Inverno em tempo de guerra

Inverno em tempo de guerra

Beto Canales

Guerra é um flagelo. É o pior que nós, humanidade, produzimos. A guerra supera todos nossos instintos maléficos. Todas nossas ruindades.

Mas, sejamos justos, ela produz também heróis, histórias ricas, experiências inigualáveis e por aí afora. Claro que o custo de uma guerra não compensa nenhum benefício. E quando falo em custo, não me refiro aos bilhões que governos gastam em armas ao invés de gastar com saúde ou educação. Refiro-me a vidas.

Uma vida somente já não compensaria. Imaginem milhares e milhares.

Mas fiz essa pequena introdução para um só propósito: elogiar Oorlogswiter, em holandês, ou Winter in Wartime, algo como inverno em tempo de guerra, nome usado no Brasil.

Trata-se de um filme holandês, baseado em um livro com o mesmo nome, e conta a história de um adolescente de 14 anos, Michiel, interpretado pelo muito bom e até então pouco conhecido Martijn Lakemeier. Esperem que vem mais desse ator por aí. Talento não falta.

Chama a atenção também o personagem de Raymond Thiry, um ator também de fora do grande circuito hollwoodiano, que interpreta o pai do protagonista e prefeito de uma pequena vila holandesa sob domínio nazista. Sua atuação é memorável.

Guerra não pode ser leve

O filme, como não poderia deixar de ser, é pesado e triste. Traz junto à história principal uma série de nuances e aflições que uma situação extrema produz. Mostra também o lado humano, se não for um exagero usar essa palavra, dos soldados. Aqueles mesmos que matam também salvam. Mas isso tudo ocorre apenas nos detalhes e somente com uma atenção apurada serão percebidos.

A relação sempre difícil entre pai e filho adolescente também surge naturalmente na trama, agravado, claro, pela guerra. Maldita guerra.

É um drama histórico, clássico em todos os sentidos. Possui uma trilha sonora belíssima que acompanha o gênero e tipo de linguagem usada no longa, tornando tudo ainda mais ortodoxo. E, creiam, isso é mais uma qualidade.

Então, mesmo lamentando os milhões que morreram na estúpida segunda grande guerra, aproveitem o que de bom ela trouxe.

Vejam Winter in Wartime e mergulhem na resistência, na traição e na esperança mostrada ao final do filme.

Disponível no Netflix.


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