Meditação da Mulher 2021 - Sublime Beleza

Meditação da Mulher 2021 - Sublime Beleza



JANEIRO 2021


*Sexta-feira, 1° de janeiro*


      *Mini-hábitos*


  *Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês. Mateus 5:48*


  Você já se empenhou em alguma mudança de hábitos ou qualquer projeto e, depois de um esforço, sentiu-se desanimada por achar que fosse impossível? As estatísticas indicam que apenas 8% dos grandes projetos propostos são realizados.

  Stephen Guise, em sua obra Mini-hábitos: Hábitos Menores, Maiores Resultados, partilha a experiência de começar uma rotina de exercícios. Pensar em fazer 50 flexões e 100 abdominais o paralisava. Um dia, refletiu: “Fazer 50 flexões, para mim, é como subir o Everest. E se eu pensar diferente?” E concluiu: “Uma única flexão eu consigo, sem resistência”. E conseguiu, comprovando a força dos mini-hábitos.

  Com isso, sugeriu abandonar projetos grandes e se concentrar em pequenos passos por vez. Para ele, ter boas intenções ou pensar grande não basta, pois pode gerar desmotivação em lugar de motivação e concretização do objetivo. Se pensarmos em passos muito distantes, não daremos o primeiro.

  Uma flexão, em vez de 50; escrever um parágrafo, em vez de um capítulo; ler uma página, em vez de 30 são ações praticáveis aqui e agora.

  O verso de hoje nos chama a ser perfeitas. A palavra perfeito, do grego teleios, significa plenamente desenvolvido, completo. A ideia de perfeição, assim, é funcional. “Sejam perfeitos” implica estar no processo de amadurecimento, na direção do crescimento, a caminho do grande referencial.

  Na maioria dos dias, quando Guise começou a treinar o mini-hábito da única flexão, acabava fazendo mais de uma flexão. Às vezes fazia cinquenta. Quando não se sentia tão motivado, ao menos fazia uma única flexão. Esta é a ideia: para estar na direção da meta, substituiremos doses exageradas por doses menores, que aumentarão com o tempo.

  Estamos iniciando um novo ano. Quais hábitos você pretende desenvolver na caminhada espiritual? Como anda a comunhão diária com Deus, o combate aos pensamentos negativos, o cuidado com a saúde? Talvez a prática de alguns hábitos pareça difícil. Que tal experimentá-los em doses menores? Se não consegue dedicar uma hora ao dia à comunhão, comece com alguns minutos. Se ler um capítulo da Bíblia ao dia é impossível, comece com alguns versos. Se não consegue beber seis copos de água, comece com apenas um ao dia.

  Pense no primeiro passo que pode dar hoje. Apenas uma flexão?


*Sábado, 2 de janeiro*


      *A primeira missão*


  *Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Romanos 12:2*


  Deus planejou a perfeição física, mental e espiritual de Seus filhos, mas Adão e Eva desobedeceram. Por essa razão nos tornamos herdeiras do pecado. No entanto, não estamos carimbadas pelo fracasso. O mal insiste nessa mentira. Não aceitemos esse destino.

  Não existimos para a pequenez. Crescer é nossa primeira missão. “Nosso primeiro dever para com Deus e os nossos semelhantes é o do desenvolvimento próprio. […] Por isso o tempo gasto no estabelecimento e preservação da saúde física e mental é um tempo bem aproveitado” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 107).

  Na década de 1960, os neurocientistas acreditavam que o cérebro era um órgão estático, pré-moldado sob estrita ordenação genética. Nas décadas de 1970 e 1980, por meio de experimentos com animais, o pesquisador Michael Merzenich demonstrou que os circuitos neuronais e as sinapses se modificam rapidamente conforme a atividade praticada. Hoje se defende que é possível, ao longo da vida, criar novos circuitos e conexões neuronais em resposta a estímulos e experiências. Em 2013, Merzenich publicou o livro Soft-Wired: How the New Science of Brain Plasticity Can Change Your Life, apresentando estratégias para pessoas comuns assumirem o controle dos processos de plasticidade cerebral, melhorando a qualidade de vida.

  Ele diz: “Quaisquer que sejam as circunstâncias iniciais da vida de uma criança, e qualquer que seja a sua história ou o seu estado atual, todo ser humano tem o poder interno de mudar para melhor, restaurar-se significativamente e, muitas vezes, se recuperar. Amanhã, essa pessoa que você vê no espelho pode ser uma pessoa mais forte, mais capaz, mais viva, mais poderosamente centrada e ainda em crescimento.”

  Deus não apenas nos pede o inconformismo com este mundo. Ele nos convida à transformação, pela renovação do pensar e do sentir, dando-nos o poder para isso e os meios fisiológicos. Não há desculpas para permitir que experiências negativas nos derrotem. Aceitando a transformação pela graça divina, experimentaremos a plena vontade de Deus, que inclui nossa renovação e maior utilidade ao próximo.


