Meditação Diária 2021 - Até que Ele Volte

Meditação Diária 2021 - Até que Ele Volte

JANEIRO 2021
JANEIRO 2021


*Sexta-feira, 1° de janeiro*


      *Ano novo*


  *Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. 2 Coríntios 13:5*


  O novo ano já se apresentou; antes, porém, de saudarmos sua chegada, nós nos detemos para perguntar: Qual foi a história do ano que, com seu fardo de recordações, passou agora para a eternidade? […] Deus não permita que nesta hora importante fiquemos tão absorvidos em outras questões que não dediquemos tempo a uma séria, sincera e criteriosa introspecção! Sejam as coisas menos importantes relegadas a segundo plano, e demos agora prioridade àquilo que diz respeito aos nossos interesses eternos. […]

  Nenhum de nós pode, em sua própria força, representar o caráter de Cristo; mas, se Jesus vive no coração, o espírito que Nele habita se revelará em nós; será suprida toda a nossa deficiência. Quem procurará, no começo deste novo ano, obter nova e genuína experiência nas coisas de Deus? Corrijam os seus desacertos na medida das possibilidades. Confessem seus erros e pecados uns aos outros. Seja removida toda amargura, ira e malícia; que a paciência, a longanimidade, a bondade e o amor tornem-se uma parte de seu ser; então, tudo o que é puro, amável e de boa fama se desenvolverá em sua experiência. […]

  Devemos, individualmente, cultivar a graça de Cristo, ser mansos e humildes de coração, e firmes, resolutos e constantes na verdade, pois só assim poderemos crescer em santidade e ser habilitados para a herança dos santos na luz. Comecemos o ano com a total renúncia do próprio eu; oremos por claro discernimento, […] para que, em todas as ocasiões e em todos os lugares, sejamos testemunhas de Cristo.

  Nosso tempo e talentos pertencem a Deus e devem ser usados para a Sua honra e glória. Deve ser nosso determinado e anelante esforço permitir que a luz brilhe através de nossa vida e caráter a fim de iluminar o caminho para o Céu, para que outras pessoas sejam atraídas do caminho largo para o caminho estreito da santidade. […]

  Necessita-se de homens competentes na igreja, trabalhadores bem–sucedidos na vinha do Senhor, homens e mulheres que trabalhem para que a igreja seja transformada à imagem de Cristo, em vez de se conformar aos costumes e práticas do mundo. Temos tudo a ganhar ou perder. Que estejamos ao lado de Cristo; o lado vitorioso; trabalhando fielmente para o Céu (Signs of the Times, 4 de janeiro de 1883).

Ellen G. White, 1o/1/2013


*Sábado, 2 de janeiro*


      *Paz na tempestade*


  *Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal nenhum, porque Tu estás comigo. Salmo 23:4*


  Erasmo de Rotterdam, o maior intelectual europeu do século 16, viu-se, certa vez, face a face com a morte durante uma viagem marítima. O veleiro no qual viajava encalhou e começou a despedaçar. Quase todos a bordo reagiram histericamente. Alguns passageiros invocavam seus santos, implorando auxílio, outros cantavam hinos ou oravam em voz alta.

  No entanto, Erasmo notou alguém que agiu de modo diferente. “De todos nós”, escreveu ele, “quem permaneceu com mais serenidade foi uma jovem mulher que segurava em seus braços um bebê, ao qual estava amamentando. Ela foi a única que não gritou, chorou ou negociou com o Céu. A única coisa que fez foi orar calmamente, em voz baixa, enquanto abraçava com

firmeza o bebê.”

  Erasmo entendeu que aquela oração era apenas uma continuação da vida regular de comunhão daquela senhora. Ela não pediu favores especiais. Simplesmente confiava em Deus.

  Quando o barco começou a afundar, a jovem mãe foi colocada numa prancha, deram-lhe um pedaço de mastro para ela usar como remo, e despacharam-na para o meio das ondas. Precisava segurar o bebê com uma das mãos, enquanto tentava remar com a outra. Poucos acreditavam que ela pudesse sobreviver à forte arrebentação.

  No entanto, sua fé e coragem lhe valeram nesse momento difícil, e ela e o bebê foram os primeiros a chegar à praia. Erasmo jamais se esqueceu da calma daquela mãe ao enfrentar uma situação tão difícil. Ela não se entregou ao desespero nem se apegou a deuses falsos. Seu único auxílio e esperança estavam em Deus. Não em um Deus de última hora, a quem a maioria recorre em caso de emergência, mas no Deus com quem convivia diariamente, em uma relação de fé e amizade.

  Estamos nós preparados para desfrutar paz em meio à tempestade? Confiamos em Deus sem reservas, mesmo quando nosso barco parece afundar?

  Reconheçamos nossa fragilidade, segurando a mão do Pai, nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente, não só nas tribulações, mas em todos os momentos da vida.

Rubem Scheffel, 9/7/2010


*Domingo, 3 de janeiro*


      *25 graus negativos*


  *Vim do Pai e entrei no mundo; todavia, deixo o mundo e vou para o Pai. João 16:28*


  O início de 1999 foi gelado no estado de Michigan. Neve acumulada, neve caindo, a temperatura atingiu 25 graus negativos. Estávamos chegando ali e, para alguém acostumado ao verão tropical, dava para notar uma “pequena” diferença. Os amigos brasileiros foram incrivelmente solidários. Entre outras coisas, saíram comigo para comprar um carro. Porém, chegou o dia de nossos filhos irem para a escola, e eu ainda não havia conseguido o automóvel. A Larissa, nossa garotinha de oito anos, estava assustada. Afinal, seria seu primeiro dia de aula em um país estrangeiro. “Filha, você não pode deixar de estudar, mas eu estarei ao seu lado”, prometi.

  De manhã, o característico ônibus amarelo chegou, minha esposa a colocou na condução, e eu não estava lá. Mas havia um motivo: estava transpondo a neve, rumo à escola, que ficava a uns três quilômetros de distância. Como eu não podia ir no ônibus, fui a pé. Quando a Larissa chegou à escola, dei-lhe um beijo e a levei para a sala de aula. Fiquei ali até ela se tranquilizar.

