Conversamos com JAY B que ganhou mais liberdade e força. Na piscina ele fala sobre coragem, depressão, literatura e aspirações.

Arena Homme, revista.

Você veio sozinho?

JAY B: Sim. Peguei um táxi aqui. Eu era do tipo que andava livremente, mesmo quando estava na JYPE, mas desta vez pegar o táxi para o trabalho, parecia novo.

Todos os membros do GOT7 decidiram deixar a JYPE, mas permaneceram juntos como um grupo.

Como líder, você precisava tomar uma decisão, certo?

JAY B: Embora acabássemos saindo da JYPE, queríamos continuar como GOT7. Todos concordamos em sair e tentar entre nós mesmos. O produto feito por mim, assumindo a responsabilidade e o controle foi o single "Encore" que foi lançado não muito tempo atrás. Eu estive envolvido em todo o processo com uma nova gravadora. Fiquei feliz em ver uma boa resposta. Faltou em algumas áreas, mas eu estava muito orgulhoso por termos sido capazes de mostrar um passo diferente. Mostramos através deste single que "não nos separamos" e o que vem a seguir é mais importante. Quando deixamos a JYPE, o diretor Jung Wook mencionou "seu papel como líder começa agora. Eu costumava achar que o papel de líder era um fardo as vezes mas agora sinto um senso maior de responsabilidade. Ao apoiar a jornada de cada pessoa, achei que precisava ser o único a dar um passo à frente quando estivéssemos juntos. Não muito tempo atrás, Jackson foi para a China, Mark foi para os EUA, eu pude me despedir dele mas Jackson também estava indo, não poderíamos ficar juntos por causa dos cronogramas. Então eu disse à ele para ter um voo seguro, pedi desculpas por não poder me despedir dele e agradeci também. Ele respondeu dizendo que iria se cuidar e voltar.

O que te motivou a deixar a grande agência com a qual trabalhou a tanto tempo?

JAY B: O pensamento veio de repente enquanto estávamos promovendo como grupo. Estou considerando os benefícios que tenho como garantidos? Quando uma programação é lançada, eu simplesmente faço, quando eles me pedem para confirmar as coisas mas por qual tipo de processo passou até chegar à mim? Quem envia a solicitação e como ela é processada? Por que estou apenas esperando que essas coisas me alcance enquanto apenas observo? Queria estar diretamente envolvido nesse processo. Eu queria aprender tudo sobre o lançamento de um álbum e saber as dificuldades. Eu quero ser humilde e começar do zero novamente.

Você não precisava de coragem?

JAY B: Claro que sim. Eu também estava com medo. Minha posição subiu, mas quando se trata do meu conhecimento real, acho que estou apenas lá embaixo. Eu temia que a diferença aparecesse grande demais quando eu deixasse a empresa. Mas acho que teria mais medo se tivesse ficado. Uma vez que essa diferença teria crescido um pouco mais. meu verdadeiro eu está aqui, então devo enfrentar. Foi isso que pensei.

Como JAY B ou como Def.? Quem lança mixtapes é faz exposições? Você deve ter tido vontade de fazer algo novo.

JAY B: Quero fazer pesquisas e construir tudo passo a passo, sem pressa. JAY B vai mostrar Hip-Hop e R&B que agrada o público geral e Def. fará atividades que Def. quiser fazer. Esse é o apelido que uso desde quando eu era apenas bboy antes de me tornar trainee. É como o ar flutuando livremente, pode ser house ou soul, ou acústico, ou até rock moderno. De certa forma, o Def. está mais perto de quem eh sou. Mas desde que estreei como JAY B, também mostrarei este outro lado de mim mesmo, por ele. Quero ser uma pessoa que pode fazer o que quiser livremente.

Ouvindo suas mixtapes e sabendo que gosta dos estilos de D'Angelo e Ray Charles, você parede estar apegado ao ritmo sul-americano.

