Dia 02 - Capítulo 1 - A fábula da virada de ano e o monstro do dia a dia
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Capítulo 1 - A fábula da virada de ano e o monstro do dia a dia
Eu não era feliz com meu trabalho, não me sentia realizado e simplesmente não tinha orgulho das histórias que eu estava construindo. E o pior é que eu não conseguia sair daquela situação.
Eu não sei exatamente quantas vezes isso já aconteceu com você, mas já perdi as contas dos dias que eu acordava de manhã com a certeza de que aquele seria um dia incrível, que eu conseguiria ser bastante produtivo, que poria minha vida em ordem, que todas as tarefas caberiam nele. No fim do dia, porém, a sensação que eu tinha era de que o dia tinha voado e eu não tinha feito praticamente nada.
Uma história parecida com a que eu vivi tantas vezes é a do Carlos.
Ele trabalha em casa, o que para muita gente é um sonho, pois passa uma sensação de ter tempo para fazer tudo o que quiser e na hora que quiser.
Rotineiramente, ele ia dormir com a sensação que o dia seguinte seria diferente, produtivo, que antes de começar a trabalhar ele conseguiria fazer muita coisa, como comer direito e fazer algum exercício físico.
Na prática, logo de manhã, a rotina dele começa com o despertador do celular tocando por volta das 7 horas da manhã, em seguida o Carlos estica o braço e no mesmo momento em que ele desliga o despertador já aproveita para passar os olhos nas mensagens novas que chegaram e, ainda na cama, lê as chamadas de algumas notícias num site que ele gosta de ver para se sentir atualizado com o que está acontecendo no mundo.
Aí, como está com o celular nas mãos, aproveita para olhar o que teve de novo nas redes sociais, até que resolve olhar os e-mails do trabalho e meio que sem pensar começa a responder aquilo que consegue, os e-mails que são mais complicados ele marca novamente como “não lido” para deixar para mais tarde, enfim, já tem um tempo que o despertador tocou e ele ainda está na cama.
Quando vai se aproximando das 9 horas da manhã, ele percebe que não dá mais tempo de comer direito e com calma, muito menos de fazer a atividade física que tinha programado. Se fizesse naquele horário, todo o resto do dia estaria comprometido. Então, ele vai para a mesa do trabalho para começar o dia profissional, já com um sentimento ruim de não ter conseguido fazer o que queria antes de começar a trabalhar. Quando ele senta, quase que instantaneamente as tarefas começam a pular na frente dele, e-mails, contas para pagar, mensagens de WhatsApp, quando menos percebe já deu meio-dia e ele praticamente ficou no modo automático até aquele horário.
Ele queria ter progredido com seus projetos, mas ainda não deu, e o pior é que quando ele consegue avançar um pouco em algum de seus projetos de vida, o sentimento que fica é de que os e-mails se acumularam e ele começa a se sentir sufocado. Volta do almoço e praticamente o que acontece é um replay da manhã, um monte de tarefas das 9 às 19 horas e ele nem consegue lembrar o que fez de útil no dia.
De noite, mesmo exausto, pelo menos ele teria o tempo de jantar, tomar um bom banho, ler alguma coisa que ele tenha prazer ou ver um filme, mas o cansaço é tão grande que ele acaba assistindo TV enquanto come alguma coisa no sofá mesmo e dali ele acaba dormindo. Há também dias em que prefere não ver TV e fica preso nas redes sociais até depois da meia-noite e, quando se desconecta, ainda vem o sentimento de culpa por lembrar que está indo dormir tarde, que provavelmente já vai acordar cansado no dia seguinte e da quantidade de tarefas que espera por ele.
De verdade, ele sente dentro dele que deveria ser melhor, mais rápido, cumprir mais tarefas, deveria organizar seu tempo de modo mais eficiente porque está sempre correndo para fazer coisas básicas e não consegue fazer nenhum projeto de vida prosperar de verdade. Ele pensa em trabalho quase 24 horas por dia, mas na verdade dificilmente termina uma semana sem alguma bomba estourar, sem ter esquecido algo muito importante para fazer ou sem perder o sono por algum orçamento que precisa entregar no dia seguinte.