  Enfrentar 25 graus negativos para acalmar minha menina foi mais do que natural. Não fiz isso porque gostasse de andar na neve ou porque imaginasse que um dia poderia contar esta pequena história num devocional. Enfrentei a neve porque a amo.

  Fico pensando na jornada que Deus fez para nos tranquilizar. Em Cristo, Ele cruzou o espaço gelado e hostil a fim de estar conosco. O texto de hoje diz que o Filho veio do Pai e entrou no mundo, a grande escola da vida. Isso pode dar a impressão de que o Pai ficou no Céu apenas observando nossos temores. A realidade é outra: Deus estava em Cristo, que veio estar conosco.

  O próprio Jesus enfrentou Seu dia de ir para a “escola”, a cruz, e sentiu-Se solitário. No mesmo contexto, depois de dizer que os discípulos O deixariam sozinho, Jesus completa: “Não estou só, porque o Pai está Comigo” (Jo 16:32). Deus não nos deixa sozinhos nem quando todos nos abandonam.

  Ao embarcarmos rumo ao desconhecido, Deus nos tranquiliza. Ele não nos libera do aprendizado, mas promete estar ao nosso lado. Jesus acrescenta: “Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em Mim” (Jo 16:33). Só a presença de Deus conosco pode pacificar nosso coração. Hoje, se você precisar tomar um ônibus amarelo, vermelho ou sem cor para a “escola”, não tenha medo. O Pai estará lá esperando para dar-lhe um beijo, ainda que Ele tenha que enfrentar 25 graus negativos ou cruzar toda a neve do Universo.

Marcos De Benedicto, 26/1/2016


*Segunda-feira, 4 de janeiro*


      *“Ele não é pesado”*


  *Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Gálatas 6:2*


  Se você visitar a Cidade dos Meninos, fundada pelo padre Flanagan perto de Omaha, estado de Nebraska, verá uma estátua interessante, logo na entrada. O monumento representa dois meninos que um dia foram encontrados pelo padre. Um dos dois, com um sorriso radiante, carrega nas costas o outro, mais novo, que não pode andar. O padre perguntou ao mais velho se ele nunca se cansava de carregar seu companheiro. A resposta do menino é a memorável inscrição gravada na estátua: “Ele não é pesado; é meu irmão.”

  A essência do cristianismo é o amor, expresso em palavras de ânimo, atos de bondade e ações caridosas. O amor sempre se revela em ações. O apóstolo João escreveu: “Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a Sua vida por nós; e devemos dar nossa vida pelos irmãos” (1Jo 3:16). Jesus revelou Seu amor na cruz. Cada gota de sangue nos fala de um amor que vai até o limite.

  À luz desse amor, depomos nossa vida em amor, derramando-a em sacrifício pelos outros. Na cruz, também nós nos entregamos. Entregamo-nos não apenas a Jesus em sacrifício, mas à vasta comunidade cristã, por meio do serviço. “O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 470). “O amor não pode existir sem revelar-se em atos exteriores, assim como o fogo não pode ser mantido aceso sem combustível” (Ellen G. White, Testemunhos Para Igreja, v. 1, p. 695). “O dever tem um irmão gêmeo – o amor” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 62).

  O amor sem ação ou sem dever é mero sentimentalismo. O dever sem amor é enfadonho. É rígido legalismo. O amor de Cristo transbordando em nosso coração alcança as pessoas ao nosso redor com atos de bondade. Nossa maior alegria é sermos bênçãos para os outros. Levar seus fardos não é um jugo irritante; é uma oportunidade muito bem-vinda de servir. O serviço é um glorioso ministério quando andamos nas pegadas Daquele “que não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20:28).

  Como o garoto da Cidade dos Meninos, digamos sobre nosso semelhante: “Ele não é pesado; é meu irmão.”

Mark A. Finley, 12/6/2006


*Terça-feira, 5 de janeiro*


      *Pequenas coisas*


  *Quem é fiel no pouco também é fiel no muito. Lucas 16:10*


  É a atenção cuidadosa ao que o mundo chama de “pequenas coisas” que torna a vida um sucesso. Pequenas ações de caridade, pequenos atos de abnegação, proferir singelas palavras de ajuda, estar atento contra pequenos pecados, isso é cristianismo. O grato reconhecimento das bênçãos diárias, o sábio aproveitamento das oportunidades cotidianas, o cultivo diligente dos talentos confiados às pessoas, isso é o que o Mestre requer.

  Aquele que realiza fielmente pequenos deveres estará preparado para atender às demandas de maiores responsabilidades. O homem que é bondoso e cortês na vida diária, que é generoso e paciente em sua família, e cujo constante objetivo é tornar o lar feliz, será o primeiro a negar-se a si mesmo e a fazer sacrifícios quando o Mestre chamar. […]

  A mais longa caminhada é efetuada dando um passo de cada vez. A sucessão de passos nos conduz ao fim da estrada. A corrente mais longa se compõe de elos separados. Se um desses elos for defeituoso, a corrente será inútil. Assim é com o caráter. O caráter equilibrado é formado por atos singulares e bem realizados. […]

  A obra de Deus é perfeita como um todo porque é perfeita em cada uma de suas partes, por mais diminuta que seja. Ele forma a pequenina haste de capim com tanto cuidado como o que exerceria na formação de um mundo. […]

  O que precisa ser feito merece ser feito com capricho. Qualquer que seja seu trabalho, faça-o fielmente. Fale a verdade no tocante às mínimas

coisas. Pratique cada dia atos cheios de amor e profira palavras animadoras. Espalhe sorrisos ao longo da estrada da vida. Se você proceder dessa maneira, Deus lhe dará Sua aprovação, e um dia Cristo lhe dirá: “Muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25:21).

