SÃO PIO X, PAPA E CONFESSOR – 03 DE SETEMBRO

SÃO PIO X, PAPA E CONFESSOR – 03 DE SETEMBRO

Catecismo de São Pio X

Giuseppe Melchiorre Sarto

Nasceu em Riese, na Província italiana de Treviso, de uma família modesta, sendo o segundo dos dez filhos de Giovanni Battista Sarto e de Margherita Sanson.

Quando se preparava para ingressar no seminário, seu pai veio a falecer. Giuseppe, então, quis deixar os estudos para ajudar em casa. Sua mãe, porém, não permitiu. Ela se chamava Margarida e era uma camponesa cheia de coragem e fé. Assim, Giuseppe permaneceu no seminário com o coração dividido pela causa e sua família. Mas sua mãe sempre o encorajou a permanecer firme. No seminário, José também destacou-se nos estudos demonstrando, mais uma vez, sua inteligência brilhante. Foi ordenado aos 23 anos, em 1858. Estudou direito canônico e a obra de São Tomás de Aquino.

Como sacerdote, iniciou seu serviço para a Igreja como capelão em Tombolo, onde começou a correr sua fama de ser um inspirado pregador. Dedicava-se muito ao trabalho. Quando ainda moço, dormia somente 4 horas por noite e julgava que isso lhe era suficiente. Em 10 de Novembro de 1884 foi elevado a Bispo de Mântua, e em 1896 a Patriarca de Veneza sendo eleito Papa em 4 de Agosto de 1903 com 55 dos 60 votos possíveis no conclave.

Ainda jovem sacerdote, ao lado de seu trabalho pastoral incansável, ele tinha uma paixão pitoresca pela construção das chamadas meridianas, um tipo muito simples de aparelho que indica as horas do dia. Com a característica especial de ter a precisão de um aparelho comandado pelo sol. Porém, esta curiosidade da vida de São Pio X foi deixada de lado com o surgimento de cargos que lhe absorviam cada vez mais: pároco em Salzano, os trabalhos no seminário e na cúria de Treviso, os encargos do episcopado e do patriarcado veneziano e o encargo maior que ele teve: dirigir a Barca de Pedro. Quando, em certa ocasião, considerou-se tão isolado que um dia lembrando o Profeta Isaías suspirou: “De gentibus non est vir mecum!”. O que, numa tradução livre poderia caracterizá-lo inteiramente: “Estou sozinho!”.

Grande devoto da Eucaristia, São Pio X permitiu que os fiéis tivessem a grande graça de poderem receber a comunhão diariamente. Ele também autorizou que as crianças acima de sete anos pudessem receber a primeira comunhão. Sob seu governo, o ensino do catecismo passou a ser ministrado em todas as paróquias, para fiéis de todas as idades, pois ele percebia que os católicos precisavam conhecer melhor a fé que professam. Essas reformas trouxeram importantes mudanças para a Igreja.

Foi um defensor intransigente da ortodoxia doutrinária e governou a Igreja Católica com mão firme numa época em que enfrentava um laicismo forte, além das diversas tendências do modernismo que ele considerava como síntese de todas as heresias nos campos dos estudos bíblicos e da teologia.

Não há espaço aqui para analisar o pontificado de São Pio X, para constatar como ele seguiu à risca seu programa de “Instaurar tudo em Cristo”. Só o que foi publicado de Cartas Apostólicas, Motos Proprios, Encíclicas e discursos, ultrapassa a casa dos 350. Se a isso se somam os decretos das Congregações romanas e os diversos documentos emanados da Secretaria de Estado, aos quais o Papa não podia ser estranho, chega-se ao número de 3322, o que torna esses onze anos de pontificado um dos mais fecundos da História da Igreja.

Dizia ele: “No dia em que, em cada cidade, em cada aldeia, a lei do Senhor for cuidadosamente guardada… nada mais faltará para que contemplemos a restauração de todas as coisas em Cristo”. Com isso, mesmo “os interesses temporais e a prosperidade pública” também felizmente se ressentirão, e ter-se-á na terra a “paz de Cristo, no Reino de Cristo”.

Para se ter uma idéia da extensão de seu labor para o bem da Igreja, basta pensar no trabalho monumental de recodificação do Direito Canônico –– que durou todo o seu Pontificado, sendo promulgado só no de Bento XV ––, na fundação do Instituto Bíblico, na reforma da Cúria Romana, na instituição da Acta Apostolicae Sedis – noticiário oficial do Vaticano–, na reforma do Breviário Romano, em normas dadas para a disciplina e reforma do clero, regulamentar a Comunhão dos enfermos, elaborar adequadamente o catecismo, orientar o cântico litúrgico, etc.

