obviamente para forjar ligação do ex-Presidente aos atos ― estava lá dentro pelo menos doze minutos antes da multidão subir a rampa!

Como entrou? Como indagou o presidente, (link) “alguém abriu a porta” para ele?

Apesar de vir de quem veio, é uma pergunta relevante já que depois ― em furo da CNN (link) ― descobrimos que GDias, então chefe do GSI, estava presente o tempo todo. Vimos, inclusive, membros do GSI servirem água aos manifestantes e GDias “segurar a porta” para eles circularem.

Há ainda outros elementos contraditórios que podem ser evidências contra a esquerda.

Curiosamente, destruíram muita coisa no Palácio do Planalto, mas a suposta fúria de “direitistas” quebraria tudo e deixaria intacta a foto e os objetos pessoais do presidente eleito ― se este seria o motivo da revolta? Observe que a foto na parede e dentro da cristaleira estão intactos.

Esse “cuidado” seria de direitistas ou de infiltrados de esquerda? Mas não acusam a Direita de “babar de ódio”? Por que não destruíram esses objetos?

Observe uma foto em tamanho maior:

Depois descobrimos que a ABIN havia feito dezenas de avisos sobre os riscos de depredação ― 33 alertas (link) ― e logo surge a narrativa de que “os manifestantes tinham histórico pacífico” (link) e por isso relaxaram o nível de segurança. Quem teria feito isso?

Dia 11/jan fomos surpreendidos pela prisão, em Minas, de um ônibus que tinha, além de armas, um cartão de entrada para o GSI (link)! Não sabemos mais nada sobre essas pessoas. Estão presas ou soltas?

Em maio, descobrimos que, entre os detidos (link), estão pessoas filiadas a partidos de esquerda. Por que motivos gente do PT, do PCdoB e Cidadania estariam vandalizando os prédios se seu candidato venceu as eleições? Ou a “missão” era outra?

Quer dizer, aqueles que comemoraram a eleição foram depredar os prédios públicos do governo que elegeram? Por que fariam isso? Receberam ordens para isso? De quem?

GDias pediu demissão e o governo impôs sigilo às imagens (link) que, mais tarde, foram liberadas pelo Judiciário. Sem dúvida, um comportamento estranho para quem se diz vítima.

Finalmente a bancada oposicionista conseguiu instalar CPMI para apurar os fatos, mas o governo eleito fez tudo para evitar e, quando não conseguiu ― já que CPMI não depende dos presidentes das Casas para ser instalada ― aparelhou com governistas para dificultar os pedidos de oitiva de testemunhas e suspeitos.

Mesmo assim, um ex-membro da ABIN confessou na CPMI que adulterou os informes, tirando o nome de GDias a pedido deste (link) ― fato gravíssimo!

Ora, se GDias pediu para apagar o “rastro” é porque sabia que agiu erradamente. Ou agiu propositadamente? Completa o circo de horrores, o fato de GDias ― talvez num ato falho ― ter enviado mensagem falando dos riscos de vandalismo à ABIN (link) e, depois, “sumir”.

Ou seja, suas alegações de desconhecimento são falsas. A própria naturalidade com que GDias viu e interagiu com pessoas entrando no interior do GSI (a ponto de segurar a porta) é muito suspeita.

Em pouco tempo, mais notícias estranhíssimas.

O general Carlos Feitosa Rodrigues, que foi flagrado interagindo com invasores no GSI, foi quem organizou viagem presidencial à Araraquara (link). E não é só. Também foi quem enviou o “alerta laranja”, mais brando (link) no dia 7/jan, esvaziando o efetivo de segurança.

Por que agiu assim? Foi induzido a erro ou recebeu ordem? Isso precisa ser esclarecido.

Nem falo do depoimento, na CPMI, do fotógrafo da Reuters que, além de “dirigir” a “cena do arrombamento”, ainda disse ter a senha do Palácio do Planalto. Seria o caso de perguntar “quem” da militância esquerdista “não tem” acesso liberado? Desnecessário dizer que esse tipo de facilidade e liberdade desmonta qualquer sistema de segurança.

