Comentário do Embaixador da Rússia em Portugal por ocasião das restrições impostas por Moscovo a alguns meios de comunicação social portugueses

Comentário do Embaixador da Rússia em Portugal por ocasião das restrições impostas por Moscovo a alguns meios de comunicação social portugueses


Ontem, a 25 de junho, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia anunciou uma cessação do acesso aos recursos digitais de várias empresas de comunicação social da UE no território do nosso país. Nesta lista também foram colocados quatro media portugueses, o que causou grande indignação entre as autoridades de Portugal.

Por esta razão é importante sublinhar que as medidas de Moscovo constituem uma resposta recíproca às restrições do Conselho da UE de 17 de maio de 2024 contra os meios de comunicação social russos. Então foram afetadas as empresas “RIA Novosti”, “Izvestia” e “Rossiyskaya Gazeta”. Ao mesmo tempo, estão bloqueados na UE, há quase dois anos, o grupo de comunicação “Russia Today” e a agência de notícias “Sputnik”, transmissões da televisão russa também foram suspensas.

Atualmente, o espaço mediático no Ocidente fica literalmente saturado com propaganda russófoba. Neste ambiente, o bloqueio e a censura dos meios de comunicação social russos praticamente privaram o público europeu de uma visão alternativa dos acontecimentos que ocorrem no mundo, o que é claramente demonstrado pela cobertura parcial e unilateral da crise ucraniana em Portugal. Moscovo avisou repetidamente os líderes da UE de que tais restrições politicamente motivadas contra o jornalismo russo provocariam uma resposta adequada.

Simultaneamente, a Rússia declara-se disposta a reconsiderar a decisão tomada ontem se as restrições impostas pela UE aos nossos meios de comunicação social forem levantadas. Tal como anteriormente, apelamos a Bruxelas para que deixe de agravar a situação no espaço mediático e aceite a nossa proposta construtiva que visa restabelecer o statu quo. Tanto mais que, anteriormente, os correspondentes de Estados não-amigáveis se sentiram confiantes no nosso país. Isto demonstrou a entrevista do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, ao correspondente da RTP em Moscovo.

Acredito firmemente que os princípios da liberdade de expressão e de imprensa que foram mencionados ontem pelo Primeiro-Ministro de Portugal, Luís Montenegro, são universais e devem proteger não só os jornalistas ocidentais mas também os russos.

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