Carlos faz muito, passa o dia envolvido em tarefas do cotidiano, mas ainda não sabe que, no fundo, ele é não sabe produzir da forma certa. E que o ciclo de tarefas e pendências que fazem ele se sentir sufocado só vai sufocar cada dia mais até o momento em que ele não mais aguentar.
Carlos trabalha em casa, mas poderia ter o próprio negócio, ou trabalhar numa empresa, ser profissional liberal, não importa: da forma como ele vive, jamais vai colher benefício do contexto em que estiver vivendo, pois ele simplesmente não sabe como sair desse ciclo vicioso. Quantas pessoas assim você conhece? Gente que chega ao final do dia com uma sensação de que ele voou, ou pior: “O dia não rendeu”.
Outra coisa que me era muito recorrente: quando o final do ano se aproximava, batia aquela sensação de que o ano tinha passado voando, um sentimento que se misturava com a impressão de que a cada ano a vida parecia passar mais e mais depressa.
No entanto, logo depois vinha a virada do ano, novas metas e a esperança renovada, a certeza de que dessa vez tudo seria diferente. Esse é o momento em que acontece a fábula da virada do ano.
Metas escritas no papel, abraços de virada de ano ao som de rolhas de espumante estourando, esperança renovada, promessas de que este ano vai ser diferente, comprometimentos públicos nas redes sociais, mensagens de WhatsApp e todo aquele ritual do réveillon.
Já vi isso acontecer com pessoas que querem emagrecer, mudar de Já vi isso acontecer com pessoas que querem emagrecer, mudar de emprego, passar num concurso público, abrir o próprio negócio físico ou digital, aumentar os lucros da empresa, terminar o trabalho de conclusão de curso da faculdade, aprender uma língua, viajar para o exterior, ganhar seu primeiro milhão, ter tempo para brincar com os filhos, cuidar da própria saúde, fazer atividade física e um monte de tantas outras realizações.
Depois disso tudo, o ano começa diferente, a fábula da virada do ano até parece que vai se concretizar, as metas começam a parecer exequíveis, elas estão vivas na memória ou até registradas em algum lugar bem a vista. A pessoa faz listas do que tem de fazer, organiza-se, até estuda algumas técnicas de produtividade, prioriza aquilo que deve ser feito para conseguir alcançar a meta.
Estou falando da virada do ano, mas poderia ser qualquer momento em que se resolve mudar de vida. Muitas vezes a “virada de ano” pode ser representada por uma palestra motivacional ou por um vídeo do YouTube que deflagrou o sentimento de “agora vai”. E isso pode acontecer a qualquer instante, e ser disparado por qualquer fato que lhe dê o sentimento de “ponto da virada”. Qualquer um desses sentimentos pode produzir exatamente o mesmo fenômeno da fábula da virada do ano.
Contudo, assim como a virada do ano, o tal “ponto da virada” vai se afastando, ficando para trás, e começam a surgir os primeiros obstáculos.
Chegam os primeiros dias que não rendem tanto, e o que tinha de ser feito acabou ficando por fazer.
Aparecem de novo os dias que passam rápido demais. A quantidade de e-mails para responder e as tarefas que tinham de ser feitas naquele dia não deixaram tempo para avançar na meta principal, mas como a confiança ainda está alta, fica a certeza de que foi só uma exceção, afinal, “na próxima segunda, eu me organizo e retomo o caminho”.
Vem a segunda-feira e você até consegue voltar um pouco ao rumo, mas na terça-feira tudo já sai do controle novamente. São dias em que as metas não cabem, distrações das redes sociais, o volume interminável de tarefas que não levam a lugar nenhum, embora sejam obrigatórias, a sensação de dormir e não se sentir renovado na manhã seguinte e pronto, o monstro do dia a dia da vida moderna já engoliu a fábula e a rotina de dias que não rendem praticamente nada e de anos que voam e passam cada vez mais depressa já se instalou de novo, até que chega o final do ano ou acontece um suposto ponto da virada e tudo recomeça.
