Dia 14 - As 5 Linguagem do Amor

Dia 14 - As 5 Linguagem do Amor

@vadoaju


10     Os Filhos e as Linguagens do Amor

 

O conceito das linguagens do amor também pode ser aplicado aos filhos?

Essa pergunta sempre me é feita por aqueles que participam de meus seminários sobre casamento. Minha resposta genérica é sim. Quando as crianças são pequenas, não há como saber a primeira linguagem do amor delas. Portanto, use todas as cinco e você terá mais possibilidades de descobri-la. Outra dica: ao observar o comportamento de seus filhos, será possível desvendar, mais facilmente, a primeira linguagem do amor deles.

Bobby tem seis anos de idade. Quando seu pai chega em casa à noite, após o trabalho, ele pula em seu colo e despenteia os cabelos dele. O que esta criança quer dizer com isso?

“Quero ser tocado.”

Ele toca em seu pai porque também deseja ser acariciado. A primeira linguagem do amor de Bobby, muito possivelmente, é “Toque Físico”.

Patrick é vizinho de Bobby. Ele tem cinco anos e meio e ambos brincam juntos. O seu pai, no entanto, encontra uma situação completamente diferente ao chegar em casa do trabalho. Patrick diz entusiasmado:

— Venha cá, papai. Quero lhe mostrar uma coisa. Paiê, vem cá!

E o pai responde:

— Espere um pouco, Patrick! Deixa eu dar uma olhada no jornal, primeiro.

O menino vai ao seu quarto, mas volta em quinze segundos, e diz:

— Papai, venha até o meu quarto. Eu quero mostrar-lhe uma coisa. Papai, quero mostrar-lhe agora!!

O pai responde:

— Só um instante, filho. Deixe-me terminar de ler o jornal.

A mãe de Patrick aparece neste momento e passa-lhe um “pito”. Ela lhe diz que o pai está cansado, e ele deve deixá-lo ler o jornal sossegado. Ele então diz:

— Mas mamãe, eu quero mostrar para o papai aquilo que eu fiz.

— Eu sei, mas “dê um tempo” para o seu pai ler o jornal — a mãe responde.

Um minuto mais tarde, Patrick vai em direção de seu pai e pula em cima do jornal e ri. O pai fica bravo e pergunta:

— O que é que você está fazendo, Patrick? Patrick responde:

— Quero que você vá ao meu quarto comigo, ver o que eu fiz!

O que Patrick então solicita?

“Qualidade de Tempo”. Ele quer a atenção total de seu pai e não vai parar enquanto não a conseguir, mesmo que para isso tenha de fazer uma bela cena.

Se o seu(sua) filho(a) pegar algum objeto, embrulhá-lo e der a você com um brilho todo especial nos olhos, a primeira linguagem do amor dele, provavelmente, é “Receber Presentes”. Ele(ela) os concede, porque gostaria de receber algo em troca. Se você observar seu filho, ou filha, sempre desejoso(a) de ajudar os irmãozinhos, isso provavelmente significa que a linguagem dele(dela) é “Formas de Servir”. Se ele ou ela tiver o hábito de elogiá-lo(a) constantemente, ao afirmar que você está muito elegante, é um bom pai ou uma boa mãe e que bom trabalho você fez, são fortes indicadores de que a primeira linguagem do amor dele(dela) é “Palavras de Afirmação”.

Tudo isso se passa a nível do inconsciente da criança, ou seja, ela propositadamente não pensa: “Se eu der um presente a meus pais, eles também me darão outro; se eu os tocar, também serei acariciado”; mas o comportamento dela é motivado por seus desejos emocionais. Talvez tenha aprendido, por experiência própria, que ao falar ou dizer determinadas coisas, recebe um padrão de reação dos pais. Portanto, o que ela faz ou diz tem o objetivo de suprir suas necessidades emocionais. Se tudo prosseguir normalmente e suas necessidades emocionais forem supridas, tudo se encaminhará para que se tornem adultos responsáveis. Porém, se a carência emocional não for suprida, podem chegar a violar determinados padrões, ou expressar a ira contra seus pais, por eles não terem suprido suas necessidades. Isto também os levará a procurar amor em lugares inadequados.