  No dia do juízo, os que foram fiéis em sua vida diária, que foram perspicazes em ver seu trabalho e realizá-lo, não pensando no louvor ou lucro, ouvirão as palavras: “Vinde, benditos de Meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo” (Mt 25:34). Cristo não os elogia pelos discursos eloquentes que proferiram, pelo poder intelectual que manifestaram, ou pelas doações liberais que fizeram. É por efetuarem pequenas coisas que geralmente são passadas por alto que eles são recompensados

(The Youth’s Instructor, 17 de janeiro de 1901).

Ellen G. White, 28/11/1992


*Quarta-feira, 6 de janeiro*


      *Amigos de Jesus*


  *Eu lhes ordeno que se amem uns aos outros como Eu amo a vocês. E esta é a maneira de medir o amor – o maior amor é demonstrado quando uma pessoa entrega a vida pelos seus amigos; e vocês são os Meus amigos, se Me obedecerem. João 15:12-14, A Bíblia Viva*


  Quando as pessoas perguntavam a Charles Kingsley o segredo de sua vida bem-sucedida, ele respondia: “Eu tenho um Amigo.” Ele havia levado a sério a declaração de Jesus: “Vocês são os Meus amigos.” Amigo de Jesus! Não consigo pensar em nenhuma honra mais elevada ou privilégio maior.

  Quando o rapazinho escocês Robert Moffatt saiu de casa, sua mãe o acompanhou por um pedaço do caminho. Então parou para despedir-se e acrescentou:

  – Robert, quero que você me prometa uma coisa.

  – O quê? – perguntou ele.

  – Prometa-me uma coisa! – insistiu ela com ternura.

  – A senhora precisa me dizer o que é, antes de eu prometer.

  – Robert – disse ela –, é algo que você pode fazer facilmente. Prometa isso a sua mãe.

  Ele olhou o rosto dela e disse:

  – Está bem, mamãe; farei qualquer coisa que a senhora quiser.

  Ela cruzou as mãos por trás da cabeça dele, trouxe o rosto do filho para perto do dela e disse:

  – Robert, você está saindo para um mundo mau. Comece cada dia com Deus. Termine cada dia com Deus.

  Ela o beijou. Aquele beijo tornou Jesus o amigo de Robert Moffatt. E com seu Amigo sempre ao lado, Moffatt se tornou o homem que conquistou a

África para Cristo.

  Não foi a pregação de Moffatt que mudou a África; foi a sua vida. E a fonte do seu poder repousava na promessa que ele fizera à sua mãe de começar e terminar cada dia com Deus. O começo e o fim determinavam o que vinha no meio.

  Em resposta aos que alegam que “Cristo não faz muita diferença na vida”, a própria vida de uma pessoa que é verdadeiramente amiga de Cristo testifica: “Ele faz toda a diferença no mundo.” Assim, quando você for amigo de Jesus, Ele mudará o mundo por seu intermédio!

Daniel Guild, 6/7/2004


*Quinta-feira, 7 de janeiro*


      *É apenas o começo*


  *Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel? Êxodo 3:11*


  Para Deus, nossas aparentes derrotas são claras vitórias. Essa realidade está registrada em toda a Bíblia. Gosto de observar a forma como isso é destacado na história de Moisés. Muitas vezes, as coisas penderam para um fim dramático. O inimigo parecia comemorar dizendo: “É o fim!” Deus, porém, permitia que uma grande porta se abrisse para dizer: “É apenas o começo.”

  Moisés nasceu escravo, num período em que todos os meninos hebreus deveriam ser mortos. Naquele momento, tudo parecia acabado. Dava para imaginar o inimigo dizendo: “Agora é o fim!” Pouco tempo depois, ao ser encontrado e adotado pela filha de Faraó, Moisés passou a ter não apenas garantia de vida, mas também o cuidado da própria família. Era como se Deus dissesse: “É apenas o começo das bênçãos que tenho para ele.”

  Quando o menino cresceu, e sua mãe precisou devolvê-lo à filha de Faraó, o inimigo parecia dizer: “Agora, sim, é o fim!” Apesar disso, no período em que o jovem Moisés esteve no palácio, foi educado pelos melhores mestres, para mais tarde escrever a história de Jó e os cinco primeiros livros da Bíblia. Era como se Deus estivesse dizendo: “É apenas o começo.”

  Quando Moisés matou o egípcio e fugiu para o deserto, parecia que o inimigo tinha razão em dizer: “Agora, realmente, é o fim!” Por outro lado, quando Deus o chamou na sarça ardente, após 40 anos e mostrando diferentes milagres, estava dizendo: “Isso é apenas o começo do que vou fazer por intermédio dele.”

  Quando o povo estava diante do Mar Vermelho, preso entre as montanhas e o exército de Faraó, o inimigo estava comemorando: “Agora será o fim!” Mas Deus abriu o mar, o povo passou em terra seca e começou a jornada de conquista da Terra Prometida. Foi como se Deus estivesse dizendo: “Isso foi apenas o começo!”

  Quando Moisés feriu a rocha e perdeu o direito de entrar na Terra Prometida, o inimigo acreditou: “Agora, sim, chegou o fim!” Então, do alto do monte Nebo, Moisés contemplou toda a terra, morreu, foi ressuscitado e levado ao Céu. E Deus confirmou: “Realmente, é apenas o começo.”

  E assim pode ser conosco também. Tenha essa certeza sempre com você, durante suas atividades, planos e desafios pessoais. A vitória de Cristo torna nossas dificuldades apenas o começo de novas oportunidades e vitórias.

Erton Köhler, 24/9/2019


*Sexta-feira, 8 de janeiro*


      *Bem-aventurado ou feliz?*


  *Felizes são vocês, os pobres, porque o Reino de Deus é de vocês. Lucas 6:20, NTLH*


  Cada uma das bem-aventuranças de Jesus em Mateus e Lucas começam com a palavra grega makarios. Essa expressão é traduzida em português de várias maneiras, incluindo “bem-aventurados” (ARA, ARC, NVI) e “felizes” (NTLH, BV). Existe a ideia de que crentes em Jesus devem ser felizes, pois são cidadãos do reino de Deus.

  No entanto, “felizes” é uma tradução inadequada para makarios, porque a maioria de nós vê a felicidade como um estado subjetivo. Isto é, felicidade é como nos sentimos. Sentimo-nos tristes ou felizes.

