Do Yin e Yang à extremização da política nacional

Do Yin e Yang à extremização da política nacional

Paulo Trindade


Sempre vi o PSD e o PS como uma espécie de Yin e Yang da política social e democrática portuguesa.

Partidos capazes de incrementar uma política de índole social num sistema capitalista.

Se em termos sociais o PSD tinha um carácter mais conservador, o PS foi sempre mais dados aos direitos (que hoje são considerados causas de esquerda). Já em termos económicos vi sempre o PSD como mais pragmático, reformista e defensor da iniciativa privada, enquanto o PS resvalava para o marxismo.

Por isto, vi sempre como natural (e saudável) uma alternância de poderes entre os partidos do bloco central. O perigo maior era quanto um destes dois partidos ficava demasiado confortável no poder, com riscos para as jogadas de bastidores que pouco dignificavam a sua fundação.

Hoje vejo com preocupação a radicalização da população portuguesa em que o eleitorado da esquerda (antigamente grande parte dele moderado) demoniza toda a direita (incluindo a moderada e democrática) e o mesmo acontece à direita.

Se é verdade que o surgimento do CHEGA contribui para esta extremização, não é mentira que a aproximação do PS a partidos da esquerda radical (não chamar de extrema esquerda para não ferir suscetibilidades) foi o ponto de partida.

Além deste quadro, temos nos principais partidos democráticos dois lideres mal preparados e dados a populismos.

Nunca estive tão pessimista quanto estou com estas eleições.

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