Dr. Ross Campbell, o psiquiatra que me falou pela primeira vez do “tanque do amor” emocional, diz que durante os muitos anos em que tratou de adolescentes envolvidos em comportamentos sexuais irregulares, havia entre eles algo cuja carência afetiva deveria ter sido suprida pelos pais. Sua opinião era que praticamente toda conduta sexual irregular em adolescentes tinha sua raiz em um “tanque” do amor emocional vazio.

 Por que, quando os filhos ficam mais velhos, nossas “Palavras de Afirmação” tornam-se palavras de condenação?

 

Você já reparou esse tipo de coisa ocorrer em sua comunidade? Um adolescente foge de casa. Os pais levantam suas mãos para o alto e perguntam:

“Como ele pôde fazer isso comigo, depois de tudo o que realizei por ele?”

Aquele adolescente, porém, à vários quilômetros de distância, abre o seu coração para algum conselheiro e diz:

“Meus pais não me amam. Eles nunca gostaram de mim. Eles amam meu irmão, mas jamais gostaram de mim.”

Será que estes pais amam aquele adolescente? Na maioria dos casos, sim. Então, onde está o problema? Quase sempre este tipo de situação ocorre quando os pais não sabem comunicar seu amor em uma linguagem que o filho possa entender. Talvez eles comprem luvas de boxe e bicicletas para mostrar seu amor, mas talvez o filho grite:

“Por favor, alguém deseja jogar bola comigo!?”

A diferença entre comprar uma bola e jogar com seu filho pode ser um “tanque” do amor cheio ou vazio. Os pais procuram, sinceramente, amar seus filhos (a maioria deles age assim), mas somente sinceridade não adianta. Precisamos aprender a falar a primeira linguagem do amor de nossos filhos, se quisermos suprir-lhes sua necessidade emocional de amor.

Olhemos para as cinco linguagens do amor, no propósito de compreendermos nossos filhos:

Palavras de Afirmação

Normalmente os pais dizem “Palavras de Afirmação” a seus filhos quando eles ainda são pequenos. Mesmo antes que entendam a linguagem verbal, já lhes dizem coisas como: “Que narizinho lindo! Que olhinhos mais brilhantes! Que cabelo mais macio”, etc. Quando o bebê começa a engatinhar, elogiamos cada gesto e “esbanjamos” “Palavras de Afirmação”. Quando ele começa a andar e apoia-se com uma das mãozinhas no sofá, ficamos alguns passos à sua frente, estendemos as mãos em sua direção e dizemos: “Vem, vem, vem. Isso mesmo… andando, vem até aqui, vem!”. O bebê dá meio passo em sua direção e cai. O que dizemos a ele?

Certamente não é nada como “Seu burro! Será que você não consegue nem andar?!” Muito pelo contrário, nossas palavras costumam ser: “Isso mesmo, muito bem!” E dessa forma, a criança levanta-se e tenta novamente.

Por que, quando os filhos ficam mais velhos, nossas “Palavras de Afirmação” tornam-se de condenação? Quando um deles tem sete anos, entramos em seu quarto e dizemos-lhe que guarde os brinquedos na caixa. Digamos que haja doze objetos pelo chão. Voltamos ao quarto em cinco minutos e somente sete estão na caixa. O que então falamos a ele?

“Eu lhe disse para guardar esses brinquedos! Se você não fizer isso agora, eu vou…”

“Venha cá… e os sete brinquedos que já estavam guardados?!” Por que não dizemos:

“Muito bem, Johnny, você colocou sete brinquedos na caixa. Muito bem!”

Preste atenção, pois certamente os outros cinco brinquedos também “pularão” em um instante para a caixa! À medida em que os filhos ficam mais velhos, a nossa tendência é condená-los mais por seus erros do que “condecorá-los” por seus sucessos.

Para a criança que possui “Palavras de Afirmação” como sua primeira linguagem do amor, nossas palavras negativas, críticas e desanimadoras aterrorizam sua psique. Centenas de adultos por volta dos 35 anos ainda ouvem retinir em seus ouvidos, palavras de condenação proferidas há mais de vinte anos:

“Você é muito gorda! Ninguém vai querer namorar você!”