Assim a vida vai passando e, não sei se é o seu caso, mas muitas pessoas, antes de aprenderem o que vou ensinar neste livro, contavam que se sentiam como se estivessem secando gelo na vida, e não importa o que fizessem, seus planos não progrediam.
Pode ser que, ao olhar um pouco mais de perto para a própria vida, você se identifique com essa situação, dias que não renderam nada, anos que voaram, metas que caíram na fábula da virada do ano e que logo depois foram engolidas pelo monstro.
E já que estamos falando disso, vamos pensar um pouco mais sobre o tema. Por favor, responda para mim: qual foi a última meta que você já estabeleceu para si e que acabou repetindo nas viradas de ano, mas que, ano após ano, acaba engolida pelo monstro do dia a dia?
Escreva aqui algumas das metas que caíram na fábula da virada do ano e que acabaram engolidas pelo monstro do dia a dia: Talvez você tenha respondido à questão anterior ou simplesmente tenha seguido adiante na leitura. Deixe-me explicar por que você está de parabéns se tiver respondido ou, caso não o tenha feito, por que deve voltar e responder antes de seguir em frente.
Neste primeiro momento, preciso apenas que você compreenda e acredite que este livro é um método completo, testado e comprovado por diversas pessoas, e que cada passo e exercício contido nele foi meticulosamente desenvolvido para produzir o maior e melhor resultado possível. À medida que você avançar as páginas, vai entender com clareza a razão e a importância de preencher todos os exercícios e, mais do que isso, verá que todas as peças deste livro vão se juntar perfeita e completamente.
Cada anotação dessa tem uma razão específica, e com frequência voltaremos a algumas delas, outras surgirão e se conectarão entre si mais para a frente.
Então, certifique-se de que você registrou quais foram suas últimas metas pessoais, profissionais ou financeiras que foram iludidas pela fábula da virada do ano e depois destruídas pelo monstro do dia a dia.
E só para registrar, eu mesmo caí na fábula da virada do ano por catorze anos seguidos, sempre prometendo para mim mesmo que aquele seria o ano da minha virada de vida, que eu conseguiria deixar o emprego que não me realizava, para então montar um negócio e levar a vida da qual me orgulharia, mas, poucas semanas depois, acabava engolido pelo monstro.
Antes de falar como eu saí dessa armadilha, vou contar como caí nela.
Capítulo 2 - A teoria do carro novo e o momento
“Tá vendo que não vai dar?”
Quando você acredita que não vai dar, adivinha? Não dá!
ou filho do Geronimo e da Célia e nasci em Botafogo, no Rio de Janeiro. Meu pai foi taxista e minha mãe datilógrafa, e dormi num colchonete até os 26 anos – em breve, você vai entender por que minha origem é relevante para ter uma produtividade Nível A e para preencher todos os elementos essenciais da felicidade, sobre os quais falei na introdução deste livro.
Cresci ouvindo meu pai dizer que eu seria médico ou advogado, provavelmente por que essas eram as profissões que ele, como pai, via como “bem-sucedidas”. O fato é que chegou o momento do vestibular, e eu não gostava de sangue, então, acabei me tornando advogado.
Por causa de três acontecimentos marcantes na minha vida, que posso até lhe contar em outro momento, resolvi que prestaria concurso público. Depois de alguns meses de estudo, fui aprovado e me tornei advogado da União. Bom, parecia que tudo teria um final feliz. Saí da classe C para a classe A da noite para o dia e passei a ter um emprego seguro e bem remunerado, um emprego para o resto da vida. Eu só não contava que a felicidade daquele momento não fosse durar para sempre.