  A vida do cristão não pode ser fundamentada em algo subjetivo. Certa vez um rapaz veio até meu escritório totalmente frustrado porque não se sentia feliz. Esses sentimentos o haviam levado a um profundo desânimo espiritual. Afinal, Jesus não disse repetidas vezes que Seus seguidores são felizes? Se ele não estava feliz, não devia ser um cristão. Essa era sua conclusão. Algo devia estar errado em sua vida, mas ele não conseguia imaginar o que era. Como uma pessoa sincera, ele estava desesperado.

  Expliquei a meu amigo estudante que ele havia entendido tudo errado. Aceitar a Deus não se relaciona com sentimentos subjetivos de felicidade ou tristeza, mas no fato objetivo de que Jesus morreu pelos nossos pecados e que todos os que aceitam Seu sacrifício pela fé recebem a graça salvadora e são adotados na família de Deus. Em outras palavras, ele era um bem-aventurado independentemente do modo como se sentisse.

  Embora eu possa não me sentir feliz por estar sendo “perseguido por causa da justiça” (Mt 5:10), posso ainda ter paz porque tenho sido abençoado por Jesus. Essa é a realidade. Enquanto existe a consciência de que posso ser feliz por causa dessa paz de coração, a bem-aventurança é mais do que felicidade. “Bem-aventurados”, disse Jesus, “os humildes de espírito, porque deles é o reino dos Céus” (Mt 5:3).

George R. Knight, 7/1/2001


*Sábado, 9 de janeiro*


      *Em vão*


  *Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. Salmo 127:1*


  “Sou o rei do mundo, sou o maior”, gritava o jovem boxeador no dia 25 de fevereiro de 1964, diante das câmeras de TV no quadrilátero do Miami Beach Convention Hall. Mohamed Ali acabava de se tornar campeão dos pesos pesados com apenas 22 anos. “O mundo inteiro está a meus pés, escrevam isso”, disse aos jornalistas.

  E era verdade. Naquele ano, o mundo inteiro estava a seus pés. Em 1996, o mundo inteiro o viu enfraquecido, por ocasião das Olimpíadas de Atlanta. Mal conseguia acender a tocha olímpica. Evidentemente, não era mais o “rei do mundo” nem o “melhor”. Estava envelhecido e deteriorado pelo Mal de Parkinson.

  O salmista previa algo semelhante a isso ao afirmar: “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.” Não se atreva a viver sem a certeza de que Jesus está no controle de seus empreendimentos. Seu trabalho, esforço e dedicação só terão sentido se “o Senhor construir a casa”.

  Pense grande. Olhe longe. Trabalhe, mas pergunte-se: Quem está no centro dos meus planos? Isso é vital. Outro dia, um milionário excêntrico reuniu seus amigos para passar o réveillon em seu iate de 10 milhões de dólares e gastou a bagatela de um milhão de dólares na festa. Naquela noite, os fogos de artifício iluminaram a escuridão no mar do Caribe, e todos levantaram as taças de champanhe, desejando “saúde, dinheiro e amor”, mas dezembro do ano seguinte não chegou para ele. Um infarto fulminante ceifou sua vida no mês de junho.

  A vida humana é frágil como a flor. Hoje é, amanhã não é mais. Murcha como a erva do campo. Desaparece como a nuvem levada pelo vento. Portanto, coloque Deus no fundamento de seus projetos porque, sem Ele, “inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde” (Sl 127:2).

  Trabalhe em sociedade com Deus. O homem do campo ara a terra e planta a semente. Mas se Deus não fizer sair o sol e cair a chuva, de que serve todo o trabalho? Assim acontece em outras áreas da vida. “Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam.”

Alejandro Bullón, 3/1/2007


*Domingo, 10 de janeiro*


      *O incomparável Jesus Cristo*


  *E toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai. Filipenses 2:11*


  O impacto de Jesus sobre a história e a vida de homens e mulheres é inigualável. Muitos governantes, líderes militares, políticos, gênios, artistas, filósofos e teólogos vieram e se foram. Alguns entraram para a história. Mas todos eles estão soterrados nas areias do tempo. Apenas Cristo permanece tão atual como o jornal que vai sair amanhã. Ele inspirou milhares de livros e músicas. Seu lugar entre todos os nomes é insuperável.

  James Allan Francis escreveu uma belíssima página sobre Jesus Cristo, com o título “Uma Vida Solitária”:

  “Ele nasceu numa vila obscura, filho de uma camponesa. Cresceu em outra vila, onde trabalhou numa carpintaria até os 30 anos. Então por três anos foi um pregador itinerante. Nunca escreveu um livro. […] Nunca teve uma família ou possuiu uma casa. Ele não cursou uma faculdade. […] Nunca viajou mais de 350 quilômetros além do lugar onde nasceu. Não fez qualquer uma daquelas coisas que normalmente associamos com grandeza. Tinha apenas 33 anos quando a maré da opinião pública se ergueu contra Ele. Seus amigos O abandonaram. Foi entregue aos inimigos e suportou o escárnio de um julgamento injusto. Foi pregado numa cruz entre dois ladrões. Enquanto morria, Seus executores disputavam Seu manto, Sua única propriedade. Depois de morto, foi colocado em um túmulo emprestado pela piedade de um amigo.

  “Dezenove séculos vieram e se foram. Hoje Ele permanece como o personagem central da humanidade, o líder de todo avanço humano. Todos os exércitos que já marcharam, todos os navios que já navegaram, todos os parlamentos que já se reuniram, todos os reis que já reinaram, colocados juntos, não tiveram sobre a vida dos homens neste planeta o impacto que teve essa única vida solitária.”

  De muitas maneiras, Seus inimigos têm tentado transformá-Lo em um mito e descaracterizar Sua identidade exclusiva. Filmes e canções irreverentes, produtos da ficção humana, surgem de tempos em tempos. Nisso eles não ficam muito longe dos Seus inimigos clássicos: Anás, Caifás, o Sinédrio, Herodes, Pilatos, fariseus e saduceus. Mas Jesus permanece e tem a última palavra sobre a vida e a morte. Seja hoje uma testemunha Dele, onde você estiver.