*Domingo, 3 de janeiro*


      *Rola teu fardo*


  *Entregue seu caminho ao Senhor; confie Nele, e Ele agirá. Salmo 37:5*


  Esse verso contém dois convites: entregar e confiar; e uma promessa: Ele agirá. Em hebraico, “entregar” significa “rolar algo a alguém”. Talvez o termo “rolar” tenha surgido pelo fato de o salmista ver os camelos se abaixando para os mercadores rolarem seus fardos sobre eles. Apenas assim podiam fazer as longas viagens pelo deserto com as pesadas mercadorias. A metáfora nos ensina a entregar nosso difícil caminho a Deus.

  Quando rolamos nosso caminho ao Senhor, ficamos leves, pois o fardo não mais é nosso. Se ainda sentimos o peso, é porque não o rolamos sobre Ele.

  Confiança, no Novo Testamento, caracteriza fé, crença. No Antigo Testamento é refugiar-se, depender de, permanecer. Quem confia não fica aquém do que Deus planeja.

  Confiar em Deus é correr o risco de não realizar nossos sonhos, para descobrir que Deus tem sonhos melhores para nós. Confiar em Deus, muitas vezes, significa não ter mais alternativa humana, mas ter a certeza de que Deus está preparando algo que Ele sabe ser bom para nós. E Sua promessa é que Ele agirá.

  Algumas pessoas se enganam ao interpretá-la. Basta mentalizar que quero um carro, confiar Nele e vou ganhá-lo? Na verdade, Deus agirá, fazendo todo o necessário para uma vida que nos dirija a Ele. Esse é o Seu agir.

  O tudo de Deus é a Sua vontade. Muitas vezes, ela não inclui comodidades ou bens materiais, mas crescimento, dor para curar, paz, alívio, serenidade, sensatez, sabedoria e humildade. E Ele sempre nos surpreende com bênçãos, mesmo de carona com os “nãos”. Só perceberemos as negativas de Deus como bênçãos depois que rolarmos nosso caminho sobre Ele.

  Muitas vezes queremos que o Senhor realize nossos desejos egoístas, baseadas em nossa perspectiva limitada. E se Deus não responde, ficamos decepcionadas, achando que Ele não Se importa. Deus não Se importa, ou nos falta reconhecer que Ele vê o todo enquanto nós, apenas uma pequena parte?

  Qual parte do caminho falta rolar ao Senhor? O namoro? A frustração com o marido? O ressentimento em relação ao pai, à mãe ou a alguém da família? O trabalho? O impasse com a irmã da igreja? Os estudos? A educação dos filhos? O gênio difícil? O apetite? Role seu caminho ao Senhor, dependa Dele e permaneça Nele, e Ele realizará Sua boa, justa e perfeita vontade em sua vida.


*Segunda-feira, 4 de janeiro*


      *Obrigada, Senhor!*


  *Mas graças a Deus, que sempre nos conduz vitoriosamente em Cristo. 2 Coríntios 2:14*


  “Primeiramente dou graças a meu Deus” (Rm 1:8, ARA). “Sempre dou graças a meu Deus” (Fm 1:4). “Não cesso de dar graças” (Ef 1:16, ARA). Das 14 cartas de Paulo, apenas uma não contém expressões de gratidão.

  Se o contexto de suas palavras fosse confortável, isento de problemas e inimigos, seria fácil compreender tantas expressões de gratidão, mas o apóstolo experimentou grandes adversidades. Cercado de inimigos e de incertezas, suportou prisões, apedrejamentos, açoites, naufrágios, ataques, julgamentos e perseguições de seus patrícios e de irmãos da nova fé.

  Como ele podia agir tão pleno de gratidão, diante dos infortúnios? Sua atitude se originava na firme convicção de que a gratidão sincera é um dos elementos básicos e indispensáveis de um cristão.

  Gratidão é a valorização do que se tem e o reconhecimento de que alguém prestou tal benefício. Agradecer gera contentamento. Quanto mais expressamos gratidão, menos descontentes somos. A gratidão faz com que nos concentremos naquilo que temos; o descontentamento, naquilo que não temos. Gratidão atrai pessoas, estreita laços e desfaz nós; descontentamento as afasta e cria nós.

  Gratidão é um dos segredos das pessoas fortes, pois é impossível ser grato e, ao mesmo tempo, viver dominada por medo e raiva, por exemplo. Ela gera outros sentimentos, como amor, compreensão, compaixão e alegria. O descontentamento precede as reclamações, insatisfação, tristeza e o desejo de pagar o mal com o mal.

  Gratidão gera uma sensação fundamental à autoestima: a de ser abençoada. Quando a pessoa é grata, mesmo diante dos maiores desafios, ela reconhece que aquela dificuldade é apenas uma experiência de aprendizado. Consequentemente, essa atitude a leva a confiar mais em sua capacidade de superação. A descontente, acreditando ser uma vítima, concentra-se somente na própria derrota.

  Paulo mantinha a convicção de que, mesmo diante dos piores problemas, Deus estava à frente usando seus maiores desalentos para transformá-lo à semelhança Dele.

  Que tenhamos essa convicção! Assim, perceberemos que Deus nos ama, nos guia e faz planos para nós. Nossa mente encontrará calma e repouso, e seremos capazes de dirigir sinceras ações de graças ao Céu.


