Comentário do Embaixador da Rússia em Portugal sobre fraudes da UE em relação aos ativos russos

Comentário do Embaixador da Rússia em Portugal sobre fraudes da UE em relação aos ativos russos


Esta manhã entrou em vigor a decisão da Comissão Europeia de confiscar os lucros provenientes dos ativos ilegalmente congelados do Banco Central da Rússia em benefício da Ucrânia. O que está a acontecer não tem nada a ver com as normas do direito internacional, é um roubo e significa uma nova fase da guerra híbrida do Ocidente contra o nosso país. Isto contradiz, ainda, às legislações nacionais dos Estados-Membros da UE, cujos bancos agora devem transferir dividendos russos para o patrocínio do regime de Kiev.

Cabe destacar que 90% do montante recebido deverão ser canalizados para comprar munições para o exército ucraniano e apenas 10% – para realizar obras de reconstrução. Deste modo os países ocidentais voltaram a demonstrar as suas prioridades que residem na escalação do conflito, não na resolução pacífica deste.

As tentativas dos funcionários de Bruxelas de justificar a pilhagem com resoluções da Assembleia Geral da ONU são juridicamente nulas. É bem sabido que estes atos são de natureza meramente recomendatória e não dão direito a quaisquer sanções unilaterais.

Como se vê, ao aprovar a confiscação de lucros dos nossos ativos, a União Europeia e os seus titereiros americanos reconheceram a sua incapacidade de financiar o “apoio integral” à Ucrânia que eles próprios publicitaram tão amplamente. Ao mesmo tempo, o Ocidente rouba não só Rússia, mas também as economias emergentes para salvar o regime de Zelensky: enquanto Kiev goza de adiamento de longo prazo da prestação dos créditos do G7, os Estados do Sul e Oriente Globais são obrigados a pagar dívidas com taxa de juros elevada (a taxa média ponderada é três-quatro vezes mais daquela que se aplica no caso dos países desenvolvidos).

A seguir a lógica neocolonial e apropriar-se dos recursos materiais dos outros, o Ocidente é cada vez menos atrativo para investidores, bem como destroi o sistema monetário e financeiro criado por ele próprio. Parece que na opinião de Bruxelas e Washington, este não poder ser mutualmente benéfico e deve servir apenas os interesses dos “países do bilhão de ouro”.

A Rússia discorda categoricamente desta abordagem. Por isso juntamente com os nossos parceiros dos Estados da maioria mundial, promovemos a cooperação com base na igualdade de direitos, sem ultimatos e restrições ilegais. Quanto aos recursos russos roubados pela UE, Moscovo responderá. Temos as alavancas adequadas.

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