NoticiÁudio, 8 a 15 de Abril de 2022

Estimados ouvintes, sejam bem-vindos à edição do NoticiÁudio referente aos dias 8 a 15 de Abril de 2022!

Os destaques desta semana:

• Nyusi usa visitas presidenciais para revitalizar bases do partido Frelimo (Carta de Moçambique)
• Elias Dhlakama exige realização do Conselho Nacional da Renamo face às eleições autárquicas (DW)
• Relatório revela que activistas de direitos humanos sofrem ameaças e intimidações em Cabo Delgado (VoA)
• Funcionários da Assembleia da Zambézia recebem subsídios sem trabalhar (DW)

Quando faltam cinco meses para o arranque do XII Congresso da Frelimo, Filipe Nyusi, Presidente daquela formação política e também Presidente da República, tem dedicado parte da sua agenda para revitalizar as bases do partido nas províncias, recorrendo, para tal, às visitas presidenciais.

De acordo com a Carta de Moçambique, desde que 2022 começou, a cada província que visita na qualidade de Chefe de Estado, Filipe Nyusi reserva o período da tarde e, às vezes, o princípio da noite para discutir a vida do partido Frelimo, porém, com recurso aos fundos do Estado.

O jornal diz ter testemunhado recentemente duas situações em que Filipe Nyusi, na qualidade de Presidente da República, usou das regalias oferecidas pelos moçambicanos para reunir todos os membros do partido no poder.

A primeira situação foi observada no passado dia 28 de Março, na província de Inhambane, enquanto a segunda foi no último sábado em Nampula.

Elias Dhlakama, irmão do antigo presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, diz estranhar que, nos últimos quatros anos, o Conselho Nacional daquele partido não se tenha reunido, contra o que está previsto nos estatutos da RENAMO, que indicam que deve haver uma reunião duas vezes por ano.

Elias Dhlakama exige uma reunião urgente do Conselho para definir directrizes para as autárquicas, agendadas para Outubro do próximo ano.

Questionado pela DW, o secretário-geral do partido, André Madjibire, não quis comentar o assunto.

Por outro lado, Elias Dhlakama criticou a Renamo pelo facto de não estar a pressionar o Governo para que o processo de desarmamento dos homens armados da Renamo tenha andamento favorável aos desmobilizados.

A Rede Moçambicana de Defensores dos Direitos Humanos, uma iniciativa da sociedade civil, divulgou no passado fim-de-semana, em Pemba, um relatório em que denuncia alegadas ameaças e intimidações a quem defende os direitos humanos em Cabo Delgado.

O director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), membro da Rede, diz citado pela VOA que neste momento, homens e mulheres que trabalham para que outras pessoas possam realizar os seus direitos, estão sendo ameaçados em várias situações, incluindo a forma como as autoridades da lei e ordem actuam nas regiões afectadas pelo conflito.

Para o bispo católico, Dom Carlos Nunes, as precárias condições em que vivem os deslocados de guerra, também configuram uma violação dos direitos humanos.

Os membros das comissões na Assembleia Provincial da Zambézia, representados pela FRELIMO e pela RENAMO, recebem subsídios há quase um ano sem trabalhar, segundo uma denúncia reportada pela DW.

O vice-presidente da Assembleia, Betinho Jaime, da RENAMO, disse que nenhum membro da assembleia provincial foi ao distrito trabalhar nem aos postos ou localidades, e nenhum membro reuniu-se com a população para ver qual é a dificuldade que enfrenta para comparar a realidade no terreno com o que está escrito. 

Jaime admitiu que a população está sendo enganada e que no ano passado, por exemplo, as comissões de trabalho só saíram uma vez em todo o ano.

O porta-voz da bancada da FRELIMO, Silva Livone, desvalorizou a denúncia e disse que alguns trabalhos não ocorreram por causa da pandemia.

Esta foi mais uma edição do NoticiÁudio, produzida pela Plural Média e distribuída pela Xipalapala.

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Fique atento à próxima edição!!!