“Você não estuda! Se continuar assim, poderá ser expulso da escola. Não dá para acreditar que seja tão burro!”

“Você é um irresponsável e nunca será capaz de fazer nada direito na vida!”

Muitos adultos lutam com sua autoestima e não se sentem amados durante toda suas vidas, quando sua primeira linguagem do amor é violada de forma tão destrutiva.

Qualidade de Tempo

“Qualidade de Tempo” significa dedicar aos filhos atenção total. Para uma criança pequena, a forma de falar essa linguagem é sentar-se ao chão com ela e rolar uma bola para lá e para cá. Estamos falando de brincar com carrinhos ou bonecas, de entrar em sua caixa de areia e ajudá-la a construir um castelo; devemos, portanto, penetrar em seu mundo, fazer as coisas com ela. Talvez você, como adulto, viva em um mundo computadorizado, mas seu filho está no mundo da fantasia. Você precisa descer ao nível de uma criança, se quiser conduzi-la ao mundo adulto.

À medida em que a criança cresce e muda seus interesses, você precisa descobrir quais são eles, se deseja suprir suas necessidades. Se o seu novo prazer for basquete, então interesse-se por este tipo de esporte. Se for piano, talvez você precise assistir algumas aulas para ter noções deste instrumento musical ou, pelo menos, ouvir atentamente enquanto ele treina os exercícios. O fato de dedicar-se atenção total a um filho significa que você se importa com ele, e é importante estar ao seu lado, pois aprecia estar junto dele.

São muitos os adultos que, ao olharem para trás, para sua infância, não se lembram do que seus pais lhes disseram, mas se lembram do que lhes fizeram. Uma rapaz de 21 anos certa vez me disse:

“Eu me lembro que meu pai nunca perdia meus jogos na escola. Eu sabia que ele se interessava pelo que eu fazia.”

Para aquele homem, “Qualidade de Tempo” era um comunicador de amor extremamente importante.

Se “Qualidade de Tempo” for a primeira linguagem do amor de seu filho(a) e você usar esta linguagem para comunicar-se com ele(ela), haverá grandes chances de que, mesmo na adolescência, permita que você gaste mais tempo com ele. Se você não lhe dedicar “Qualidade de Tempo” nos anos de infância, provavelmente na adolescência ele procurará os amigos da turma e afastar-se-á dos pais, os quais, nessa época, vão desejar desesperadamente gastar mais tempo com ele.

Receber Presentes

Há muitos pais e avós que falam excessivamente a Linguagem dos Presentes. De fato, quando visitamos uma loja de brinquedos concluímos que muitos acham que dar presentes é a única linguagem do amor. Se eles têm dinheiro, a tendência é comprar brinquedos em excesso para os filhos. Há alguns que acham que, realmente, aquela é a melhor forma de demonstrar-se amor por uma criança. Alguns pais tentam fazer por seus filhos o que seus pais não puderam realizar por eles. Compram para eles coisas que desejaram ter quando crianças, mas nunca ganharam. Mas, a menos que “Receber Presentes” seja realmente a primeira linguagem do amor de seu filho, os presentes terão pouco significado emocional para ele. Os pais podem até ter boas intenções, mas nem sempre é através de um presente que se supre a necessidade emocional de um filho.

Se os brinquedos que você dá a seu filho são rapidamente postos de lado; se ele raramente lhe agradece; se a criança não valoriza o que recebeu, há grandes indícios de que “Receber Presentes” não seja a primeira linguagem do amor dele. No entanto, se ele(ela) lhe agradece efusivamente; se mostra o presente ganho a outros e diz como você costuma dar-lhe bons presentes; se ele é cuidadoso com seus brinquedos, pois guarda-os em lugar de honra no quarto, mantém-nos limpos e brinca bastante tempo com eles, talvez “Receber Presentes” seja a primeira linguagem do amor dele.