*Terça-feira, 5 de janeiro*


      *Deus dentro*


  *Mas deixem-se encher pelo Espírito. Efésios 5:18*


  Em 2004, eu procurava uma história sobre entusiasmo para um livro que estava escrevendo. Então fui com meu marido fazer uma visita.

  Chegando à casa da pessoa, fomos conduzidos à cozinha. Uma senhora miúda e ágil tirava o bebê preso ao carrinho. Ela se levantou rapidamente e nos cumprimentou com um largo sorriso. Havia elegância na roupa que vestia, no cabelo arrumado e nos modos.

  – Esta é a tia Cândida. Tem 97 anos – explicou a sobrinha.

  – Como a senhora está? – perguntei.

  – Eu vou muito bem! – ela respondeu sorrindo.

  Elogiei o jardim, do qual tia Cândida cuidara até pouco tempo. Em seguida iniciamos uma animada conversa. Com lucidez impressionante, ela nos contou de suas perdas e de seus projetos sociais. Ela confeccionava roupas de inverno para asilos e orfanatos. Seu entusiasmo era contagiante.

  Então ela nos convidou a conhecer a casa. Os móveis exibiam belas porcelanas pintadas à mão e as paredes tinham inúmeras telas suas.

  Quanta disposição física e mental, aos 97 anos, em meio a tantos problemas! De onde vinha isso? Foi então que vi, sobre a mesa, uma Bíblia aberta e a Lição da Escola Sabatina respondida.

  – Ela estuda a Bíblia diariamente, Mirian, sem óculos – disse-me a sobrinha.

  Esse era o segredo do seu entusiasmo. Lembrei que “entusiasmo” vem do grego entheos e significa “Deus dentro”. Ela era uma mulher cheia de Deus! Há pesquisas mostrando que entusiastas, além de terem menos probabilidade de mostrar sinais de debilidade do que pessimistas, têm mais sucesso.

  Na despedida acabei revelando à tia Cândida o quanto a oportunidade de conhecê-la havia me contagiado.

  – Como não estar bem se, apesar dos problemas, posso encontrar outros motivos para estar bem? – ela confessou.

  Liguei para ela algumas vezes e sempre ouvia: – Eu vou muito bem!

  Estive presente em seu 99o aniversário quando saí de Curitiba. Alguns anos depois, encontrei seus netos e soube que ela estava com 108 anos.

  Que lição inesquecível! Por meio do contato com a Palavra de Deus, podemos nos esvaziar de pensamentos, ações e sentimentos sombrios e estar repletas de Deus, contagiando com nosso entusiasmo os que nos rodeiam.


*Quarta-feira, 6 de janeiro*


      *Quem você diz que Eu sou?*


  *“Quem vocês dizem que Eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. Lucas 9:20*


  Talvez você tenha nascido em uma família cristã. Embora isso seja um privilégio, pode também gerar comodismo, se permitimos que as crenças sejam uma extensão da crença dos pais e uma coleção de rituais que não fazem sentido para nós. Aquilo em que cremos e em quem cremos precisa ser relevante em nossos questionamentos e lutas mais profundos. Deve ser algo pessoal, que conheçamos bem e que seja de nossa escolha.

  Quando Jesus perguntou aos discípulos quem Ele era, as respostas mostraram um equívoco. Se Ele não fosse reconhecido como o Messias prometido que tinha vindo substituir a morte de cada ser humano, Seu sacrifício não teria valor. Mas Pedro O reconheceu como o Cristo.

  Muitas pessoas hoje limitam Jesus a um mestre iluminado, a um grande exemplo, a um revolucionário, a um milagreiro, a um sábio… No entanto, Ele é mais do que isso. Jesus é o Deus que Se tornou homem para nos resgatar da eterna perdição.

  Quem é Jesus para você? Essa pergunta é tão pessoal quanto pessoal é a nossa salvação. Jesus quer saber quem Ele é para aqueles que professam Seu nome. De nossos vales solitários, desertos e derrotas, o que responderemos? Jesus faz essa pergunta profunda, esperando uma resposta plena, que demonstre que O experimentamos de verdade e não temos dúvida de quem Ele é.

  Cada uma de nós precisa passar pela experiência do conhecimento e do encontro pessoal com Deus. Talvez possamos descrer que Ele exista por esperarmos respostas segundo nossa visão, e elas não vêm até descobrirmos o quanto nossa visão é medíocre.

  Deus vê muito mais do que vemos, pensa maior do que pensamos e deseja para nós muito mais do que possamos imaginar. Essa descoberta pessoal é incrível! De forma peculiar, de corpo, mente e alma, somos contagiadas por essa Presença viva e ativa que se reflete em nossa alegria natural, em nossa preocupação com o outro, em nossos relacionamentos, em nossos sonhos, em nossos gostos, em nossas prioridades. E acabamos priorizando aquilo que realmente importa: o Céu.

  Vá diariamente à Fonte, estude e medite na Palavra de Deus, permita que o Espírito Santo Se comunique com você. Assim, verdadeiramente reconhecerá quem é Deus, o que Ele fez, faz e fará por você.


