Deep Web: Entrevista na DarkNet sobre as ameaças a Bolsonaro

Deep Web: Entrevista na DarkNet sobre as ameaças a Bolsonaro

DarkNet Brazil
A conversa com o representante da SSS, que assumiu a autoria de pelo menos três atentados contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), em Brasília, foi realizada pela revista VEJA através de uma sala de bate-papo na deep web. O representante se identificou como “Anhangá”, e confirmou que o objetivo do grupo é matar o presidente. Confira a conversa publicada nesta sexta-feira (19)

VEJA 

O presidente da República, Jair Bolsonaro, é um dos alvos? Por quê?

Anhangá

Bem, ser um alvo ele é, só é bastante difícil às vezes de elaborar algo para alcançá-lo. Como ele é um estúpido populista às vezes falha com sua segurança e sai aqui em Brasília aleatoriamente sem uma proteção adequada. Ou em outros lugares como no Rio de Janeiro. As motivações carecem de justificativas porque são óbvias. Bolsonaro e sua administração tem declarado guerra ao meio ambiente, a Amazônia especialmente, tem feito de órgãos que teoricamente deveriam proteger a natureza catapultas para negócios danosos, facilitadores de exploração mineira, madeireira, caças, agropecuária, etc.

E isso de maneira intensa e explícita.

Proposital. É um negacionista da catástrofe climática.

VEJA 

Mas vocês ainda avaliam fazer um ataque ao presidente da República?

Anhangá 

Um ataque a Jair Bolsonaro será sempre uma possibilidade latente. ITS-México feriu uma senadora mexicana com um livro-bomba, se não estou equivocado. ITS-Chile por pouco não mata o presidente de uma das maiores estatais do país com um pacote-bomba há dois meses, mais ou menos. Estas pessoas do alto escalão não são intocáveis, só é preciso saber das vulnerabilidades. As pessoas pensam que estamos parados, mas estudamos semanalmente nossos alvos, e tentamos sempre adquirir explosivos e armas mais potentes. Se a oportunidade bate em nossa porta Bolsonaro acabará como Luis Donaldo Colosio (político mexicano, morto em atentado em 1994).

Na cerimônia de posse: “Conseguiríamos se tivéssemos tentado”

VEJA

Em relação à posse presidencial, qual era o plano de atentado?

Anhangá

Dificilmente conseguiríamos acessar a área restrita, havia barreiras e detectores de metal. Não era certo uma vista de longe para disparos, e mesmo que fosse, a área estava bastante vigiada por câmeras e atiradores, seriam deixadas sacolas com explosivos, na verdade iria atingir público, essa é a verdade.

Isso era viável. Foi um público considerável, e facilmente poderíamos nos misturar e executar este ataque, mas o risco era enorme, e era previsível um ataque, então seria suicida.

Não queríamos isso. E pensamos bem, outros membros de fora aconselharam também.

VEJA

Vocês desistiram, então, por causa da estrutura de segurança do evento?

Anhangá

De certo modo sim.

O risco era grande.

Mas conseguiríamos se tivéssemos tentado. Só não é certo se sairíamos vivos.

VEJA

O que estava preparado?

Anhangá

Como mencionei, explosivos de extintores de incêndio e uma arma.

VEJA

Qual seria a finalidade da arma?

Anhangá

A finalidade máxima seriam disparos contra Bolsonaro ou sua família que desfilaria, seus filhos, sua esposa, o núcleo, mas sabemos que isso dificilmente aconteceria, mas essa era a finalidade. Não sabíamos se teríamos campo de visão para isso.

O ministro do Meio Ambiente é alvo: “Um lobo cuidando de um galinheiro”

VEJA

Vocês também ameaçaram de morte o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Qual a razão disso?

Anhangá

Salles é um cínico, e não descansará em paz, quando menos esperar, mesmo que saia do ministério que ocupa, a vez dele chegará. Aquele sujeito já chegou a adulterar documentos para beneficiar mineradoras. Tudo o que faz e declara é antagônico ao cargo que ocupa. É um lobo cuidando de um galinheiro.

Ele foi condenado por isso. É um aliado de empresas, mineradoras e ruralistas. E não por acaso foi escolhido por Bolsonaro.

Damares na mira: “a cristã branca que prega o progresso”

VEJA

Por que, além de Bolsonaro, vocês ameaçaram a ministra Damares Alves?

Anhangá

Pelo símbolo que ela se tornou, a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade. Outro motivo é que o eco-extremismo é extremamente incompatível com o que prega o seu ministério, é um choque filosófico.

Investigações da PF: “Não somos meros amadores”

VEJA

Por que até hoje a Polícia Federal não descobriu a identidade de vocês?

Anhangá

Porque são incompetentes e porque não somos meros amadores. Aqueles idiotas da Operação Hashtag foram presos enquanto preparávamos quase 10 quilos de explosivo. Não somos meros amadores, dominamos técnicas de segurança, de engenharia, de comportamento social. Pra falar a verdade discutimos internamente com membros de outros países e chegamos a conclusão que das polícias de cada país onde opera ITS a do Brasil é a mais avançada, mas ainda sim não foi capaz. Como costumamos dizer, caminhamos com uma lebre, silenciosamente.

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