O que fazer, se você tiver um filho cuja primeira linguagem do amor é “Receber Presentes”, e não tiver dinheiro suficiente para comprar vários brinquedos para ele? Tenha em mente que não é a qualidade ou o custo do mesmo que se conta. Muitos presentes podem ser feitos manualmente e, às vezes, as crianças gostam mais desse tipo do que de outros sofisticados. A realidade é essa: Já reparou como as crianças pequenas chegam a brincar mais com a caixa do que com o presente que vem dentro dela? Outra possibilidade é trabalhar com brinquedos quebrados e reconstituí-los. Reformar um deles pode ser um projeto tanto para os pais como para os filhos. Você não precisa ter “rios de dinheiro” para dar presentes ao seu filho.

Formas de Servir

Quando os filhos são pequenos, os pais continuamente utilizam-se de “Formas de Servir” para se relacionar com eles. Se não o fizerem, as crianças às vezes adoecem. Tomar banho, ser alimentado e vestido, tudo isso requer um bom tempo de trabalho nos primeiros anos da vida de um bebê. Além disso, é necessário cozinhar, lavar e passar. Depois chega a época das lancheiras, dos ônibus escolares e da ajuda nas lições de casa. Tais coisas não são muito valorizadas por algumas crianças, mas para outras comunicam amor.

 Observe seus filhos. Note como eles demonstram amor por outras pessoas. Isso é uma boa dica para se descobrir a primeira linguagem do amor deles.

 Se o seu filho costuma demonstrar apreciação por pequenas coisas que se façam por ele, é uma dica de que elas são emocionalmente importantes para ele(ela). Através de “Formas de Servir” você lhe comunica amor de forma significativa. Quando você o ajuda com um projeto de ciências, isso significa mais do que uma boa nota. O significado é “meu pai (minha mãe) me ama”. Quando você conserta uma bicicleta, o que faz é muito mais do que devolver-lhe “as rodas”. Permite que ele saia com o tanque cheio. Se o seu filho constantemente se oferece para ajudá-lo com seus projetos de consertos, provavelmente significa que, dessa forma, ele expressa amor, e “Formas de Servir” possivelmente seja sua primeira linguagem do amor.

Toque Físico

Há anos tomamos conhecimento que o “Toque Físico” é um excelente comunicador emocional para crianças. Pesquisas têm mostrado que bebês que recebem bastante colo desenvolvem-se emocionalmente melhor do que os que não têm este privilégio. Normalmente, os pais e os outros adultos seguram o bebê, apertam-no, beijamno, afofam-no e dizem-lhe palavras carinhosas. Muito antes de entender o significado da palavra amor, ele já se sente amado. Abraços, beijos, cafunés, andar de mãos dadas, são formas de comunicar amor a uma criança. O abraçar e beijar um adolescente já é diferente do abraçar e beijar uma criança. Ele não gostará disso se você tomar esta iniciativa na frente de seus amigos, mas não significa que não queira receber afagos, especialmente se o “Toque Físico” for sua primeira linguagem do amor.

Se seu filho adolescente costuma chegar por trás de você e abraçá-lo(a), empurrá-lo(a), agarrar seu tornozelo ao andar, mexer com você, essas são indicações de que “Toque Físico” é importante para ele.

Observe seus filhos. Note como demonstram amor para os outros. Essa é uma boa pista para se descobrir a linguagem do amor deles. Anote os pedidos que lhe fizerem. Muitas vezes estarão relacionados com a primeira linguagem do amor deles. Note as coisas que mais gostam, pois também são indicadores para descobrirmos sua primeira linguagem do amor.

A linguagem do amor de nossa filha é “Qualidade de Tempo”; portanto, enquanto ela crescia, sempre fazíamos longas caminhadas juntos. Durante o período em que ela estudava na Academia Salém, uma das mais antigas escolas para moças de nosso país, passeávamos pelo pitoresco bairro da Salém antiga. Os moravianos restauraram a cidade que possui mais de duzentos anos de idade. Caminhar pelas ruas de pedra transportavanos para os tempos passados de nossa história. Andar pelo antigo cemitério comunicavanos a realidade entre a vida e a morte. Naqueles anos percorríamos aqueles locais três tardes por semana e conversávamos muito entre as austeras construções. Ela se formou em medicina, e sempre que vem à nossa casa, faz a famosa pergunta: “Papai, que tal sairmos para dar uma volta?” Nunca recusei seus convites.