Amin A. Rodor, 16/4/2014


*Segunda-feira, 11 de janeiro*


      *Crescimento em Cristo*


  *Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo Naquele que é a cabeça, Cristo. Efésios 4:15, NVI*


  No crescimento espiritual, somos desafiados a sair de onde estamos para um estágio melhor. Falando desse esforço, o apóstolo Pedro diz: “Por isso mesmo, empenhem-se para acrescentar à sua fé a virtude, à virtude o conhecimento; ao conhecimento o domínio próprio; ao domínio próprio a perseverança; à perseverança a piedade; à piedade a fraternidade; e à fraternidade o amor” (2Pe 1:5-7, NVI).

  No início dessa epístola, Pedro apresenta uma escada de crescimento cristão e no fim da carta diz: “Cresçam, porém, na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo” (2Pe 3:18, NVI). Sem ferir a seriedade do texto, poderíamos chamar essas características de “suplemento espiritual”. Por isso, o apóstolo recomenda que sejam acrescentadas à fé. Ele menciona sete suplementos.

  O primeiro degrau no crescimento espiritual é a virtude, excelência moral. O segundo é o conhecimento, especialmente a educação espiritual. Segue-se o domínio próprio ou autocontrole, a capacidade de conter e dominar nossos desejos. Depois do domínio próprio, vem a perseverança, ou seja, aprender a continuar com paciência. A piedade, o amor fraternal e o amor desinteressado são os últimos. Devemos crescer espiritualmente em cada um desses sete degraus.

  Com essa escada, o apóstolo apresenta outros conceitos relacionados ao crescimento cristão. O primeiro é o poder de Deus. Ele diz: “Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos” (2Pe 1:3, NVI). Vou subir essa escada, vou crescer, não pelo meu próprio poder, mas pelo poder de Deus. “É Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade Dele” (Fp 2:13, NVI).

  O segundo conceito é o do empenho humano. Além do poder divino, também existe o esforço humano: “Portanto, irmãos, empenhem-se ainda mais para consolidar o chamado e a eleição de vocês” (2Pe 1:10, NVI). Como disse Bradley Nassif: “A graça se opõe ao mérito, mas não ao esforço.” Deus vai fazer tudo para minha salvação, menos a minha parte. Agora que você foi salvo, pode ir a Deus e perguntar: “Senhor, o que devo fazer? Mostra-me a Tua vontade. Dá-me ideia do que devo ou não fazer para crescer na graça.”

José Maria Barbosa Silva, 25/2/2011


*Terça-feira, 12 de janeiro*


      *Quem é o meu próximo?*


  *Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores? Lucas 10:36*


  Em resposta à pergunta do doutor da lei, Jesus contou a parábola do bom samaritano. Se perguntarmos “quem é o meu próximo?”, claramente estamos indicando que deve haver aqueles que não são considerados próximos. Com essa pergunta, o escriba requeria uma regra para a discriminação. Mas Jesus não lhe ofereceu isso.

  Jesus respondeu com uma história: “Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores” (Lc 10:30). Semimorto e coberto de sangue, é impossível identificá-lo. Quem é ele? Qual seria seu nome e profissão? Seria rico ou pobre? Era filho de quem? Judeu ou samaritano? Essas são perguntas que gostamos de fazer. Jesus, porém, não Se preocupa com esses detalhes. O homem estava inteiramente nas mãos “do outro”. Por ali passaram um sacerdote e um levita, depois das atividades religiosas no templo, em Jerusalém. Viram o homem em necessidade, mas seguiram adiante. Na sequência, poderíamos esperar que o herói fosse um leigo israelita. Jesus, contudo, introduz uma figura completamente inesperada: um samaritano. Em Seus dias, os samaritanos não eram vistos como bons.

  Esse é o único “não religioso” da história. Com isso, Jesus desfere um poderoso golpe em todo preconceito e complexo de superioridade. A ação do samaritano é a perfeita representação do amor ao próximo. “Compadeceu-se dele” (Lc 10:33). Utilizou as provisões de sua viagem para servir ao desconhecido. Levou-o para uma estalagem, “tratou dele” (Lc 10:34) e prometeu cobrir gastos adicionais. Note, então, a pergunta: “Qual dos três foi o próximo?” Você percebe o que Jesus está dizendo? O próximo não é o que recebe a ação, mas aquele que a pratica. O sacerdote e o levita eram apenas personagens, encenando a religião. Segundo Jesus, nós não escolhemos quem é nosso próximo, apenas agimos ou não como tal. A questão fica definida para sempre.

  “Qual dos três foi o próximo?” O mestre da lei evita mesmo pronunciar a desprezada palavra “samaritano” e utiliza uma evasiva: “O que agiu com misericórdia.” Ele recebeu a resposta não esperada: demonstre misericórdia mesmo aos inimigos, como o samaritano. E isso é possível apenas quando a vida é dominada pelo princípio do amor, a evidência de que conhecemos o segredo da vida eterna. Para o Senhor, a questão real não é “quem é o meu próximo?”, mas “quem sou eu?” Sou pessoa ou personagem?

Amin A. Rodor, 12/9/2014


*Quarta-feira, 13 de janeiro*


      *Salvação gratuita*


  *Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6:23*


  Govinda era um estudante de medicina na Índia. De volta para casa nas férias, ele aceitou o convite do Dr. Sundaram para assistir a estudos bíblicos. A princípio, participava apenas por curiosidade. Depois começou a se aborrecer ao ouvir o mestre cristão explicar que Deus considera a justiça do homem como trapo de imundícia e que a vida eterna é um dom somente para aqueles que aceitam a Cristo.

  – Qual é o valor, então, de meus sacrifícios, meus labores e boas obras?

  Mesmo que o estudo lhe contrariasse, ele gostava do Dr. Sundaram e, quando chegou o dia de voltar à universidade, fez-lhe uma visita de despedida. Levou uma planta rara e pediu ao professor que a recebesse como presente.