JAY B: Eu gosto. muito deles, gosto de toda a cultura do Hip-Hop que se originou deles. A cultura também inclui DJing, graffiti, e até bboying. Eu procurava vídeos para assistir, eu estudava a cultura e também o que cada movimento de dança simbolizava com meu grupo de bboying e foi assim que fiquei fascinado. O que mais me cativou foi a obstinação, senti respeito pela convicção que as pessoas carregam com sua cultura.

Esse clima ainda está incorporado em sua música e dança?

JAY B: Sim, por exemplo, não acho que coreografia seja dança, acho que dançar é quando a música toca e você se mexe com o ritmo. Dançar é um ato livre que você faz com prazer.

Qual foi a razão pela qual você se juntou a um grupo de idols depois de começar como bboy?

JAY B: Eu me interessei por música, além da dança. Quando eu era jovem e ouvia D'Angelo, queria me tornar cantor como ele. Mas eu era rebelde quando entrei para a JYPE. Fui suspenso por um mês, me disseram "se você vai ser teimoso, vá para casa". Eu me encontrei com o grupo de bboying após um tempo e após alguns meses eu imergi num mundo completamente diferente. Os que eram mais velhos estavam acima de mim e eu estava preocupado pois estava sozinho, não sabia qual caminho seguir. Então decidi me concentrar em ser cantor, já que eu poderia fazer música.

Você começou como dançarino e acabou como vocalista principal, o que era música para você naquela época?

JAY B: Foi um desafio, os trainees são divididos entre canto e dança. Entrei como dançarino mas eu queria cantar também, desde que fui colocado na divisão de dança, trabalhei cantando ainda mais para que dar esse preconceito. Muitas vezes me senti derrotado mas a música é uma pesquisa sem fim.

Você cresceu como filho único de pais que trabalham com agricultura.

JAY B: Eu era uma criança normal. Ajudava meus pais no trabalho da fazenda, não sei se é porque não tenho irmãos mais velhos mas eles diziam que eu falava muito sozinho. Minha mãe dizia que sabia quando eu estava em casa pois eu estaria o tempo todo falando comigo mesmo.

Que tipo de livro você gosta?

JAY B: Quando eu era adolescente, costumava ler Krafta On The Shore. Parecia que Krafta era igual a mim e ao ler, eu chorei. O estilo da Rádio Murakami também foi interessante. A frase final "mas eu gosto mais disso" foi muito espirituoso. Estou colecionando livros de segunda mão de autores que ganharam o prêmio de jovem autor. Eu gosto do conto de Lee Jang Wook, Byeon Hee Bong. O personagem principal, conhece seu ator favorito mas o resto das pessoas não sabem quem ele é. Gosto de histórias que não pretendem ser engraçadas mas acabam me tirando um sorriso.

O que você lê hoje em dia?

JAY B: Tento ler poesia. Eu. comprei e li o primeiro volume que apareceu na coleção de poesia de Moonji, mas eles tem muitos personagens (risos). Comecei a coleção de poesias de Munnwak, tenho do volume 1 ao 85.

Como a leitura influencia seu trabalho?

JAY B: As expressões poéticas ajudam na escrita. Você lê uma frase e pensa "o que isso está querendo dizer?". Isso dá inspiração, penso nas minhas letras como poesia também. Há momentos em que escrevo como me sinto honestamente mas quando quero incluir um significado, escrevo como poesia.

Em sua exposições de fotos, ALONE no ano passado, você tirou fotos de objetos e placas no meio da estrada. Não seria solitário demais bofe pensar sobre essas coisas do ponto de vista de um objeto?

JAY B: A câmera captura apenas uma instância, o objeto permanecerá lá. Acjo que cada pessoa tem uma solidão insaciável. Eu gosto das obras do artista Seonglib e sinto solidão em seus desenhos. Não sei porque continuo falando sobre solidão, estou familiarizado.

Parece que você gosta de tirar mais fotos de objetos do que de pessoas.

