As Consequências Geopolíticas das Próximas Eleições Americanas

As Consequências Geopolíticas das Próximas Eleições Americanas

Alexander Dugin | Geopolitica.RU

Se Trump vencer, o realismo nas relações internacionais certamente triunfará (pelo menos por enquanto) sobre o liberalismo nas relações internacionais.

O realismo de Trump vs. o globalismo de Biden

Consideremos como as eleições americanas e seus resultados afetarão o domínio da política internacional.

Em primeiro lugar, examinaremos os principais quadros da visão sobre política internacional de Trump e de Biden.

Trump firma-se contra a globalização e a favor do retorno à política pró-nacionalista. Isto significa que, em detrimento da manutenção das estruturas internacionais, ele refortalecerá a defesa nacional. Consequentemente, isto poderia levar ao estabelecimento de uma multipolaridade factual com a assegurada (conforme o próprio Trump supõe) liderança americana. Em seu primeiro mandato, Trump hesitava entre este novo (na realidade, bastante antigo) nacionalismo americano, com um certo isolacionismo, e o imperialismo neoconservador, conforme retratado pela nomeação e comportamento de John Bolton. Quando Bolton foi demitido, ele traiu Trump. Assim, a relação com os neoconservadores cessou em meio a uma mútua decepção. O líder dos neoconservadores Bill Kristol assumiu uma posição claramente antitrumpista de modo que podemos presumir que, durante o segundo mandato, Trump será menos afetado pelo imperialismo neoconservador e mais pelo de caráter nacionalista e antiglobalista do que no primeiro.

Isto levaria à solidificação da estrutura mundial multipolar, tornando-se cada vez mais poderosa, a despeito das possíveis intervenções americanas em conflitos regionais. Falando em termos gerais, se Trump renegar a missão “liberal-democrática” universalista dos EUA, abandonando o mundo da política wilsoniano que perdurou por quase 100 anos e que foi claramente predominante sobretudo durante os últimos 300 anos, sua política internacional ajudará os outros pólos a moldarem-se de forma mais clara e definitiva. Não temos razões para ter a certeza de que tudo isso ocorrerá de forma pacífica e amena, porém, podemos presumir que os possíveis conflitos serão, no entanto, limitados. Esta é a conclusão lógica do abandono do liberalismo universalista e messiânico em escala planetária que compõe o quadro ideológico dos globalistas.

Sendo assim, se Trump vencer, o realismo nas relações internacionais certamente triunfará (pelo menos por enquanto) sobre o liberalismo nas relações internacionais. Isto significa que entraremos em uma era do renascimento das soberanias e do retorno das Nações, com o fenômeno associado do caos internacional e o enfraquecimento das estruturas e instituições supranacionais.

Joe Biden é o completo oposto de Trump nesta linha principal da política internacional. Ele é um liberal clássico em matéria de relações internacionais — liberal e globalista convicto. Assim, se eleito presidente dos EUA, ele tentará desmantelar totalmente a política de Trump e retornar à estratégia Clinton-Bush-Obama, ou seja, de promover a agenda universalista — impondo “direitos humanos”, liberalismo, LGBT+ e daí em diante. Biden amealhará esforços para restabelecer o quadro globalista — reforçando a OTAN e a parceria EUA-Europa, recorrendo a “intervenções humanitárias” e daí em diante. Podemos facilmente imaginar a política externa de Biden se colocarmos entre parênteses os 4 anos do nacionalismo de Trump e retornarmos ao rumo de Obama.

Biden certamente destruirá todos os signos e símbolos da época de Trump. O muro da fronteira com o México será destruído e todos os indicados por Trump serão demitidos e processados. Aos olhos dos democratas e globalistas, Trump é um tipo de criminoso ideológico, um “fascista”, e seu nacionalismo é totalmente inaceitável.