A TEORIA DO CARRO NOVO
Deixe-me dar uma pausa aqui na história para falar sobre a teoria do carro novo e por que ela vai ajudar você a compreender diversos momentos na vida em que tudo deveria parecer perfeito, mas na prática tem-se a sensação de que falta algo.
Dentro da nossa realidade e naquele momento da minha vida, o primeiro carro legal que eu e a Paty, minha mulher, conseguimos comprar, foi uma SUV, um utilitário esportivo. Acontece que, depois de duas semanas, Paty e eu entramos no carro, e ela vira-se para mim e diz: “Nossa, este carro está parecendo nosso carro antigo”.
Na verdade, ela se referia a um carro popular que, pelo valor financeiro, praticamente qualquer pessoa que trabalhe por algum tempo consegue comprar. Ou seja, nossa SUV, que era o melhor e mais caro automóvel que tínhamos conseguido comprar até aquele momento, havia, muito pouco tempo depois, transformado-se, digamos, em um carro popular.
O mais incrível é que quase tudo na vida vira o “carro novo”: automóvel, emprego, apartamento novo, aumento salarial, promoção no trabalho, namorada ou namorado novo, tudo, absolutamente tudo, depois de um tempo, vira esse carro popular.
Bom, agora que você já entendeu a teoria que expliquei, o que aconteceu na prática é que o meu emprego público, em que eu tinha segurança, sofria pouca pressão profissional e recebia um salário de classe A, havia se transformado no meu carro popular, e a cada dia que passava eu percebia que não estava construindo histórias de que sentiria orgulho de contar lá na frente. Meu novo momento social e as conquistas que meu novo salário havia trazido não eram suficientes para superar a falta de desafio e a falta de entusiasmo com o meu trabalho.
Talvez você esteja se perguntando: “Tá certo, Geronimo, mas se tudo vira meu ‘carro popular’, qual é a solução para uma vida feliz?”. Essa é, aliás, uma excelente pergunta, à qual vou responder mais adiante, por ora, só preciso que você entenda a teoria do carro novo e que saiba que ela me acertou em cheio; já no primeiro ano como servidor público eu procurava formas de viver pela minha paixão.
O momento “Tá vendo que não vai dar?”
Confesso que, na escola, não fui um exímio leitor de livros, muito pelo contrário, só me lembro de ter lido O menino do dedo verde, de Maurice Druon, e que só sei o nome do autor porque acabei de pesquisar no Google exatamente agora enquanto escrevia este trecho do livro. Não que eu me orgulhe disso, mas é a pura verdade.
O tempo passou até que li o primeiro livro que de fato chamou minha atenção, que me tocou, mudou minha forma de ver o mundo e acendeu em mim, de modo indescritível, a vontade de empreender. Trata-se do livro Pai rico, pai pobre, de Robert Kyosaki, que, como um marco na minha vida, me fez tomar a decisão de me tornar empreendedor, embora eu tenha uma concepção diferente de empreendedorismo da que tradicionalmente é usada.
E só para ter a certeza de que estamos falando a mesma língua, é importante que você saiba que eu considero empreender sinônimo de remunerar sua paixão. Então, para mim, empreendedor é todo aquele que, de uma forma ou de outra, consegue remunerar a própria paixão, seja como dono de um negócio seja trabalhando para alguém. Eu precisava empreender e, como advogado da União, sentia-me o oposto de tudo o que eu queria para minha vida. Havia muito conforto financeiro, mas pouca realização.
Agora você já entendeu minha situação, meu emprego público com salário acima da média brasileira tinha virado meu carro novo, mas eu não estava feliz, não estava construindo histórias de que me orgulharia de contar lá na frente.
Aqui, preciso fazer um alerta: pode ser que sua história não tenha nenhuma relação com a minha, pode até ser que seu objetivo seja passar num concurso público, em vez de pedir exoneração de um, como eu fiz, mas o importante é compreender que, de um jeito ou de outro, somos muito parecidos.