  – Govinda, eu tenho que lhe pagar o que custou essa planta – disse o doutor. Govinda ficou corado. Um pouco magoado, ele respondeu:

  – Dr. Sundaram, a planta é um presente, não está à venda.

  O doutor o olhou seriamente e disse:

  – Govinda, eu aceito a planta como uma dádiva e lhe agradeço por ela. Agora, meu rapaz, peço-lhe que aceite o oferecimento da salvação do mesmo modo, lembrando que é também uma dádiva que não se compra.

  Depois de meses de luta, aquele valente rapaz aceitou o dom gratuito de Deus e começou a se preparar para contar a outros essas boas-novas.

  A salvação é um dom gratuito de Deus. Não a podemos adquirir com boas obras, penitências ou sacrifícios. Como diz o Salmo 49:7 e 8: “Ninguém pode salvar a si mesmo, nem pagar a Deus o preço da sua vida, pois não há dinheiro que pague a vida de alguém. Por mais dinheiro que uma pessoa tenha” (NTLH).

  Fere o orgulho humano receber a salvação como um dom gratuito. Toda religião pagã leva em sua bandeira o lema: “Salvação pelas obras”. Somente aquele que reconhece a santidade de Deus e a gravidade do pecado começa a compreender por que somente o sangue de Cristo poderia resgatá-lo da morte.

  Em vez de se ressentir, como o jovem indiano, de que a salvação não pode ser comprada, nos alegremos com a maravilhosa verdade anunciada em Efésios 2:8 e 9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.”

Siegfried J. Schwantes, 29/1/1991


*Quinta-feira, 14 de janeiro*


      *Agindo como José*


  *Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. Gênesis 45:4, 5*


  Elementos da atitude perdoadora de José em relação a seus irmãos podem ser vistos em uma narrativa relatada por Frederico A. Roblee. Ele conta que, há alguns anos, em uma onda de antissemitismo em uma universidade de Nova York, um estudante atacou um colega judeu com tanta violência que imaginou que o tinha matado. Em pânico, o agressor fugiu e, despistando a polícia, viajou para um país distante. Após alguns anos naquele lugar, prosperou e se tornou funcionário de uma empresa de artigos domésticos. Contraiu uma enfermidade séria, e os patrões mandaram chamar um especialista renomado. Qual não foi seu susto ao descobrir que esse especialista era aquele judeu a quem ele havia espancado.

  Curvo e coxo como ficou depois da agressão, o judeu disse calmamente ao homem que havia lhe machucado tanto: “Sei que alguns pensamentos podem estar preocupando você. Vou lhe dizer algumas palavras, e colocaremos uma pedra no ocorrido. Passei dois anos num hospital. Isso me deu tempo bastante para refletir. Levou-me a tomar a firme resolução de fazer o bem a todos os que, como o senhor, acham que os judeus não devem ter os direitos e as oportunidades comuns aos demais. […] Minha deformidade tem sido uma força, um incentivo e não um empecilho intransponível. Não tenho ressentimento contra o senhor. Ao contrário, vou lhe oferecer todos os recursos.”

  As histórias de José e desse judeu moderno nos ensinam várias coisas: primeiro, a injustiça sofrida não precisa barrar o caminho ao sucesso; segundo, a roda da vida muitas vezes dá uma volta completa, obrigando-nos a olhar de frente nossos pecados. Não se esqueça de que uma das grandes realizações de um homem nobre é sua boa vontade para perdoar seus maiores inimigos.

Norval F. Pease, 24/4/1970


*Sexta-feira, 15 de janeiro*


      *Sê limpo*


  *E Jesus, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E imediatamente ele ficou limpo da sua lepra. Mateus 8:3*


  Nos tempos bíblicos, a lepra era a “mais temida” de todas as enfermidades. “Profundamente arraigada e mortal, era considerada símbolo do pecado” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 200). Tudo o que o leproso tocava era considerado impuro, e acreditava-se que até sua respiração era contaminada. Banido da sociedade, da família e dos amigos, sua presença era considerada como contaminadora. Se alguém se aproximasse dele, exigia-se que o doente gritasse: “Imundo! Imundo!”

  A lepra é às vezes chamada de “doença anestésica”, pois em sua fase inicial não existe nenhum sofrimento, tornando-se ela a mais mortal de todas. Gradativamente ela consome o corpo da pessoa. Os cabelos e as unhas apodrecem e caem. As juntas dos dedos se reduzem e em geral desaparecem. Todo o corpo é atingido.

  Certa vez, quando Jesus estava ensinando no lago, um leproso observava de longe. Ao ver que o coxo, o cego e o paralítico eram curados, a fé foi fortalecida no coração. Esquecendo-se de todas as restrições, aproximou-se depressa. Seu corpo está em terrível decomposição. Ao abrir caminho por entre a multidão, as pessoas recuam cheias de terror. Lançando-se aos pés de Jesus, exclama: “Senhor, se quiseres, podes purificar-me.” Jesus coloca a mão sobre ele e diz: “Quero, fica limpo” (Mt 8:2, 3). Imediatamente a carne do leproso adquire vigor, os nervos se tornam sensíveis de novo, os músculos se fortalecem. “A aspereza e escamosidade características da pele atingida por lepra desapareceram, sendo substituídas por um tom suave, como o da pele de uma criança saudável” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 201).

  O pecado é semelhante à lepra. Isaías afirma: “Toda cabeça está doente, e todo o coração, enfermo. Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo” (Is 1:5, 6).

  Graças a Deus, Jesus não tem medo de nos tocar! Ele está tão desejoso de pôr a mão e nos purificar do pecado, como o estava ao curar o leproso.

Joe Engelkemier, 26/10/1972


*Sábado, 16 de janeiro*

 

      *Tesouros em vasos de barro*


  *Se olharem apenas para nós, vocês podem perder o brilho. Levamos a mensagem preciosa em vasos de barro sem adornos, ou seja, em nossa vida. Isso é para impedir que alguém pense que o incomparável poder de Deus nos pertence. 2 Coríntios 4:7, A Mensagem*


  Cristãos são pessoas comuns que fazem coisas extraordinárias. Eles aparentam ser tão humanos – e são –, mas Deus opera por meio deles para Sua glória. Sua graça toma posse de simples vasos de barro e os torna depositários do poder divino.