*Quinta-feira, 7 de janeiro*


      *Fale que está doendo*


  *Me chamem de Mara, pois o Todo-Poderoso tornou minha vida muito amarga! Rute 1:20, 21*


  A fome assolava Belém. Por isso Noemi foi para Moabe com o marido e os filhos. Lá viveram felizes, até que seu marido morreu. Foi um golpe, mas ela ainda tinha os filhos, que se casaram com boas moças.

  Mais uma vez, porém, a tristeza voltou: Noemi perdeu os dois filhos. Sentindo-se desamparada, decidiu voltar a Belém. Orfa, uma das noras, voltou para a família de origem, mas Rute se recusou a deixar a sogra.

  Fazia mais de dez anos que Noemi havia saído da pequenina cidade. Mesmo assim, as pessoas logo a reconheceram. “Vejam! Noemi voltou!” Imagino-as efusivas, indo abraçá-la, perguntando como havia sido a aventura fora de Belém. E, veja, Noemi não colocou nenhuma máscara para ostentar uma felicidade que não tinha. Ela foi clara e honesta em relação ao que sentia.

  “Noemi”, em hebraico, significa “suavidade”, “coisa agradável”. Mara significa “amarga”. Ao pedir que a chamassem de Mara, ela estava comunicando sua dor, deixando explícitas tristeza e amargura pelas perdas que tivera. Embora Noemi atribuísse a Deus o mal que lhe sobreviera, por causa de uma visão distorcida da atuação divina, Deus compreendeu sua sinceridade e deu a ela oportunidades para desfazer a interpretação equivocada a respeito Dele.

  Falar dos próprios sentimentos é um desafio para muitas mulheres. Algumas guardam consigo dores e tristezas por anos, até adoecer.

  Como as pessoas com quem convivemos saberão o que sentimos e pensamos se mantemos o silêncio ou usamos a clássica mentira: “Está tudo bem”? Relacionamentos verdadeiros apenas existem quando há franqueza na exposição de quem realmente somos, incluindo as dores, os medos e as desilusões pelas quais passamos. Dizer o que pensamos, o que sentimos e o que queremos de modo assertivo envolve:

  Pessoalidade. Não é dizer: “Parece que”, “As pessoas acham”, mas: “Eu acho”, “Eu sinto”, “Eu quero”.

  Coragem. É preciso ousar fazê-lo.

  Honestidade. Não use máscaras, seja honesta.

  Clareza. Quanto mais clareza, melhor o outro compreenderá.

  Prudência. Abrir-se no momento mais oportuno e com alguém de confiança: o cônjuge, um familiar, um conselheiro espiritual ou um profissional.

  Está doendo? Não sofra sozinha. Fale.


*Sexta-feira, 8 de janeiro*


      *Intercessão pelo ofensor*


  *Depois que Jó orou por seus amigos, o Senhor o tornou novamente próspero e lhe deu em dobro tudo o que tinha antes. Jó 42:10*


  Por meio de nossas interações, em algum momento, ouviremos palavras duras, seremos caluniadas, expostas em público ou injustiçadas por alguém. Isso nos leva a reagir com frustração, raiva, desejo de vingança, lágrimas e afastamento.

  É por essa razão que, há alguns anos, resolvi assumir outra postura: interceder pelo ofensor. Isso tem me ajudado a usufruir muitos benefícios, um deles é enxergar o ofensor de outra perspectiva.

  Na história de Jó, imagine a sabedoria divina ao lhe pedir que orasse pelos amigos que o haviam caluniado.

  Aqueles homens devem ter ficado muito surpresos ao receber a intercessão de quem condenavam. Eles precisavam rever seu conceito de amor divino e Sua misericórdia.

  Quando Jó orou pelos ofensores, mostrou que desejava o bem deles, que seu coração não guardava mágoa, que não retribuiria mal com mal, nem pediria a Deus o mal deles. Foi então que Deus mudou a sorte de Jó. Há algo significativo nessa expressão. Mágoa e desejo de vingança são sentimentos negativos que mantêm muitos em cativeiro. Contudo, a prática da intercessão pelos inimigos é a chave divina para libertar os ofendidos dessa prisão.

  Interceder alivia a alma da angústia, do sentimento de revanche, de justiça própria e de autocomiseração, e isso nos faz perceber que não somos melhores ou mais justas do que nosso ofensor. De inimigo gigante, ele se torna do nosso tamanho, com virtudes e falhas, e carentes de misericórdia tanto quanto nós mesmas.

  É miraculosa a intercessão por um ofensor. Costumamos dizer que é para o bem do outro; mas, na verdade, quem se beneficia primeiro é o próprio intercessor. Afinal, muitas vezes o ofensor nem imagina o que ele causou em nossas emoções. Quando oramos, expomos a Deus nossas fragilidades e a do outro também. Somos então preenchidas com o Espírito Santo e recebemos as virtudes que pedimos ao outro.

  Interceder pelo ofensor foi a melhor reação que experimentei diante de uma ofensa. Pessoas que me desapontaram se tornaram minhas amigas,

e parceiras; e momentos tensos se transformaram em momentos de paz. Faça essa experiência.