Também na CPMI, tivemos uma confirmação importante de George Washington de Oliveira (link) que declarou: “no local havia muitos infiltrados. Tinha ônibus de infiltrados. Tanto que foram retirados do acampamento os ambulantes que vendiam objetos.” (grifei)

Outro fato estarrecedor é que, após perícia, foram encontrados apenas 176 DNAs (material genético) (link), sendo que desses, somente 50 são de pessoas que estão entre os 1398 presos (link) ―, ou seja, aproximadamente 88% dos detidos pode nem sequer ter pisado na Esplanada.

Após CPMI solicitar vídeos das câmeras do MJSP, recebeu imagens de apenas duas câmeras, sendo que o ministério dispõe de 185 câmeras! E, depois, soubemos que todo o restante foi apagado (link), sob as desculpas mais estapafúrdias.

É estranho para quem, desde antes, dizia ser Bolsonaro o responsável pelos atos de vandalismo. Ou seja, se o “golpe” era de Bolsonaro e as imagens o incriminariam, por que apagaram?

Que motivos não levariam alguém a fazer o oposto? Ou seja, fazer de tudo para arquivar e preservar para o futuro, um caso que abalou a nação e, pior, continua sob investigação?

Esse fato suspeitíssimo poderá ser considerado intencional (link) se tiverem usado a ferramenta “wipe” para apagar tais imagens ― um sistema criado por militares justamente para tornar irrecuperáveis arquivos a serem deletados. Isso porque, na prática, HDs podem ser facilmente recuperados, se não na totalidade, ao menos na maior parte.

Para quem tem fama de vingança como os petistas, tudo isso é inconcebível. Ou suspeito.

Será que poderia revelar prova oposta? Prova envolvendo a esquerda?

Documento do Exército informou a CPMI que governo não convocou tropas para evitar invasões (link), o que, em tese, configuraria minimamente uma prevaricação, levando em conta os 33 alertas da ABIN que GDias fingiu “ignorar”, mesmo tendo enviado um aviso à agência!

Como se não bastasse, a percepção entre a cúpula da ABIN, em conversas vazadas, é que “equipe de GDias facilitou a entrada” de manifestantes (link).

Aliás, GDias mentiu 11 vezes em seu depoimento à PF (link) e, na CPMI, ainda teve coragem de jogar a culpa em seus subordinados da PMDF (link), tentando ligar isso à Bolsonaro em declarações nitidamente ensaiadas, atendendo à narrativa da esquerda como um fantoche.

Porém, já entendemos que a PMDF não tem responsabilidade sobre os prédios federais, que chegam a dispor de polícias e sistemas de segurança próprias, limitando-se as vias do DF. Pode ter falhado, mas não foi a maior responsável, nem a única ― como explicou o Dep. Ramagem.

Na verdade, ainda segundo o parlamentar (link), GSI e Ministério da Justiça, pelo contrário, dispõem de tropas de prontidão, mas escolheram não as usar ― apesar dos reiterados avisos.

Não menos importante é a declaração de Augusto Nunes que se dispôs a depor na CPMI, ao revelar algo grave (link): suposta comemoração entre os poderosos ao terem notícias do vandalismo de 8/jan ― fato que precisa ser apurado.

Por fim, um fato que tem poder, junto com os pontos já elencados ser, de fato, uma evidência cabal para dar uma guinada na CMPI, conduzida por uma relatora tendenciosa ― desmascarada por combinar perguntas e respostas com GDias (link) e que só pretende culpar Bolsonaro.

No Ceará, o Ministério Público denunciou que uma organização criminosa “financiou e organizou” atos do dia 8 de janeiro (link)!

Por que uma ORCRIM financiaria e participaria do vandalismo, se sua ligação com a esquerda é umbilical? Exceto se o objetivo fosse incriminar o ex-Presidente Bolsonaro, levando em conta que são criminosos acostumados a atos de violência, típico dos fatos registrados!

Será que a verdade, de fato, se revelará totalmente algum dia?


Angelo Lorenzo

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