Trump = multipolaridade, Biden = unipolaridade

A ideologia liberal hoje está se tornando cada vez mais exclusivista e totalitária, sendo assim, desta vez, não há o menor vestígio sequer de consenso entre republicanos e democratas nos EUA. Em vez disso, vemos dois campos ideológicos com um entendimento divergente dos valores e metas mais essenciais. A era de Trump restaurou no Partido Republicano o seu núcleo “isolacionista” paleoconservador, anteriormente marginalizado pelos liberais globalistas do campo neocon. Assim, desta vez, testemunhamos a verdadeira ruptura dentro das elites americanas: Trump incorpora o nacionalismo, o realismo e, consequentemente, a multipolaridade; enquanto que Biden, o internacionalismo, o liberalismo, o globalismo e a unipolaridade centrada no Ocidente disfarçada da pretensiosa “preocupação pelo bem, pela democracia, pelo progresso e pela paz de toda humanidade”, mas, de fato, advogando em favor da continuação da hegemonia capitalista ocidental.

Se Trump, a princípio, pode iniciar uma guerra local, apesar do fato de que ele tentou e conseguiu parcialmente, durante o seu primeiro mandato, evitá-la a qualquer preço, é provável que Biden provoque uma guerra global — Mundial. O globalismo dos democratas é um tipo de ideologia totalitária e eles facilmente inflamariam o apocalipse nuclear caso sentissem que seu domínio e hegemonia fossem realmente confrontados e estivessem ameaçados.

Sendo assim, Trump significa multipolaridade e Biden significa o esforço agonizante para salvar a unipolaridade, perpetuando, portanto, o momento unipolar (globalista) após a queda da União Soviética em 1991 que substituiu o findado bipolarismo.

Desta vez, as eleições americanas são o testemunho da verdadeira luta entre duas visões de mundo radicalmente opostas. E isto por si só as tornam extremamente importantes. A presente ordem mundial depende dos seus resultados.

Os EUA e os Outros: lutar ou destruir

Muito embora Trump esteja mais inclinado à direção da multipolaridade, e Biden, à direção da unipolaridade, ambos se verão obrigados a lutar desesperadamente para salvar a liderança americana — primeiro, na forma nacionalista, segundo, na forma globalista. Sendo assim, o crescimento dos pólos alternativos serão tratados com certa hostilidade por Washington. Porém, nos respectivos casos de Trump e de Biden, esta hostilidade será organizada e estruturada de diferentes formas.

Trump, leal à tradição realista, considerará a ascensão de centros de poder alternativos como uma modalidade de competição e desafio entre os Estados soberanos. É claro que ele reagirá à altura a qualquer esforço que venha a infringir os interesses estratégicos americanos, mas que se apresentará sob a forma de uma legítima defesa da Grande Nação.

Biden, pelo contrário, procederá com a mesma preocupação no campo ideológico: a autoafirmação das emergentes áreas de multipolaridade serão classificadas como um desafio à “humanidade”, ao “progresso”, aos “direitos humanos” e à “paz universal”. Deste modo, haverá demonização e desumanização na mídia global. A contestação da diplomacia e a política de todos os Estados e poderes à hegemonia liberal capitalista será equivalente, aos olhos dos globalistas, ao “mal universal”.

Poderíamos encontrar nesta leitura e neste discurso a convergência — um significado similar com diferentes formas exteriores poderia salientar a grave divergência, porque na perspectiva a longo prazo, isto significaria duas ordens mundiais: uma realista e outra liberal. A linha de Trump de certa forma aceitará a multipolaridade como um fato estabelecido ao passo em que se tentará assegurar a liderança americana na ordem mundial multipolar, enquanto que o globalismo de Biden tentará evitar a qualquer preço a chegada da era multipolar, porque esta destruirá o progresso linear da democracia liberal que agora se tornou praticamente um dogma “religioso” dos democratas e dos globalistas.

Isto traz uma nova diferença na relação de Trump e Biden em direção aos pólos alternativos da multipolaridade. Para Trump eles são concorrentes e inimigos relativos (que sob certas circunstâncias podem se converter em poderes neutros ou até mesmo em aliados e “amigos”). Para Biden eles são absolutamente inimigos — os “inimigos da sociedade aberta” (Karl Popper) que deveriam ser imperativamente destruídos, porque, caso contrário, destruirão o globalismo e a hegemonia liberal por relativizá-la no espaço e no tempo. Trump poderá aceitar o Outro; Biden, de jeito nenhum. Esta é a principal diferença.