JAY B: Eu realmente não gosto de tirar fotos de pessoas. Você pode ver claramente as emoções de uma pessoa através dos olhos delas, prefiro esconder as coisas do que revelar demais. Prefiro objetos, planos de fundo, objetos naturais em vez de assuntos que expressam abertamente quem sou eu.

Quem você gosta como diretor de cinema?

JAY B: Gosto da direção de Woody Allen. Meu favorito é Matching Point. É uma história de amor que vai além dos tabus. Quando eu costumava estudar teatro e cinema, tinha aulas de direção em vez de atuação. Se eu fosse dirigir um filme, gostaria de filmar uma comédia romântica excêntrica com Jeon Gyesoo.

Você é autoconsciente como artista?

JAY B: Estou interessado em uma variedade de gêneros e interajo com as equipes com frequência, mas acho que ficar de bobeira só porque eles não são artistas, é arrogância. Cada um é seu próprio artista, não acho que estou sendo pretensioso só acho que há diferencia na expressão e as pessoas que trabalham no escritório também estão fazendo sua arte. É por isso que sou um pouco tímido com o rótulo de artista. Há necessidade de se encher de orgulho porque sou um? Eu sou uma pessoa comum.

Durante as filmagens de "o que está em minha bolsa" você revelou seus medicamentos para depressão e transtorno de ansiedade. Quando você enfrentou isso?

JAY B: Não sabia que tinha depressão. Eu pensei que estava sendo fraco por um curto período de tempo e deixei passar. Mas em uma ocasião, fui examinado e descobri que estava com depressão. Me perguntaram como eu sobrevivi sem me cuidar e eu disse que achava que eu era do tipo de pessoa que é triste e retraída. Eu não costumo mostrar o que há de errado mas disseram que eu estava num estado de necessidade para tratamento. Depois de me aconselhar e tomar medicamentos, eu estou muito melhor.

É muito legal você ter coragem para falar sobre isso.

JAY B: Desde que fui diagnosticado, olhei as pessoas ao meu redor e existem amigos que tem vergonha disso e tentam disfarçar, existem outros que falam sobre isso como se fosse algo insignificante. Eu só queria falar, pode não parecer mas é uma doença perigosa e entre meus fãs, ou quem esteja lendo essa entrevista, se há alguém que se sente deprimido, não tenha vergonha, se cuide e supere isso. Não é algo constrangedor e não precisa ser escondido. Eu estava filmando um conteúdo onde mostro honestamente o que há em minha bolsa, não posso mentir. Eu gostaria que todos vocês fossem saudáveis.

Você é ruim em mentir?

JAY B: Sim, se eu tiver que contar mentira, acho melhor não dizer nada. Como sou direto e honesto, também não gosto de rodeios.

Você pode compartilhar uma maneira de dar um passo a frente no sentimentos e se recuperar da depressão?

JAY B: Olhe para o mundo de uma maneira ampla. Saiba que há muitas coisas que ainda não sentiu. Também é bom dar um passeio, sair de sua rota habitual e pegar um caminho que você nunca percorreu. Pequenas aventuras também podem ser de grande ajuda. Só de sair de casa você já está na metade do caminho. Acho que há maneiras de se refrescar por fora e por dentro, além disso, eu achava que era uma pessoa que não escondia verdades de mim mesmo mas após o diagnóstico, percebi que deveria ser mais fiel a mim mesmo.

Em momentos como este, no que você acredita?

JAY B: Eu apenas acredito em Deus. Não tenho religião, não sei que tipo de existência é Deus mas acredito que Ele existe. Quando estou agradecido ou estou passando por momentos ruins, eu oro agradecendo ou pedindo para que eu possa passar por situações com sabedoria.

Qual é a motivação que te move?

JAY B: Enquanto eu estiver vivo, quero continuar fazendo um trabalho que deixará mensagens. Eu acredito que não há próxima vida então devo viver essa, muito bem e sem arrependimentos.

Tradução por JAY B BRASIL.

© aos autores de texto.