Médico Detalha o Sofrimento de Jesus Cristo no Momento da Tortura e Crucificação

Médico Detalha o Sofrimento de Jesus Cristo no Momento da Tortura e Crucificação

Cesar Dantas
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Cesar Dantas

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Educador (Caregiver Educator) | Cuidador especialista em suportes 60+ | Intraempreededor com inclinação para o social, atendimento humanizado, solidário, tecnologia e resolução de problemas.

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Confesso que alguns anos atrás quando fiz a leitura deste texto, me senti extremamente tocado e não consegui segurar as lagrimas dentro dos meus olhos. Deixei as lagrimas escorrem pelo meu rosto, mesmo dentro do ônibus lotado e com os olhares de alguns passageiros na minha direção.

Antecipo que o texto não terá nenhuma abordagem ou ponto de vista religioso. Talvez você até se sinta tocado(a) emocionalmente pelo sofrimento de Jesus, mas garanto que o objetivo é trazer um olhar por uma anglo diferente de acordo com o ocorrido.

"Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem"
(Jesus Cristo)

Já tinha lido sobre o sofrimento de Jesus Cristo na Bíblia, já tinha ouvido pastores e padres também falarem, já tinha assistido filmes e séries, já tinha ouvido histórias do ponto de vista dos ateus e de outras religiões, de historiadores e da ciência. Mas do ponto de vista da medicina? Rapaz... Esse detalhamento me fez refletir muito, sobre diversas coisas e a importância de Jesus na vida de muitas dos seus fieis seguidores.

"Eu sou um cirurgião, e dou aulas há algum tempo. Por treze anos vivi em companhia de cadáveres e durante a minha carreira estudei a fundo anatomia. Posso portanto escrever sem presunção.

Jesus entrou em agonia no Getsemani - escreve o evangelista Lucas - orava mais intensamente. "E seu suor tornou-se como gotas de sangue a escorrer pela terra". O único evangelista que relata o fato é um médico, Lucas . E o faz com a precisão dum clínico. O suar sangue, ou "hematidrose", é um fenômeno raríssimo. Se produz em condições excepcionais: para provocá-lo é necessário uma fraqueza física, acompanhada de um abatimento moral violento causado por uma profunda emoção, por um grande medo. O terror, o susto, a angústia terrível de sentir- se carregando todos os pecados dos homens devem ter esmagado Jesus. Tal tensão extrema produz o rompimento das finíssimas veias capilares que estão sob as glândulas sudoríparas, o sangue se mistura ao suor e se concentra sobre a pele, e então escorre por todo o corpo até a terra.

Conhecemos a farsa do processo preparado pelo Sinédrio hebraico, o envio de Jesus a Pilatos e o desempate entre o procurador romano e Herodes. Pilatos cede, e então ordena a flagelação de Jesus. Os soldados despojam Jesus e o prendem pelo pulso a uma coluna do pátio. A flagelação se efetua com tiras de couro múltiplas sobre as quais são fixadas bolinhas de chumbo e de pequenos ossos. Os carrascos devem ter sido dois, um de cada lado, e de diferente estatura. Golpeiam com chibatadas a pele, já alterada por milhões de microscópicas hemorragias do suor de sangue. A pele se dilacera e se rompe; o sangue espirra. A cada golpe Jesus reage em um sobressalto de dor. As forças se esvaem; um suor frio lhe impregna a fronte, a cabeça gira em uma vertigem de náusea, calafrios lhe correm ao longo das costas. Se não estivesse preso no alto pelos pulsos, cairia em uma poça de sangue.

Depois o escárnio da coroação. Com longos espinhos, mais duros que aqueles da acácia, os algozes entrelaçam uma espécie de capacete e o aplicam sobre a cabeça. Os espinhos penetram no couro cabeludo fazendo-o sangrar (os cirurgiões sabem o quanto sangra o couro cabeludo).

Pilatos, depois de ter mostrado aquele homem dilacerado à multidão feroz, o entrega para ser crucificado. Colocam sobre os ombros de Jesus o grande braço horizontal da Cruz; pesa uns cinqüenta quilos. A estaca vertical já está plantada sobre o Calvário. Jesus caminha com os pés descalços pelas ruas de terreno irregulares, cheias de pedregulhos. Os soldados o puxam com as cordas. O percurso, é de cerca de 600 metros. Jesus, fatigado, arrasta um pé após o outro, freqüentemente cai sobre os joelhos. E os ombros de Jesus estão cobertos de chagas. Quando ele cai por terra, a viga lhe escapa, escorrega, e lhe esfola o dorso.