  É possível que você já tenha ouvido falar em Desmond Doss, personagem do filme Até o Último Homem e do livro Soldado Desarmado. Esse militar não combatente adventista do sétimo dia recebeu a Medalha de Honra do Congresso dos Estados Unidos pela coragem extraordinária durante a Batalha de Okinawa, na Segunda Guerra Mundial. Doss foi um herói, mas, do ponto de vista do mundo, a princípio, ele não parecia nem agia como um. Ele foi um indivíduo comum, e muito humilde, que rendia glória a Deus por tudo o que fazia.

  A mesma coisa acontece com a igreja. Do ponto de vista humano, a igreja é totalmente humana, sujeita às mesmas forças e fraquezas, falhas e intrigas de qualquer outro agrupamento humano. Realmente, a igreja é humana, mas não totalmente. Ela é tão divina quanto humana, e Deus está realizando Seus propósitos divinos por meio de simples vasos de barro.

  “Desde o princípio, Deus planejou que Sua igreja refletisse às pessoas Sua plenitude e suficiência. Os membros da igreja, que Ele chamou das trevas para Sua maravilhosa luz, devem manifestar Sua glória. A igreja é a depositária das riquezas da graça de Cristo; por meio dela, a demonstração final e plena do amor de Deus será manifesta no devido tempo, até mesmo aos ‘principados e potestades nos lugares celestiais’” (Ef 3:10) (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 7).

  Assim, todo aquele que professa o nome de Jesus recebe um desafio: “Cristo confiou à igreja uma sagrada responsabilidade. Cada membro deve ser um conduto através do qual Deus possa comunicar ao mundo os tesouros de Sua graça, as insondáveis riquezas de Cristo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 381).

  Hoje Deus quer tomar minha vida comum e fazer algo extraordinário com ela. Para o mundo expectante pode parecer algo totalmente enfadonho, mas aos olhos do Céu será belo. Senhor, toma este vaso de barro que sou eu e usa-o hoje para a Tua glória!

William G. Johnsson, 20/12/2012


*Domingo, 17 de janeiro*


      *Novidade de vida*


  *Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na Sua morte? Fomos, pois, sepultados com Ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Romanos 6:3, 4*


  Daniel, um jovem numa terra não cristã, após ouvir a boa notícia do evangelho, deixou seus costumes pagãos e se tornou seguidor de Jesus. O novo cristão andou por sua vila convidando amigos para irem à sua casa no dia seguinte a fim de testemunhar um evento muito especial. Disse-lhes que seria sepultado no jardim da frente e queria que todos estivessem lá. Naturalmente, não demorou muito para que a vila inteira soubesse do assunto.

  No dia seguinte, todos se perguntavam se Daniel morreria mesmo e seria sepultado como dissera que aconteceria. Enquanto a multidão se reunia,

viram-no cavando um grande buraco no jardim.

  – O que você está fazendo? – perguntaram alguns.

  – Ora, cavando minha sepultura – respondeu ele.

  A essa altura, os moradores da vila acreditaram que ele falava sério mesmo. Quando o missionário chegou e ajudou a encher o buraco com água, os aldeões se comprimiram para testemunhar aquilo que para eles era uma cena estranha. O missionário conduziu Daniel para dentro da sepultura líquida do batismo e o imergiu. O rapaz subiu como uma nova pessoa em Cristo. Daniel morreu e foi sepultado, mas um novo Daniel passou a viver para dar testemunho do poder transformador de Jesus.

  Sem uma positiva mudança, o batismo não tem sentido. No texto bíblico de hoje, Paulo nos informa que, assim como Jesus morreu, foi sepultado e ressuscitado dentre os mortos, assim devemos morrer para o pecado, sepultar nossa vida pecaminosa na água do batismo e ressuscitar para uma nova realidade em Cristo. Devemos andar “em novidade de vida”.

  Nunca me esquecerei do dia em que fui batizado e entendi que estava morrendo para o pecado e o eu, exatamente como se estivesse sendo colocado na sepultura e depois erguendo-me para andar em “novidade de vida”. Jesus promete nos erguer da morte de uma vida miserável e cheia de pecado para que “também andemos nós em novidade de vida”. É essa a sua experiência? Você está hoje andando em “novidade de vida” com Jesus?

H. M. S. Richards Jr., 14/8/2004


*Segunda-feira, 18 de janeiro*


      *O tema central da Bíblia*


  *Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, porque haveremos de vê-Lo como Ele é. 1 João 3:2*


  Para fins educativos, nenhuma parte da Bíblia é de maior valor do que suas biografias. Elas diferem de todas as outras por serem absolutamente fiéis. É impossível a qualquer ser finito interpretar corretamente, em tudo, os feitos de outra pessoa. Ninguém, a não ser Aquele que lê o coração, que enxerga a fonte secreta dos intuitos e das ações, pode, com verdade absoluta, delinear o caráter ou dar uma descrição fiel de uma vida humana. Somente na Palavra de Deus se encontra tal esboço biográfico.

  Nenhuma verdade é ensinada mais claramente na Bíblia do que esta: o que fazemos é o resultado do que somos. Em grande parte, as experiências da vida são o fruto de nossos pensamentos e nossas ações. […]

  O tema central da Bíblia, em redor do qual giram todos os outros, é o plano da redenção, a restauração da imagem de Deus no ser humano. Desde a primeira sugestão de esperança na sentença pronunciada no Éden até aquela última gloriosa promessa do Apocalipse – “verão o Seu rosto, e na testa terão escrito o nome de Deus” (Ap 22:4, NTLH) –, o empenho de cada livro e passagem da Bíblia é o desdobramento desse maravilhoso tema: o reerguimento de homens e mulheres, ou seja, o poder de Deus “que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15:57).

  Aquele que assimila esse pensamento tem diante de si um campo infinito para estudo. Possui a chave que lhe abrirá todo o tesouro da Palavra de Deus.