*Sábado, 9 de janeiro*


      *O sábado é um dia feliz*


  *Santifiquem os Meus sábados, para que eles sejam um sinal entre nós. Ezequiel 20:20*


  Assim que o sol se pôs no sexto dia da criação, tudo ficou numa silente calmaria. As aves e os animais foram se aquietando, enquanto no céu brilhantes estrelas começavam a piscar, refletindo a luz prateada que a lua emprestara do sol.

  Adão e Eva sentados na macia e verde grama, sob um caramanchão multicolorido de flores, respiravam o ar fresco e deslumbravam-se com a beleza desse primeiro entardecer de sua vida.

  A sexta-feira havia sido intensa! Adão fora criado e, ao despertar, tudo ao redor o surpreendera: os vários tons e cores variadas da natureza, as aves, os animais que, curiosos, se aproximavam dele para lamber-lhe a mão, cheirá-lo ou aninhar-se aos seus pés. Depois recebera a responsabilidade de administrar a terra recém-criada… Mas eis que Deus lhe pusera para dormir e, ao acordá-lo, presenteara-lhe com o sorriso mais inesquecível que poderia conhecer: Eva estava lá…

  Eva mal conseguia falar. Em poucas horas de vida, quantas coisas para absorver ao mesmo tempo! Ao seu lado um homem lindo. Talvez ela tenha tocado seu ombro, e ele, acariciado seus cabelos, contemplando-a com profundo interesse e amor. O casal teria uma eternidade para conhecer cada coisa do mundo que os rodeava, conhecer melhor um ao outro e Aquele que os criara.

  Antes mesmo que experimentassem os cuidados de uma semana inteira, Adão e Eva receberam de Deus 24 horas do sétimo dia, as quais o Senhor santificou e abençoou, como um marco eterno entre Ele e Sua criação.

  Então veio o pecado… Mas o sábado continua santo. É ainda um monumento eterno para aprofundar o conhecimento a respeito de Deus e de Sua santidade, um memorial da criação. É um dia para relembrarmos não somente o Éden perdido, mas para fortalecermos a esperança de um dia o reavermos.

  “O sábado é um dia feliz! Amo cada sábado!” Quantas vezes você já cantou essa música quando criança ou com seus filhinhos? Ela fala de um dia de felicidade e amor! Porém, isso é uma verdade, a cada semana, na sua dinâmica familiar?

  Se o sábado é um dia feliz para você e sua família, Deus seja louvado! Se é um dia triste e sem vida, o que estaria faltando? Ore a Deus e peça a Ele sabedoria para fazer mudanças necessárias em sua semana, a fim de desfrutar as 24 horas do dia mais feliz da semana.


*Domingo, 10 de janeiro*


      *Quando Deus demora*


  *Sara, sua mulher, lhe dará um filho, e você lhe chamará Isaque. Com ele estabelecerei a Minha aliança. Gênesis 17:19*


  Deus prometera que Abraão seria pai de uma grande nação, mas incluiu no pacote de desafios a demora em cumprir Sua promessa. Deus queria provar a fé de Abraão.

  Sara, olhando apenas as possibilidades humanas, achou impossível ser mãe àquela altura. E sugeriu ao marido que tomasse uma de suas servas. Para a cultura da época, isso era comum. No entanto, a lei de Deus está acima de costumes culturais. Infelizmente, até para os seguidores de Deus esse ato pecaminoso havia se tornado banal. E como violação aos princípios divinos, resultaria em males para a própria casa e para a posteridade.

  Hagar, encantada com a posição de esposa, grávida, supondo ser a mãe da nação descendente de Abraão, tornou-se arrogante, desprezando sua senhora. Apesar das tentativas malsucedidas de Abraão para apaziguar a tensão, não havia mais paz naquele lar. Tinha sido ideia de Sara, mas agora ela acusava o marido e queria que Hagar fosse embora. Abraão mandaria embora a mãe do filho que supunha ser o da promessa? Deixando a questão por conta de Sara, a rixa entre as duas terminou com Hagar fugindo de casa e o anjo pedindo-lhe para voltar.

  Então Abraão chegou aos 100 anos. Deus lhe repetiu a promessa de um filho, gerado por Sara. Entretanto, Abraão continuava vendo a promessa divina da perspectiva humana.

  O nascimento de Isaque trouxe muita alegria, mas também as consequências mal resolvidas que a precipitação e a falta de confiança em Deus geram. Hagar e Ismael continuavam acalentando expectativas de ele ser o herdeiro de Abraão, mas com o nascimento de Isaque viram suas expectativas ruírem. E passaram a odiá-lo. Novamente, a alegria de Abraão e Sara foi ameaçada pela inveja e zombaria explícita do irmão mais velho para com o caçula.

  Buscando sabedoria divina, Abraão despediu Hagar e Ismael em nome da harmonia familiar.

  Quanto sofrimento Abraão enfrentou por não ter esperado que Deus cumprisse a palavra no Seu tempo e modo. Ele não pôde suportar a espera. E nós? Cremos nas promessas de Deus? E quando Ele demora? Espere Nele. Espere Seu tempo e Sua maneira. Não queira resolver à sua maneira e acumular sofrimento desnecessário por simplesmente não poder suportar a espera.


