FBI busca Bitcoin dentro da Deep Web
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Um relatório preparado pela Federal Bureau of Investigation (FBI) foi vazado pelo “Blueleaks” junto com o grupo Anonymous. O relatório revela como o FBI rastreou criminosos na deep web que usavam Bitcoins, convertendo-o na criptomoeda Monero.
O documento vazado detalha três casos em que a exchange de criptomoedas “instantânea” MorphToken foi – provavelmente – usada para lavagem de Bitcoin de origem ilícita, sendo convertida em Monero; dois dos mercados da deep web foram nomeados no relatório, são eles: Apollon e Cryptonia.
Em janeiro de 2020, o FBI identificou usuários do mercado darknet vinculados ao Apollon que enviaram pelo menos 11 Bitcoin (no valor de aproximadamente R$542.000) ao MorphToken para conversão em Monero.
Como acontece o rastreamento?
Para rastrear o Bitcoin, o FBI usa uma “ferramenta de software própria” e, com ela, analisa transações na Blockchain. Essas análises são comparadas juntamente com a própria API (Interface de Programação Automática) do MorphToken, para monitorar as transações.
Além disso, eles também analisam as taxas das transações de Bitcoin realizadas na Cryptonia – um marketplace da darknet – e, de acordo com as taxas, conseguem descobrir se foram enviadas para a exchange MorphToken ou alguma outra.
Todas as análises feitas – que poderiam ser consultadas usando a API da exchange – entre maio e setembro de 2019, revelaram que em todas as transações os ativos foram enviados para endereços associados à MorphToken e convertidos para Monero.
Porque Monero?
O FBI apontou sobre postagens em fóruns na darknet que discutiam o uso dessas exchange como portais de conversão. A principal moeda de escolha dos criminosos é a Monero e tem o apelido de “criptomoeda do anonimato”. A MorphToken é uma das oito em destaque da criptomoeda nos fóruns na dark web.
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O Relatório Crypto-Crime da Chainalysis observou que a Monero “pode se tornar a criptomoeda de escolha para mais criminosos em 2020”.
A Monero combina três tecnologias de privacidade: assinaturas de toque, transações confidenciais de toque (RingCT) e endereços únicos de carteira sigilosos. O efeito é tornar os usuários ilícitos da Monero não identificáveis.
A Monero pode ser rastreada?
Tom Robinson, cientista-chefe da empresa de conformidade Elliptic, não acredita que seja possível furar o véu de sigilo da criptomoeda.
O relatório avalia que, com o tempo os criminosos aumentarão a adoção de criptomoedas “anônimas”, como a Monero.
Em 2019, o FBI também identificou quatro fornecedores que enviaram Bitcoins oriundos de vendas de drogas para a MorphToken.
“Embora o MorphToken se ofereça para converter Bitcoin em cinco criptomoedas diferentes, em quase todas as conversões identificadas pelo FBI feitas por usuários do mercado darknet, o usuário converteu Bitcoins em Monero”, lê o relatório.
De acordo com a política do Bureau, o FBI se recusou a comentar sobre o relatório vazado.
Fonte: criptofacil.com