Isso porque, se você está lendo este livro, com certeza quer aprender a realizar mais, em menos tempo e ter mais felicidade, quer aprender como vencer a procrastinação para fazer de modo consistente aquilo que sabe que tem de ser feito ou mesmo quer descobrir como produzir melhor, somente para fazer o que você já faz, porém em menos tempo e com mais equilíbrio na vida.
O tempo foi passando e a cada ano que eu acreditava que seria o último no emprego público era consumido pelo monstro do dia a dia, nada mudava, a confiança foi acabando e a ansiedade aumentando substancialmente – só para você ter uma ideia, cheguei a tomar remédio ansiolítico, tarja preta, por mais de um ano.
Naquele momento, meus filhos gêmeos, João e Carol, já tinham nascido, e meu sentimento de responsabilidade tinha ficado ainda maior. Se já era difícil abandonar um emprego público concursado sendo solteiro, imagine casado e com dois filhos.
Mas tudo bem, quando chegava o fim do ano minhas esperanças eram renovadas, tanto que tentei de várias maneiras sair do serviço público, tentei ser jogador de pôquer profissional, fundei uma rádio on-line para narrar os jogos do Botafogo, abri uma locadora de filmes com a Paty, gerenciei um site de Direito e tomei várias outras ações para sair do meu emprego.
Contudo, naquela época eu não tinha o método certo de produtividade da Academia da Produtividade, saía fazendo as tarefas de maneira aleatória ou, no máximo, criava uma lista de atividades e procurava priorizá-las a cada dia. Hoje, olhando para trás, concluo que não ter um método adequado de produtividade, ou não usar nenhum, foi um dos meus maiores erros.
O que acontecia na prática é que quase todos os projetos até davam certo no início, eu começava bem, vinha a sensação que tinha encontrado a forma de viver que eu sempre quisera, quando começava a ter os primeiros resultados, o que vinha em seguida era que continuar advogado da União e seguir na segunda atividade ficava pesado demais.
Começava a parecer que tudo o que eu tinha a fazer não ia caber no meu dia: trabalhava cada vez mais horas e quanto mais eu trabalhava mais surgiam coisas para fazer e quanto mais tarefas apareciam mais cansado eu ficava e menos eu produzia.
Até que sempre chegava o mesmo momento, em que eu dizia para a Paty: “está vendo que não vai dar?”. Estava me referindo ao volume de tarefas que eu tinha de fazer e que, com a baixa qualidade da minha produtividade sem o método certo, ficava a sensação de que mais uma vez não daria para fazer a transição do serviço público para minha vida de empreendedor.
Não sei quanto você está atendo a isso, mas quando a gente pensa que não vai dar, adivinha? Não dá mesmo! E era exatamente o que acontecia comigo, eu dizia que não conseguiria deixar aquela vida para construir histórias verdadeiramente incríveis, eu me desesperava, produzia menos ainda, até que abandonava a segunda atividade e voltava para o martírio do meu dia a dia, que era o modo como eu me referia ao meu trabalho no serviço público.
E lá estava eu, de novo, esperando chegar a nova fábula da virada do ano.
Em situações normais, descartando doenças e outras causas externas imprevisíveis, existem duas únicas razões específicas para que uma pessoa não consiga realizar 100% de tudo aquilo que ela quer para a vida, e nessas pessoas incluo-me e a você também:
Razão 1: deixar de fazer ou adiar aquilo que sabe que precisa ser feito, para dar prioridade a tarefas menos importantes ou que até parecem importantes naquele momento, mas que depois se percebe que não levaram a lugar nenhum.
Razão 2: ter atividades e tarefas demais para executar, o que faz o dia não caber nas 24 horas.