Meu filho, porém, jamais caminhou comigo. Ele diz:

“Caminhar é muito chato! Você não vai a lugar nenhum. Se quiser ir a algum local específico, vá de carro.”

A primeira linguagem do amor dele nada tem a ver com “Qualidade de Tempo” dela. Como pais, sempre tentamos colocar nossos filhos na mesma forma. Vamos a conferências sobre as crianças, lemos livros sobre como ser melhores pais, aprendemos algumas boas ideias e queremos chegar logo em casa para colocá-las em prática com cada um deles. O problema é que cada filho é diferente e o que comunica amor para um, necessariamente não transmite ao outro. Forçar uma criança a caminhar a seu lado para que você possa ter “Qualidade de Tempo” com ela não comunicará amor. Precisamos aprender a linguagem do amor de nossos filhos se quisermos que eles se sintam amados.

Acredito que a maioria dos pais realmente ama seus filhos. Também admito que milhares de pais não conseguiram comunicar amor na linguagem certa e milhares de crianças em nosso país vivem com o “tanque” emocional vazio. Acho que grande parte das crianças com comportamento inadequado tem por trás um tanque vazio.

Nunca é tarde demais para se demonstrar amor. Se seus filhos são mais velhos e você percebe que durante anos falou com eles na linguagem errada, por que não comunicar isso a eles? Que tal falar-lhes assim:

“Sabe de uma coisa, li um livro sobre como se demonstra amor e percebi que, durante anos, nunca expressei carinho por você da forma mais adequada. Tenho tentado demostrar meu amor através de _____; porém, agora percebo que essa forma provavelmente não lhe comunicou meu carinho, pois sua linguagem do amor é outra. Chego à conclusão que sua linguagem do amor possivelmente seja _____. Como você sabe muito bem, eu sempre o(a) amei, e espero que no futuro consiga expressar-lhe isso da melhor maneira possível.”

Talvez você queira até explicar as cinco linguagens do amor para eles e conversar sobre a sua e a deles.

Talvez seja você quem não se sinta amado(a) por seus filhos mais velhos. Se forem maduros o suficiente para entender o conceito das linguagens do amor, sua conversa poderá abrir-lhes os olhos. É bem provável que se surpreenda com a boa vontade deles em tentar falar sua linguagem do amor e, quando o fizerem, surpreender-se-á como seus sentimentos e atitudes para com eles começarão a mudar. Quando os membros de uma família começam a falar a primeira linguagem do amor um ao outro, o clima emocional aumenta grandemente.

  11     Uma Palavra Pessoal

 No capítulo dois, preveni o leitor que entender as cinco linguagens do amor emocional e aprender a falar a primeira linguagem do amor de seu cônjuge, poderiam afetar radicalmente o comportamento dele ou dela. Agora, eu pergunto: O que você acha? Li vários livros sobre este assunto, acompanhei as vidas de vários casais, visitei pequenas e grandes cidades, recebi em meu escritório de aconselhamento diversas pessoas e conversei com várias delas em restaurantes, etc. Estes conceitos também poderiam alterar radicalmente o clima emocional de seu casamento! O que aconteceria se você descobrisse a primeira linguagem de seu cônjuge e resolvesse falá-la de forma consistente?

Nem você nem eu podemos responder a esta pergunta sem primeiramente testá-la. Posso dizer que vários dos casais que ouviram estes conceitos em meus seminários, disseram que o fato de escolherem amar e expressar carinho na linguagem do amor de seu cônjuge provocou uma enorme diferença em seus casamentos. Quando a necessidade emocional de ser amado(a) é suprida, cria-se um clima onde o casal consegue lidar com as outras áreas da vida de forma muito mais produtiva.