*Segunda-feira, 11 de janeiro*


      *Onde mora a infelicidade*


  *O Senhor abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo. Atos 16:14*


  Ela foi cantora, compositora, atriz, produtora cinematográfica, empresária e modelo norte-americana. É considerada uma das artistas femininas mais bem-sucedidas do mundo da música, com mais de 200 milhões de cópias vendidas no mundo e a mais premiada de todos os tempos. Whitney Huston, segundo o Guinness World Records, recebeu 425 prêmios, incluindo dois Emmy Awards, sete Grammy Awards, 31 Billboard Music Awards e 22 American Music Awards.

 Apesar de tanto sucesso, a talentosa voz se calou. Aos 48 anos, ela foi encontrada afogada em uma banheira, num quarto de hotel, na véspera da entrega do Grammy. Segundo os peritos, uma inflamação nas artérias do coração e resquícios de cocaína na corrente sanguínea comprovaram o afogamento por overdose.

  Somos constantemente inundadas pela crença de que sucesso material traz felicidade. Aparentemente, Whitney tinha tudo para ser feliz: dinheiro, fama e beleza, mas ela era infeliz. Há muitas pessoas materialmente bem-sucedidas contemplando a dor numa rica banheira de hidromassagem. A infelicidade também mora nas grandes mansões de Hollywood.

  A Bíblia conta a história de uma bela e rica mulher chamada Lídia. Era vendedora de tintas e mercadorias tingidas em Tiatira. Mesmo bem-sucedida nos negócios, ela sentia-se infeliz. Um dia, após ouvir a pregação de Paulo, foi tocada pela mensagem. Após sua conversão, tornou-se completa, colocando a vida e os recursos à disposição do serviço a Deus e ao próximo.

  Há milhares de Whitneys e Lídias percorrendo a estrada do sucesso e terminando na infelicidade. Elas precisam conhecer a Jesus e Seu amor. Somente assim descobrirão que a verdadeira felicidade consiste em investir a si mesmas e suas aquisições em algo maior do que elas mesmas.

  Há tipos de infelicidade que não se limitam à falta de recursos. Crendo que ser bem-sucedida financeiramente é ser feliz, muitas ignoram a infelicidade das Whitneys e Lídias que cruzam seu caminho. A virada de Lídia mostra o interesse de Deus pela felicidade das pessoas abastadas também, trazendo cura e realização pessoal.

  Que você aceite a paz e a cura que Deus oferece! Transborde essas dádivas àquelas cujos bens materiais se multiplicam na mesma intensidade da infelicidade que vivenciam.


*Terça-feira, 12 de janeiro*


      *O nono mandamento*


  *Não darás falso testemunho contra o teu próximo. Êxodo 20:16*


  Quase diariamente vemos pelas notícias os prejuízos do falso testemunho. O juiz William Douglas, em O Poder dos Dez Mandamentos, comenta como os juízes estão sempre enfrentando essa situação nos tribunais. “Em nome da amizade ou de compensações (financeiras ou não), muitas testemunhas mentem descaradamente. Isso dificulta a ação do juiz, pois a falta com a verdade pode conduzir a um erro judiciário. Muitas vezes, a testemunha pode até não mentir, mas omitir a verdade. O peso e as consequências são os mesmos” (p. 177).

  No dia a dia somos desafiadas pelo nono mandamento, ao escolher falar bem ou mal de alguém, esclarecer um fato ou interpretá-lo mal, exaltar a virtude de alguém ou expor seus defeitos, falar a verdade ou mentir. Calar diante de alguém injustamente acusado, falar a verdade fora de hora, com intenções distorcidas, dar ouvidos a fofocas e repeti-las a outros também são formas veladas de desobedecer ao nono mandamento.

  Não parece contraditório ser verdadeiras e não falar coisas negativas do próximo? Nesse caso, se não desejamos alimentar o hábito de maldizer alguém, podemos nos negar a isso. Contudo, há situações em que malfeitos precisam ser resolvidos e conversados para que não se repitam.

  Em qualquer ambiente, a fofoca é um costume pernicioso, contra o qual o nono mandamento também alerta. Quantas divisões e rompimentos de boas relações ela já causou!

  Por outro lado, as pessoas elogiam pouco. Não deveríamos nos policiar mais ao falar coisas negativas do próximo e não economizar elogios, quando oportuno?

  Olhe ao redor. Há mais pessoas do que imagina precisando de encorajamento. Devemos aceitar as pessoas pelo que elas são – seres humanos comprados com o sangue de Cristo – e não por estarem à altura de nossos ideais, os quais muitas vezes nem alcançamos.

  Uma das implicações do nono mandamento é que, se olharmos para nós mesmas antes de maldizer o próximo, iremos nos calar. Afinal, quem de nós é melhor do que o outro? Podemos errar mais ou errar menos que o outro, mas o coração de cada uma de nós é pecaminoso.

  Que Deus a capacite a honrar esse mandamento, elevando as pessoas ao redor, promovendo assim o reino de Deus nos ambientes onde estiver!