  A ciência da redenção é a ciência de todas as ciências; o que constitui o estudo dos anjos e de todos os seres dos mundos não caídos; o tema que ocupa a atenção de nosso Senhor e Salvador; tema que se acha incluído no propósito originado na mente do Infinito, propósito esse que “desde tempos eternos esteve oculto” (Rm 16:25, ARC) e que será o estudo dos remidos de Deus ao longo da eternidade. Esse é o mais elevado estudo no qual uma pessoa deve se envolver. Nenhum outro estudo avivará tanto a mente e enobrecerá tanto a vida. […]

  A energia criadora que trouxe os mundos à existência está na Palavra de Deus. Essa Palavra comunica poder e gera vida. Cada ordenança é uma promessa; quando é aceita voluntariamente e recebida no coração, traz consigo a vida do Ser infinito. Transforma a natureza, restaurando-a à imagem de Deus (Educação, p. 101, 87).

Ellen G. White, 16/1/2017


*Terça-feira, 19 de janeiro*


      *Cristo Redentor*


  *E, chegando-vos para Ele, a pedra viva. 1 Pedro 2:4, ARC*


  O Cristo Redentor foi eleito uma das sete maravilhas do mundo moderno e, em 2012, tornou-se patrimônio da humanidade pela Unesco. O monumento foi projetado pelo engenheiro brasileiro Heitor da Silva Costa e construído, de 1922 a 1931, com concreto armado e pedra-sabão, tendo a colaboração dos franceses Paul Landowski e Albert Caquot.

  A obra mede 38 metros e equivale a um prédio de 13 andares. Seus braços abertos têm 28 metros e, por estar no topo de uma montanha, o monumento foi projetado para resistir a furacões de categoria 5.

  Apesar do símbolo e da imponência dessa obra de arte, temos que reconhecer que seus braços, seu coração, seus olhos e seu rosto são todos feitos de pedra.

  Nosso Cristo é diferente! É mais que um cartão-postal, não foi construído por profissionais e não está há quase 90 anos estabelecido no mesmo lugar. Segundo Pedro, Ele é “Pedra viva” (1Pe 2:4, ARC). João O apresenta como sendo “levantado da terra” e atraindo todos a Si mesmo (Jo 12:32). Paulo revela que Seus braços estão abertos para alcançar a todos e convida: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente […] a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna” (Hb 4:16). Ellen White declara: “Seu amorável coração se comovia até às profundezas por aqueles cuja condição menos esperança oferecia e que mais necessitavam de Sua graça regeneradora” (Testemunhos Para a Igreja, v. 5, p. 603).

  Nosso Cristo é Aquele que foi predito no Antigo Testamento, revelado nos evangelhos, pregado em Atos, explicado nas epístolas e esperado no Apocalipse. Nele temos um amor que jamais será completamente compreendido, paz que não será perturbada, descanso que nunca será interrompido, alegria que jamais desaparecerá, esperança que jamais será desapontada, felicidade que nunca será destruída, luz que jamais se apagará, força que não poderá ser vencida, beleza que jamais murchará, pureza que nunca será manchada, recursos que não se esgotarão e salvação que não nos será tirada.

  O verdadeiro Cristo Redentor está de braços abertos para você. Jesus é a “Pedra viva”, e isso significa que Ele não fica estático diante de seus desafios. Ele Se move para abraçar você e abençoar sua vida.

Erton Köhler, 24/7/2019


*Quarta-feira, 20 de janeiro*


      *Suprema escolha*


  *Escolhei, hoje, a quem sirvais [...]. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor. Josué 24:15*


  No dia em que o grande missionário da África Davi Livingstone foi sepultado na abadia de Westminster, milhares de pessoas lotaram as ruas de Londres para prestar a ele a última homenagem. Em meio à multidão, um homem idoso, vestido modestamente, chorava muito. Alguém lhe perguntou o motivo de seu pranto quase que convulsivo. “Eu lhe direi por que”, respondeu o homem banhado em lágrimas. “Davi Livingstone e eu nascemos na mesma vila, crescemos na mesma escola, frequentamos a mesma igreja, trabalhamos juntos na mesma sala, mas Davi seguiu o caminho do evangelho, e eu desprezei o convite de Cristo. Agora ele é honrado pela nação e pelos cristãos de toda a parte, mas eu sou negligenciado, desconhecido e ignorado. Nada tenho que esperar para o futuro a não ser o sepultamento de um bêbado.”

  Josué, o grande líder de Israel, no crepúsculo de sua vida, ajuntou “todas as tribos de Israel em Siquém e chamou os anciãos […] e os seus cabeças, e os seus juízes, e seus oficiais”, e lhes apresentou um memorável desafio (Js 24:1). Após recordar as poderosas atuações de Deus em favor do povo, convidou a nação a escolher a quem servir. O culto aos deuses do paganismo era praticado secretamente por muitos entre eles. Então o grande líder lhes apresenta a necessidade inadiável de uma decisão: “Porém, se vos parece mal servir ao Senhor, escolhei, hoje, a quem sirvais: se aos deuses a quem serviram vossos pais que estavam dalém do Eufrates ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24:15).

  Que insensatez seria para Israel escolher as divindades dos amorreus! Os deuses desse povo foram evidentemente incapazes de proteger seus adoradores, os quais foram destruídos. A terra em que habitavam tinha sido dada por herança ao povo de Deus.

  Na vida há escolhas que produzem consequências duradouras. Se a escolha for boa, será uma fonte de bênçãos; se for má, produzirá maldição. Tente projetar sua mente para o lugar agradável em que Josué desafiou o povo, tendo as montanhas de Ebal e Gerizim como testemunhas silenciosas. Ele exorta: “Escolhei, hoje, a quem sirvais.” O dilema provocou uma resposta favorável. O povo disse: “Longe de nós o abandonarmos o Senhor para servirmos a outros deuses” (Js 24:16).

  Qual será nossa resposta? A vida ou a morte? A bênção ou a maldição?

Enoch de Oliveira, 15/2/1990




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