Cada um de nós chega ao casamento com diferentes histórias e personalidades. Levamos nossa bagagem emocional para nossos relacionamentos conjugais. Cada um chega com expectativas diferentes, com diversos enfoques das situações e muitas opiniões sobre o que realmente importa na vida. Em um casamento saudável esta variedade de perspectivas deve ser harmonizada. Não precisamos concordar em tudo, mas devemos achar uma forma de lidar com cada uma de nossas diferenças de forma que elas não se tornem fatores de separação. Com “tanques” do amor vazios os casais tornam-se ausentes e até agressivos, seja verbal ou fisicamente, ao colocarem seus argumentos em jogo. Porém, quando o “tanque” do amor está cheio, cria-se um clima de amizade, compreensão e boa vontade perante as diferenças, um clima propenso às negociações dos problemas que surgem no dia a dia do casal. Estou convencido de que nenhuma outra área do casamento afeta tanto o relacionamento a dois quanto o suprir a necessidade do amor emocional.

A habilidade de amar, especialmente quando o cônjuge não corresponde, parece ser impossível para alguns. Esse tipo de amor pode exigir que utilizemos nossos recursos espirituais. Muitos anos atrás, quando me deparei com meus próprios problemas conjugais, tornei a descobrir que precisava de Deus. Como antropologista, fui treinado a examinar dados. Decidi, pessoalmente, fazer escavações nas raízes da fé cristã. Examinei os registros históricos do nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo; passei a ver sua morte como expressão de amor e sua ressurreição como uma profunda evidência de seu poder. Tornei-me um cristão sincero. Entreguei-lhe minha vida e descobri que ele nos provê a energia espiritual interior para amar, mesmo quando o amor não é correspondido. Gostaria de encorajá-lo a fazer sua própria investigação sobre aquele que, ao morrer, orou pelos que o mataram: “Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem”.

Esta é a principal expressão do amor.

A alta taxa de divórcio em todo o mundo evidencia o fato de que milhares de casais vivem com o “tanque” do amor emocional vazio. O número crescente de adolescentes que fogem de suas casas e quebram lei após lei indica que, muitos pais, apesar de bem intencionados e de tentarem sinceramente expressar amor a seus filhos, ainda falam com eles a linguagem do amor errada. Acredito que os conceitos deste livro podem causar um impacto sobre os casamentos e as famílias de quem o ler.

Não escrevi este livro para ser um tratado acadêmico e guardado nas bibliotecas dos colégios e faculdades, apesar de esperar que professores de sociologia e psicologia o considerem como ajuda na área do casamento e da vida familiar. Eu o elaborei, não para os que estudam o casamento, mas para os casados, que passaram pela experiência eufórica da paixão, entraram no matrimônio com sublimes sonhos de fazer um ao outro extremamente feliz, mas que, com a realidade do dia a dia estão até em perigo de um rompimento total. É minha esperança que milhares destes casais não somente reencontrem seus sonhos, mas também descubram o caminho para que seus ideais tornem-se realidade.

Sonho com o dia em que o potencial dos casamentos seja aproveitado para o bem do próprio homem, quando maridos e mulheres puderem viver a vida com seus

“tanques” do amor emocional lotados, de forma a apoiarem-se para conseguir alcançar não somente o potencial pessoal de cada um, como também o conjugal. Sonho com o dia em que as crianças cresçam em lares cheios de amor e segurança, onde a energia progressiva seja canalizada em aprendizado e em serviço, ao invés de irem atrás do amor que não receberam em casa. É meu desejo que este livro reavive as chamas do amor em seu casamento e em outros milhares de matrimônios.

Se fosse possível, eu mesmo daria um exemplar deste livro a todos os casais do mundo e diria:

Escrevi este livro para vocês. Espero que ele cause mudanças em suas vidas. E, se isso realmente ocorrer, por favor dê outro exemplar a mais alguém.

Contudo, como não posso fazer isso, ficaria muito grato se você, que o leu, presenteasse, com uma cópia, os seus familiares, irmãos e irmãs; seus filhos casados; seus funcionários; seus colegas de clube, igreja ou sinagoga. Quem sabe, juntos, veremos nosso sonho tornar-se realidade.

 

 Guia de Estudo para os Cônjuges e Discussão em Grupo

Por James S. Bell, Jr.