A primeira razão, deixar de fazer ou adiar aquilo que precisa ser feito, mascara tarefas irrelevantes, transformando-as em tarefas importantíssimas. Funciona mais ou menos assim: a pessoa se prepara para fazer algo muito importante, que ela já vinha adiando há alguns dias, mas que enfim conseguirá executar. Pode ser escrever um artigo, fazer aquele trabalho de faculdade, concluir um relatório importante ou uma tarefa do trabalho, resolver um problema pessoal, iniciar um projeto, mas justamente na hora que ela senta para pôr as mãos na massa, ela se lembra de que para fazer aquilo é FUNDAMENTAL, antes, organizar as gavetas do escritório, gavetas essas que nunca incomodaram, ou limpar as caixas de e-mail, inbox do Facebook, mensagens do WhatsApp.
É como se existisse uma fila de tarefas que precisam ser feitas, muitas das quais não são tão relevantes. São atividades que apenas ocupam seu tempo, e, em meio a elas, também existem outras que são importantes para alcançar aquilo que você quer para sua vida – falaremos de tarefas de ocupação e de produção mais adiante – e conforme você vai resolvendo aquilo que é menos relevante, a fila vai andando e uma hora, por fim, chega o momento de executar aquela tarefa importante, mas nesse momento você transfere essa atividade importante para o final da fila e continua a fazer aquilo que não leva a lugar nenhum.
E por mais que a designação possa soar feia, priorizar tarefas menos importantes em vez daquelas que de fato deveriam ser executadas é a mais pura procrastinação. Os procrastinadores crônicos são aqueles que passam o dia completamente ocupados, mas com coisas que não são as que de fato os levam a conquistar os elementos essenciais da felicidade.
E o pior nesse caso é que o procrastinador fica até mais cansado do que uma pessoa que tem o Nível A de Produtividade, pois ele passa o dia tão ocupado que sequer vê os resultados acontecerem.
Antes que você se sinta culpado por não ter atingido a potencialidade máxima dos quatro elementos essenciais da felicidade, por não ter ainda realização pessoal, realização profissional, realização financeira e equilíbrio, permita-me explicar que a culpa não é sua – bom, pelo menos não era – até você ter acesso ao que vou lhe mostrar neste livro.
Existem duas causas principais que impediram você de ter um nível A de concentração e foco para realizar dia após dia, sem procrastinar, aquilo que sabe que tem de ser feito.
A primeira causa para o ser humano ter dificuldade clara de focar e manter a concentração no que realmente importa, abrindo mão do que não deveria ser feito para conquistar algo relevante para sua vida, pode ser encontrada na genética.
Um estudo publicado no jornal Psychological Science1 identificou um possível gene da procrastinação. O fato é que nossos ancestrais não tinham o hábito de planejar o futuro e acabavam tendo de tomar frequentes decisões em razão do momento, inclusive para sobreviver.
Nossos ancestrais, por exemplo, saíam para buscar alimento, mas durante o percurso surgia um predador, então, eles tinham de abandonar o plano maior da caça e se concentrar ali no presente, naquilo que se apresentava bem à frente deles, concentrar-se na própria proteção e sobrevivência.
Não temos predadores reais na nossa rotina diária da vida moderna, mas a quantidade de distração que surge com propagandas, redes sociais, notificações de e-mails, mensagens de WhatsApp e um monte de outras informações acaba deflagrando o mesmo comportamento pré-histórico, ou seja, deixamos o objetivo principal do dia para nos concentrar naquilo que acabou de “pular” à nossa frente.
A segunda causa da procrastinação e da não realização é que ficar concentrado por muito tempo numa atividade é uma das funções executivas do sistema nervoso central mais difíceis de ser mantida. Ou seja, juntando a tendência genética com a dificuldade natural de se manter concentrado, o resultado final é a dispersão crônica. Na prática, significa dizer que essa combinação acaba fazendo o indivíduo pular de tarefa em tarefa numa velocidade nada benéfica, consumindo a produtividade e dando a sensação de que o dia voou e que ele não fez nada. Percebe que existe uma lógica e um padrão no comportamento das pessoas em geral?
A Razão 2 para o monstro do dia a dia destruir sempre a fábula do ano novo é o fato de o indivíduo ter atividades e tarefas demais para realizar, a ponto de o dia não caber em 24 horas.