Sobre o Calvário tem início a crucificação. Os carrascos despojam o condenado, mas a sua túnica está colada nas chagas e tirá-la é atroz. Alguma vez vocês tiraram uma atadura de gaze de uma grande chaga? Não sofreram vocês mesmos esta experiência, que muitas vezes precisa de anestesia? Podem agora vos dar conta do que se trata. Cada fio de tecido adere à carne viva: ao levarem a túnica, se laceram as terminações nervosas postas em descoberto pelas chagas. Os carrascos dão um puxão violento. Como aquela dor atroz não provoca uma síncope? O sangue começa a escorrer.

Jesus é deitado de costas, as suas chagas se incrustam de pé e pedregulhos. Depositam-no sobre o braço horizontal da cruz. Os algozes tomam as medidas. Com uma broca, é feito um furo na madeira para facilitar a penetração dos pregos; horrível suplício! Os carrascos pegam um prego (um longo prego pontudo e quadrado), o apoiam sobre o pulso de Jesus, com um golpe certeiro de martelo o plantam e o rebatem sobre a madeira. Jesus deve ter contraído o rosto assustadoramente. No mesmo instante o seu pólice, com um movimento violento se posicionou opostamente na palma da mão; o nervo mediano foi lesado. Pode-se imaginar aquilo que Jesus deve ter provado; uma dor lancinante, agudíssima, que se difundiu pelos dedos, e espalhou-se, como uma língua de fogo, pelos ombros, lhe atingindo o cérebro. Uma dor mais insuportável que um homem possa provar, ou seja, aquela produzida pela lesão dos grandes troncos nervosos. De sólido provoca uma síncope e faz perder a consciência. Em Jesus não. Pelo menos se o nervo tivesse sido cortado! Ao contrário (constata-se experimentalmente com freqüência) o nervo foi destruído só em parte: a lesão do tronco nervoso permanece em contato com o prego: quando o corpo for suspenso na cruz, o nervo se esticará fortemente como uma corda de violino esticada sobre a cravelha. A cada solavanco, a cada movimento, vibrará despertando dores dilacerantes. Um suplício que durará três horas.

O carrasco e seu ajudante empunham a extremidade da trava; elevam Jesus, colocando-o primeiro sentado e depois em pé; conseqüentemente fazendo-o tombar para trás, o encostam na estaca vertical. Depois rapidamente encaixam o braço horizontal da cruz sobre a estaca vertical. Os ombros da vítima esfregaram dolorosamente sobre a madeira áspera. As pontas cortantes da grande coroa de espinhos o laceraram o crânio. A pobre cabeça de Jesus inclinou-se para frente, uma vez que a espessura do capacete o impedia de apoiar-se na madeira. Cada vez que o mártir levanta a cabeça, recomeçam pontadas agudíssimas.

Pregam-lhe os pés. Ao meio-dia Jesus tem sede. Não bebeu desde a tarde anterior. As feições são impressas, o vulto é uma máscara de sangue. A boca está semi-aberta e o lábio inferior começa a pender. A garganta, seca, lhe queima, mas ele não pode engolir. Tem sede. Um soldado lhe estende sobre a ponta de uma vara, uma esponja embebida em bebida ácida, em uso entre os militares. Tudo aquilo é uma tortura atroz.

Um estranho fenômeno se produz no corpo de Jesus. Os músculos dos braços se enrijecem em uma contração que vai se acentuando: os deltóides, os bíceps esticados e levantados, os dedos se curvam. Se diria um ferido atingido de tétano, presa de uma horrível crise que não se pode descrever. A isto que os médicos chamam tetania, quando os sintomas se generalizam: os músculos do abdômen se enrijecem em ondas imóveis, em seguida aqueles entre as costelas, os do pescoço, e os respiratórios. A respiração se faz, pouco a pouco mais curta. O ar entra com um sibilo, mas não consegue mais sair. Jesus respira com o ápice dos pulmões. Tem sede de ar: como um asmático em plena crise, seu rosto pálido pouco a pouco se torna vermelho, depois se transforma num violeta purpúreo e enfim em cianítico. Jesus atingido pela asfixia, sufoca. Os pulmões cheios de ar não podem mais esvaziar-se. A fronte está impregnada de suor, os olhos saem fora de órbita. Que dores atrozes devem ter martelado o seu crânio! Mas o que acontece? Lentamente com um esforço sobre- humano, Jesus tomou um ponto de apoio sobre o prego dos pés. Esforçando-se a pequenos golpes, se eleva aliviando a tração dos braços. Os músculos do tórax se distendem. A respiração se torna mais ampla e profunda, os pulmões se esvaziam e o rosto recupera a palidez inicial. Porque este esforço? Porque Jesus quer falar: "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem". Logo em seguida o corpo começa afrouxar-se de novo, e a asfixia recomeça.