Introdução

Após ler e refletir sobre os primeiros capítulos deste livro, encoraje seu cônjuge a fazer o mesmo. Depois, os dois estarão aptos a realizar juntos os exercícios a seguir. Todos os “pensamentos importantes” e perguntas são feitos diretamente para o esposo e a esposa. Espera-se que, após ler esta obra, ou no processo da feitura dos exercícios, cada leitor descubra sua própria primeira linguagem do amor, seus dialetos, e sua segunda linguagem mais forte. Portanto, as linguagens e capítulos não serão aplicados da mesma forma a ambos os cônjuges. Todas as perguntas relacionam-se diretamente com o material de cada capítulo.

Por vários motivos, especialmente se você estiver passando por algum período difícil na vida conjugal, seu(sua) esposo(a) talvez não queira participar — seja da leitura dos capítulos iniciais deste livro ou deste guia de estudo. Se este for seu caso, você, em cujas mãos encontra-se esta obra, fará os exercícios para que os benefícios deste livro tornem-se realidade. Da mesma forma, se você seguir as diretrizes das questões apresentadas, seu cônjuge reagirá de forma positiva, mesmo sem ler os primeiros capítulos ou discutir o guia de estudo.

Perguntas mais abrangentes que visam debates em grupos foram adicionadas a cada capítulo. Isso inclui um aspecto mais amplo que vai além das preocupações do casal. Todas as propostas podem ser usadas em grupos de estudo de casais. Seria aconselhável que cada líder destas equipes já tivesse experiência nessa área. Material de apoio pode ser utilizado para dar mais subsídios à discussão. Note que as perguntas dos capítulos 10 e 11 foram acopladas.

Finalmente, não se condenem se vocês não conseguirem responder as perguntas ou não fizerem as tarefas sugeridas. Elas são sugestões que ajudam a colocar em prática o que foi visto neste livro e aplicam-se, diferentemente, aos vários casais que o lerem. A tentativa de expressar amor de forma mais eficiente baseia-se na individualidade de cada cônjuge. Aprender e falar a linguagem do amor de seu(sua) esposo(a) compensa o maior dos esforços.

  

1 O que Acontece com o Amor Após o Casamento?

CONCEITO IMPORTANTE

Devido ao fato de cada um de nós receber amor de formas diferentes, mantê-lo

aceso em nossos casamentos é uma tarefa difícil. Se não entendermos como nosso cônjuge recebe o amor, nossos casamentos poderão murchar e simplesmente não entenderemos o porquê. Precisamos descobrir a forma de cada um receber amor. Utilize uma folha de papel à parte e resolva as seguintes questões:

1. Olhe para sua infância. Você se sentiu adequadamente amado(a) por seus pais? Como eles expressavam amor por você? Com base nos resultados em sua vida, que impacto tiveram na forma de você comunicar amor a seu cônjuge?

2. Faça uma lista das falhas e dos sucessos de seus pais, ao comunicar-lhe afeição e afirmação. Que semelhanças você vê, na forma em que expressa amor a seu cônjuge?

3. Você não diminuiu sua demonstração de amor a seu cônjuge, mas, apesar disso, ele cada vez mais reage negativamente. Identifique, a seguir, duas áreas problemáticas nos últimos dois anos: 1. atos de amor aos quais seu cônjuge não correspondeu; 2. manifestação de uma frustração devida a sua falta de cuidado, a qual você desconhece ou discorda. Qual é a verdadeira natureza do problema?

4. Faça uma retrospectiva e diga que livros, fitas, artigos, etc. influenciaram-no(a) no que diz respeito à melhoria de sua vida amorosa com seu cônjuge. Tente lembrar quando e como você tentou colocar em prática o que aprendeu. Teve sucesso ou falhou? Por quê? Eles tinham alguma implicação com as linguagens do amor?

5. Procure lembrar-se de alguma época em que você tentou comunicar amor através de alguma forma específica e não foi entendido(a); talvez não tenha sido rejeição, mas sim uma não identificação. Por que boas intenções, sinceridade e promessas cumpridas não são suficientes?

PARA DISCUSSÃO EM GRUPO

Inicie um debate sobre a natureza da comunicação em geral e como os mal-entendidos podem ocorrer, devido à complexidade das várias formas de linguagem. Como as circunstâncias familiares (seu gênero, seus valores, etc.) podem complicar mais o processo?

 

2 - Mantendo Cheio o Tanque do Amor


Até amanhã ...



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