Eu mesmo vivi muitos dias assim, acordava cedo, trabalhava focado, respondia a dezenas de e-mails, incontáveis mensagens de WhatsApp, retornava ligações, pagava contas, levava meus filhos à escola, mal tinha tempo para almoçar e muitas vezes sequer me lembrava de beber água.
Naquela época, o fato de pensar em acrescentar algo novo à minha rotina era simplesmente desesperador. Sempre que alguém me dizia que tinha algo ou algum projeto ou curso que era minha cara eu nem queria ouvir. Afinal, eu não daria conta mesmo.
Lembro-me de dias e mais dias em que o telefone tocava e eu não tinha coragem sequer de verificar de quem era o número, pois sabia que teria de atender e parar de fazer as tarefas que mal cabiam na minha rotina.
Aqui, lembro-me de quando jogava tênis com um amigo, no Rio de Janeiro. Nós éramos de fato ruins naquilo. Até que um dia apareceu um professor de tênis e ofereceu uma aula gratuita. Eu aceitei e, naquela primeira aula, a única coisa que o professor ensinou foi como bater na bola.Eu precisava olhar para a bola, apontar para ela com a mão que estava livre, bater na bola com a raquete no momento em que ela chegasse na altura de minha cintura e depois completar o movimento com a raquete até o ombro oposto. Aquilo foi tudo o que aprendi naquele dia, mas foi o suficiente para ganhar do meu amigo na partida seguinte sem a menor dificuldade.
A diferença entre nós dois é que eu tinha um método de bater na bola e ele não.
É isso o que acontece com quem leva a vida sem dominar um método para produzir com Nível A de produtividade; tentar fazer com que todas as tarefas caibam em um dia sem ter uma técnica adequada para isso é exatamente como tentar jogar tênis sem nunca ter aprendido a acertar a bola. Não sei a razão pela qual você está lendo este livro e o que quer alcançar que ainda não tenha conseguido, mas posso afirmar sem medo de errar que, se ainda não chegou lá, foi por estar com coisas demais para fazer e não conseguir estruturá-las ou porque tem coisas de menos, mas não consegue evitar de procrastinar na hora de fazer o que deveria ser feito. Essas duas razões representam 100% dos alunos que passaram pela Academia da Produtividade, e elas são os grandes destruidores da realização.
Pare por um instante e, com honestidade, avalie as metas que você ainda não atingiu, provavelmente aquelas mesmas que você anotou no exercício anterior. A seguir, marque um “X” na razão pela qual você ainda não conseguiu realizar suas metas. Se não tiver uma resposta exata, escolha a opção que se aproximar mais da sua realidade:
( ) Até começo bem, caminhando na direção de concretizar o que quero para minha vida, mas depois de um tempo acabo deixando de fazer aquilo que sei que tenho de fazer, adiando o que deveria ser feito, priorizando de maneira errada algumas tarefas do meu dia a dia e as coisas acabam não acontecendo como deveriam.
( ) Tenho atividades e tarefas demais para executar, tanto que as 24 horas do dia parecem insuficientes, a ponto de não conseguir fazer aquilo que sei que deveria fazer para alcançar meus objetivos, ou seja, até tento, mas não dá tempo.
( ) As duas razões acima contribuem de modo direto para eu não ter, exatamente agora, o que eu gostaria para a minha vida.
É claro que existem técnicas para treinar sua mente e seus hábitos para driblar as tendências naturais de procrastinar o que deveria ter sido feito, bem como de gerenciar as tarefas que parece que vão engolir você, para finalmente ter um Nível A de produtividade. Vamos entrar nesses detalhes já a partir do próximo capítulo.
Capítulo 3 - Se fosse fácil, todo mundo faria
Eu não aguentava mais dizer para mim mesmo que não ia dar. Precisava dar um basta naquilo e entender que o que tinha me levado até ali não me levaria para o próximo nível; afinal, se fosse fácil, todo mundo faria.
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