*Quarta-feira, 13 de janeiro*


      *Amas-Me?*


  *Pela terceira vez, Ele lhe disse: “Simão, filho de João, você Me ama? [...] Disse-lhe Jesus: “Cuide das Minhas ovelhas”. João 21:17*


  Jesus chamou Pedro para apascentar as ovelhas de Seu rebanho. Ele não tinha capacidade para cumprir esse trabalho. Talvez nem imaginasse sua situação: tinha o coração dividido. Controlado por medo e vergonha, esquivarase de sua identidade como seguidor do Mestre, negando-O três vezes! O olhar compassivo e perdoador de Jesus O alcançou, e ele se arrependeu. Porém, sentindo-se indigno do chamado, voltou para sua antiga ocupação de pescador.

  Jesus já o havia escolhido, por isso foi atrás de Pedro. “Pedro, amas-Me?” O Mestre fez essa pergunta porque sabia quem Pedro poderia ser e o queria inteiramente. Mais uma vez Jesus fez a pergunta: “Pedro, amas-Me?”

  Pedro sentiu-se incomodado pela insistência, mas Jesus ainda repetiu uma terceira vez: “Pedro, amas-Me?” Sem amá-Lo de todo coração, mais do que qualquer coisa, Pedro jamais cumpriria, de fato, a missão. Jesus – mais nada – deveria ocupar o primeiro lugar nos projetos e objetivos do discípulo.

  Três vezes Pedro negara o Mestre. Por isso, três vezes Jesus o fez refletir, até seu coração pertencer inteiramente a Ele. Finalmente, Pedro estava apto para apascentar ovelhas.

  Ao nosso redor há um vasto rebanho de ovelhas. Para algumas, talvez esteja tudo bem pastar nos gramados sujos e cheios de ervas daninhas deste mundo mau. Muitas não conhecem os perigos que as rondam. Outras ignoram um Salvador e a esperança de um mundo melhor. Por isso, o Bom Pastor nos convida a apascentar Suas ovelhas. Ele chama mães, esposas, amigas, filhas, para que apascentem os filhos, o marido, a mãe, a colega de trabalho, a irmã da igreja, a vizinha…

  A pergunta repetida a Pedro e o convite são feitos a nós também: “Amas-Me, mais do que tudo o que tens? Apascenta as Minhas ovelhas.”

  Você já se esquivou desse convite? Talvez tenha se sentido indigna, despreparada ou não tenha dado importância a ele. O Mestre não está preocupado se somos indignas ou capacitadas, mas disponíveis, pois Ele nos instrui e nos habilita para o trabalho.

  Permita que o Bom Pastor seja o centro de seu coração e aceite o Seu convite. Ele a capacitará a amar, conduzir, tocar, influenciar e finalmente ver no Céu cada ovelha que cruzou o seu caminho.


*Quinta-feira, 14 de janeiro*


      *A primazia dos excluídos*


  *Os publicanos e as prostitutas estão entrando antes de vocês no Reino de Deus. Mateus 21:31*


  Andressa queria fama e dinheiro. Filha de mãe adolescente e de família desfeita, casou-se aos 15 anos e foi mãe aos 17. Com pouco mais de 20 anos, sem dinheiro, viu na popularidade a solução de suas carências. E, num bordel, iniciou a vida que a levaria ao submundo da prostituição de luxo, das drogas, overdoses, bebidas, cirurgia plásticas, dos pensamentos suicidas e quase da morte.

  Andressa Urach tornou-se personagem polêmica da mídia brasileira e protagonista de reportagens nos principais veículos de comunicação do mundo no final de 2014. Em seu livro Morri Para Viver, ela conta como alcançou os extremos da obsessão pelos valores mais fúteis da vida, transformando o corpo em objeto barato, abrindo sua intimidade para centenas de homens, jogando fora sua honra como se fosse lixo. O excesso de anabolizantes e o hidrogel quase ceifaram sua vida. No hospital, confrontando seu passado vergonhoso, achou que, se Deus existisse, nunca a perdoaria.

  Entretanto, no fundo do poço, Deus a buscou, e ela O reconheceu, entendendo que os nascidos de Deus não são compostos por santos que nunca pecaram, mas por pecadores que pela compaixão divina venceram seus pecados. “Quem não tem o direito de começar de novo?”, diz ela. “De tentar ser um ser humano melhor? Eu escolhi recomeçar.” Andressa hoje testemunha na mídia e nos presídios, levando esperança aos perdidos.

  No tempo de Jesus, os fariseus não acreditavam que publicanos e prostitutas se arrependessem. Assim, imagine o susto deles quando ouviram de Cristo que essas pessoas os precederiam no reino celestial.

  Nessa afirmação, Jesus priorizou os excluídos: pessoas que não se sentiriam bem na igreja por causa do preconceito, os rejeitados por não seguirem as normas do bom comportamento e as pessoas que muitas vezes olhamos com desdém.

  Por que esses excluídos precederiam os demais? Porque admitem sua necessidade espiritual, estão abertos ao convite de Jesus e creem Nele.

  E hoje? Será que nos consideramos tão boas que não sentimos a necessidade de um relacionamento pessoal com Deus?

  Que possamos ir à cruz cada dia confrontar nossa pequenez com Sua grandeza e receber Seu perdão diário.