Foram transmitidas sete frases pronunciadas por ele na cruz: cada vez que quer falar, deverá elevar-se tendo como apoio o prego dos pés, inimaginável! Enxames de moscas, grandes moscas verdes e azuis, zunem ao redor do seu corpo; irritam sobre o seu rosto, mas ele não pode enxotá-las. Pouco depois o céu escurece, o sol se esconde: de repente a temperatura se abaixa. Logo serão três da tarde. Jesus luta sempre: de vez em quando se eleve para respirar. A asfixia periódica do infeliz que está destroçado. Uma tortura que dura três horas. Todas as suas dores, a sede, as cãibras, a asfixia, o latejar dos nervos medianos, lhe arrancaram um lamento: "Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?". Jesus grita: "Tudo está consumado!". Em seguida num grande brado disse: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito". E morre".

Dr. Pierre Barbet

O texto que você leu, foi extraído de um livro (título original: La passion de Notre Seigneur Jesus Christ selon le chirurgien - Paris 1950) escrito por um dos melhores cirurgiões, anatomistas e arqueólogos que a França já conheceu.

Dr. Pierre Barbet (1884–1961), cirurgião chefe do Hospital Saint Joseph em Paris. foi um erudito que por mais de vinte anos pesquisou a fisiologia e a anatomia da crucificação.

Textos dentro da Bíblia

Se você desejar ler na Bíblia alguns trechos que fala das ultimas horas de Jesus Cristo, relacionada a este texto. Você pode ler Lucas 22.44, que fala sobre o Gestêmani. Já Lucas 23.1-25 e João 19.1-17, fala sobre a Flagelação e a Coroa de Espinhos. Enquanto Lucas 23.26-32, retrata a Caminhada até o Calvário, Por fim Lucas 23.33-49 e João 19.18-37, sobre a Crucificação.

Outros Relatos

Nas referências abaixo você encontra algumas fontes de onde o texto foi retirado. Há também, outros artigos de outros médicos. Um dos artigos, é do Dr. C. Truman Davis, que em 1982 também fez uma excelente descrição dos momentos aqui relatados.

Referências

Editor. A crucificação de Jesus (através de uma análise médica). O Mensageiro de Deus, 24 de dezembro de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUAq>. Acesso em: 24/12/2019.

A-TOUT LIRE. La passion de notre seigneur jésus christ selon le chirurgien (Français) Broché – 1950. Amazon, 24 de dezembro de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUz7>. Acesso em: 24/12/2019.

Editor. O Sofrimento de Jesus na Cruz. R Mesquita, 24 de dezembro de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUyQ>. Acesso em: 24/12/2019.

Editor. Um doutro no Calvário. Aci Digital, 24 de dezembro de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUyx>. Acesso em: 24/12/2019.

Loyola. Livro A Paixão de Cristo - Segundo o cirurgião. Canção Nova, 24 de dezembro de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUxR>. Acesso em: 24/12/2019.

Editor. Pierre Barbet (médico). Wikipédia, 20 de abril de 2018. Disponível em: <http://bit.do/fmUwP>. Acesso em: 24/12/2019.

CHAGAS, Thiago. Crucificação: medicina detalha horror vivido por Jesus em seus momentos finais. Gospel Mais, 27 de março de 2019. Disponível em: <http://bit.do/fmUvU>. Acesso em: 24/12/2019.

PATTON, Julie Brown. Crucifixion Death Like Jesus Experienced is 'Medical Catastrophe,' Says Physician. The Gospel Herald, 25 de março de 2016. Disponível em: <http://bit.do/fmUrB>. Acesso em: 23/12/2019.

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