NoticiAudio, 23 de Dezembro
Estimado ouvinte, seja bem-vindo à edição semanal do NoticiÁudio de 23 a 30 de Dezembro de 2022!
Os destaques desta semana:
- Parlamento quer criar comissão para investigar o caso do deputado traficante de drogas (Integrity Magazine)
- Justiça sul-africana nega pedido de Moçambique sobre extradição de Chang (Lusa)
- Membros da RENAMO em Tete refugiam-se no Malawi e Zâmbia (DW)
A Assembleia da República convocou para quinta-feira, dia 22, uma sessão extraordinária da sua Comissão Permanente para apreciação da proposta da deliberação que cria a Comissão Parlamentar de Inquérito para averiguar o alegado envolvimento de um deputado no tráfico de drogas.
A iniciativa segue-se à proposta colocada pela bancada parlamentar da Frelimo, depois do deputado da Renamo, Venâncio Mondlane, ter dito no parlamento que existia um deputado vindo da província da Zambézia que era um barão de droga.
O assunto foi despoletado pelo jornal ‘Integrity Magazine’ que agora acrescenta que na verdade, este é apenas mais um deputado envolvido no tráfico de drogas e que há também um banco nacional no esquema.
O Supremo Tribunal de Recurso da África do Sul rejeitou o pedido da Procuradoria Geral da República de Moçambique para recorrer contra a extradição do ex-ministro Manuel Chang para os Estados Unidos, no âmbito do processo das dívidas ocultas.
Os advogados de Manuel Chang disseram à Lusa que aguardavam instruções da PGR para submeter o último requerimento nos finais de Janeiro, junto do Tribunal Constitucional, a mais alta instância da Justiça na África do Sul.
A pedido dos Estados Unidos, Chang foi detido naquele país em Dezembro de 2018, no aeroporto internacional de Joanesburgo, quando se preparava para viajar rumo ao Dubai.
Para o Fórum de Monitoria do Orçamento (FMO) a extradição do ex-ministro das Finanças moçambicano para os Estados Unidos da América poderá trazer mais revelações e pormenores sobre o caso das dívidas ocultas.
Membros da Renamo em Tete estão a refugiar-se em países vizinhos, como o Malawi e a Zâmbia, face a uma alegada perseguição política promovida pela Frelimo.
A situação é denunciada à DW pelo chefe da mobilização provincial da Renamo, Calisto Nhandula, que conta que a situação é particularmente grave nos distritos de Chifunde, Maravia e Cahora Bassa, onde membros da Frelimo não querem ver içadas bandeiras da Renamo. Membros deste partido são também expulsos por pertencerem à oposição e obrigados a juntarem-se à Frelimo.
O partido Renamo diz não ter um número concreto de vítimas, mas garante estar em comunicação com pelo menos seis membros refugiados, que dizem estar a passar por situações difíceis, sem ter onde ficar e o que comer.
Militares do quartel de Mueda em Cabo Delgado continuam com actos de maus tratos contra cidadãos indefesos, apesar de várias denúncias já feitas sobre a violação dos direitos humanos.
Por exemplo, na sexta-feira do dia 16, um grupo de seis militares afectos àquela unidade, maltratou, ao princípio da noite, um jovem de aparentemente 24 anos, até ficar inconsciente, quando este, na companhia de seus amigos, caiu nas mãos dos agentes.
Fontes disseram à "Carta de Moçambique" que esta não é a primeira vez que civis são vítimas de maus tratos pelos militares, simplesmente por usarem o caminho que atravessa a pista que separa os bairros Rovuma e Cimento, na autarquia de Mueda.
No local, não há nenhuma placa ou informação proibindo o uso do caminho, que tanto de dia ou de noite, é bastante usado pelos residentes dos dois bairros.
Contaram ainda que, durante as suas patrulhas, a aplicação de chambocos e cobranças ilícitas aos civis constitui o "modus operandi" dos militares governamentais, mesmo que as suas vítimas apresentem os documentos exigidos.
Esta foi mais uma edição semanal do NoticiÁudio, produzida pela Plural Média e distribuída pela Xipalapala.
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Até para a semana!