  Aceite aqueles que erram e necessitam de Cristo e de você.


*Sexta-feira, 15 de janeiro*


      *Apreço próprio*


  *Que é o homem, para que com ele Te importes? [...] Tu o fizeste um pouco menor do que os seres celestiais e o coroaste de glória e de honra. Salmo 8:4, 5*


  Era dia de prova prática na turma do 3° semestre de Enfermagem. Formamos duplas para cada um aplicar as injeções de soro fisiológico no colega. Com 19 anos, de branco dos pés à cabeça, fiz todo o preparo, mas estava tensa com a ideia de furar alguém.

  Então a professora se aproximou, perguntou por que eu tremia e insinuou:

  – Você deveria pensar se realmente quer ser enfermeira. Talvez devesse fazer outra coisa…

  Eu desejava muito ser enfermeira. Era aluna disciplinada e tinha boas notas. Não entendi a sugestão dela.

  Apliquei as injeções e saí do laboratório chorando. Nunca mais voltaria. Permiti que aquela atitude destruísse meu sonho da enfermagem.

  Contudo, eu estaria sendo parcial não reconhecendo que também era responsável pelo desfecho desta história. Com uma autoestima assertiva, jamais teria abandonado o curso que escolhera, nem teria me permitido acreditar no rótulo de incapaz, mesmo nervosa durante a prova.

  Nossos algozes não são os únicos responsáveis por nossos fracassos, mas a própria autoestima. Ela está por trás de nossa forma de reagir às contrariedades, define como damos e recebemos amor, nossas atitudes nos relacionamentos, as escolhas construtivas ou destrutivas que fazemos e as pessoas que escolhemos para estarem perto de nós. A baixa autoestima está por trás da dificuldade de colocar limites e de nosso descontentamento e infelicidade.

  Autoestima ou amor-próprio se forma a partir de nossas necessidades preenchidas quando crianças: valor, atenção, aceitação, significado, propósito, objetivos, conexão com algo maior do que nós, estímulo, intimidade, conexão com os outros e segurança. Crianças que recebem críticas, rejeição, falta de limites para aprender a lidar com a frustração e as perdas podem ter seu desenvolvimento emocional comprometido na fase adulta.

  Quando o mandamento diz para amar o próximo como a si mesmo, deixa claro que primeiro precisamos aprender a amar a nós mesmas. Qual é o tamanho do apreço que você tem por si mesma? Não permita que a baixa autoestima corroa seus sonhos, enfraqueça seu valor e determine seu fracasso. Aprenda a amar quem Jesus ama tanto e por quem chegou a dar a vida: você.


*Sábado, 16 de janeiro*


      *Dormindo na tempestade*


  *“Aquiete-se! Acalme-se!” O vento se aquietou, e fez-se completa bonança. Marcos 4:39*

  Era finalzinho da tarde, e Jesus estava cansado. Durante todo o dia havia curado, ensinado e ajudado uma multidão de pessoas aglomeradas ao Seu redor. Mal tivera tempo para comer. Fora isso, a crítica perversa e a calúnia dos fariseus tornavam-Lhe o trabalho mais pesado.

  Então Ele decidiu descansar do outro lado do lago, onde havia poucas habitações. A multidão foi despedida. Jesus e Seus discípulos entraram no barco. Vencido pela fome e pelo cansaço, Ele Se deitou na popa e adormeceu.

  Havia anoitecido. Nuvens escuras e o vento forte anunciavam uma grande tempestade. Ondas fortes começaram a bater contra o barco, enchendo-o de água, quase o afundando. Acostumados à vida de pescadores, tempestades não eram novidade para os discípulos. Mas, daquela vez, tudo o que sabiam parecia nada valer. Visivelmente desesperados, lembraram-se da presença de Jesus no barco. Chamaram o Mestre, mas Ele nem Se mexeu. Sentindo-se abandonados, eles perceberam, incrédulos, que Jesus dormia.

  Como Ele conseguia isso? Inconformados, os discípulos O acordaram. Serenamente, sem uma nota de desespero, Jesus ergueu as mãos e, sob Sua ordem, o mar se acalmou.

  Jesus não Se manteve acima do desespero por ser Deus, mas porque confiou no amor e cuidado do Pai.

  De vez em quando estamos envoltas em preocupações imaginárias e reais, não é mesmo? Elas não são necessariamente um mal. Podem significar força, interesse e valorização pela vida. Entretanto, acabamos nos tornando reféns da preocupação excessiva, esgotamos a energia física e emocional. E terminamos infelizes e doentes.

  Dormir durante uma tempestade, como o Mestre, é ter a tranquilidade de que sua parte foi feita, somada à confiança de que Alguém maior cuidará do restante, ainda que de modo diferente do que você gostaria. Dormir na tempestade é reconhecer que você não está sozinha. Há um Deus repleto de amor velando por você, interessado em todas as suas questões.

  Por isso, siga Seu exemplo. Coloque suas preocupações nas mãos do generoso Pai e descanse. Durma embalada pela confiança de que Ele está acima de quaisquer problemas. Ele pode controlar a situação e seu ansioso coração, se você Lhe permitir.

Report Page