Ao condenar o movimento Le Sillon –– em muitos pontos precursor do atual progressismo –– afirma São Pio X que ele “semeia noções erradas e funestas” Para ele toda desigualdade de condição é uma injustiça ou, pelo menos, uma justiça menor! Princípio soberanamente contrário à natureza das coisas, gerador de inveja e de injustiça, subversivo de toda ordem social”.

Foi, entretanto, a seita modernista –– por ele qualificada de “síntese de todas as heresias” –– infiltrada no seio da Igreja, a que mais fez sofrer e maiores preocupações trouxe ao Pontífice, devido à sua profunda nocividade e sutileza. Além de numerosos atos, três importantes documentos emanaram do Papa para condená-la: o Decreto Lamentabili sane exitu, de 4 de julho de 1907, que condena 65 proposições modernistas; a Encíclica Pascendi dominici gregis, de 8 de setembro do mesmo ano, a mais longa de São Pio X dada a delicadeza da matéria, na qual condena diretamente o modernismo; e, finalmente, o Motu Proprio Praestantia Scripturae sacrae, de 18 de novembro do mesmo ano.

Foi um promotor incansável do estudo do canto gregoriano e do catecismo. Criou a Pontifícia Comissão Bíblica e colocou as bases do Código de Direito Canônico, promulgado em 1917 após a sua morte. Publicou 16 encíclicas. São Pio X tinha o dom da cura. Quando ele ainda estava vivo, várias curas extraordinárias aconteceram a doentes que tiveram contato com ele. Homem simples e acessível, ele explicava essas curas afirmando que elas emanavam “do poder das chaves de São Pedro”. Poder este que vem de Nosso senhor Jesus Cristo.

São Pio X faleceu quando tinha setenta e nove anos, em 20 de agosto de 1914 e passou a ser aclamado como santo pelos fiéis. Na lápide do seu túmulo na Basílica de São Pedro no Vaticano, lê-se: A sua tiara era formada por três coroas: pobreza, humildade e bondade.

Foi beatificado em 1951 e canonizado em 3 de Setembro de 1954 pelo Papa Pio XII. É considerado um dos maiores Papas da Igreja.

São Pio X, Papa e Confessor

“É preciso restaurar todas as coisas em Cristo” (Ef 1, 10)

São Pio X salvou a cristandade do perigo imenso do modernismo, quer dizer, não de uma heresia, senão de todas as heresias ao mesmo tempo. Exerceu seu pontificado por pouco mais de dez anos, em meio de uma das mais perigosas crises que atravessava a Igreja. Sua divisa era “Instaurare omnia in Christo” (Ef 1,10) e as palavras “Deus providebit” (Deus proverá) estavam sempre em seus lábios. Ele promoveu avanços imensos na música sacra, no direito canônico, nos estudos eclesiásticos e na liturgia. No entanto ele era um defensor da tradição contra os inovadores revolucionários que pretendiam retirar Deus de seu trono. Nasceu em Rise em 135, faleceu em 20 de agosto de 1914 e foi canonizado em 1954.

Meditação sobre o Papa São Pio X

I. Nos dias de Lutero e Calvino, se a Igreja contasse com papas do temperamento de São Pio X, o protestantismo teria arrastado a terça parte da Europa? Hoje o protestantismo avançou muito mais do que a terça parte da Europa, e hoje muitos católicos não conhecem a própria doutrina E nem a malícia de seus inimigos. Quantas vezes tu colaborastes com os demolidores da Igreja? Quantas vezes, por tua imperícia, não soubeste afirmar a fé da Igreja?

II. São Pio X dizia que Igreja Católica é tão perseguida porque assim foi também perseguido o seu Divino Fundador, e porque reprova os vícios, combate as paixões e condena todas as injustiças e todos os erros. Acaso tu, que tens o dever com a verdade, não calastes muitas vezes por temor de ser perseguido? Estimas mais tua própria paz do que a verdade de Cristo?

III. Os concelhos que São Pio X dava aos bispos eram: conformai-vos com o espírito de Cristo; lembrai-vos que viemos para lutar; ao formar o juízo, considerai o espírito dos verdadeiros católicos de vossa pátria; estais chamados a salvaguardar os princípios essenciais da justiça e defender os direitos da Igreja, que são os direitos de Deus.

Oração:

“Ó Deus, que para a guarda da fé católica e para restaurar tudo em Cristo, cumulastes São Pio X, Sumo Pontífice, com celestial sabedoria e com fortaleza apostólica, concedei a vossos servos a graça de serem sempre protegidos por ele e de seguir seus exemplos, para a glória de Nosso Senhor Jesus Cristo, que, com o Pai e o Espírito Santo, vive e reina pelos séculos dos séculos.” Amém.

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Canal: Catecismo de São Pio X

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