Trump e a política anti-China

Quando aplicamos essas considerações gerais à política real, imediatamente observamos a latente diferença nas atitudes de Trump e Biden perante estes mesmos pólos de multipolaridade ascendente. Sem sombra de dúvidas, no mundo atual somente duas potências mundiais podem simular desempenhar o papel de pólos alternativos: China e Rússia. A China é mais um gigante econômico com enorme quantidade de soberania política proporcionada graças a uma hábil política e uma enraizada ideologia do Partido Comunista governante. A Rússia é mais uma potência militar com uma enorme quantidade de recursos naturais e com a posse de territórios estratégicos. Ambos países são governados por partidários convictos da ordem mundial multipolar que se aproximam cada vez mais uns dos outros. A China de Xi Jinping e a Rússia de Putin ambas possuem clara de consciência de que são civilizações particulares e singulares, e não apenas uma parte do mundo capitalista liberal global centrado no Ocidente.

Portanto, o principal desafio tanto para Trump quanto para Biden em matéria de política exterior será a redefinição da atitude para com a China e a Rússia.

Aqui já vemos a principal diferença entre os candidatos. Trump, em seu realismo e nacionalista claramente seleciona a Rússia como protagonista geopolítico neutro e a China como o principal concorrente e “inimigo”. Porém, por “inimigo” no caso de Trump, devemos compreender como “inimigo relativo”. É o primeiro de todos os rivais econômicos dos EUA que Trump e os trumpistas culpam por “invadir e subverter a economia nacional americana”. Assim, Trump associa a China ao “globalismo” e ao “internacionalismo” e alerta os americanos para que resistam ao “perigo amarelo”, em primeiro lugar no campo econômico. A Rússia, sob sua visão, trata-se de uma questão secundária, em primeiro lugar por causa da presença relativamente pequena da Rússia no setor econômico. Na política conservadora de Putin, Trump enxerga algo antes de simpático: a versão russa do nacionalismo. Mas, por outro lado, o comunismo chinês suscita nele uma reação hostil e é percebido como uma ameaça concreta ao sistema capitalista americano. Isto se torna agudamente perceptível quando a China expande o seu comércio para além das suas fronteiras nacionais e sobretudo quando alcança o solo americano.

Portanto, se Trump vencer, ele continuará a competir com a China sobre a base dos interesses nacionais dentro do quadro principal do realismo nas relações internacionais.

Isto não significa de forma alguma que os EUA com Trump serão generosos com a Rússia e que transformarão Moscou em um parceiro estratégico. Isto é algo impossível por razões geopolíticas. Todas as afirmações de influência russa sobre Trump são oriundas de notícias falsas utilizadas por seus rivais americanos, porém, a Rússia não será o inimigo principal.

Biden e a política anti-Rússia

Entre as principais potências multipolares — Rússia e China —, Biden previsivelmente seleciona a Rússia como o principal inimigo e a China como de preocupação neutra ou secundária. Trata-se de uma reação a Trump e o sinal de que os globalistas se incomodam mais pelo poderio militar dos pólos alternativos do que pela economia. Este é o principal obstáculo que se impõe ao estabelecimento da ordem mundial liberal. Assim, no caso da vitória de Biden, a Rússia será o principal objeto de pressão, de ataques e de possíveis conflitos. Aqui os principais princípios da geopolítica — o poder marítimo (Sea Power) contra o poder terrestre (Land Power) — entram no jogo. A hegemonia global do Ocidente liberal assegura-se pela fraqueza do poder terrestre, isto é, da Rússia enquanto Eurásia. Portanto, aos olhos de Biden, a China pode ser considerada como uma parte orgânica do sistema liberal internacional e a expansão internacional da economia chinesa não representa a principal ameaça ao globalismo. Mas a autoritária Rússia, sim. A China com certeza continua a ser um problema sério para os globalistas. Podemos ver no caso da simbólica figura do campo globalista, George Soros, que apoiou os protestos em Hong Kong e advoga abertamente em favor de políticas antichinesas entre os globalistas. Ele tentou incitar uma revolução colorida dentro da China continental, bem jogando na ala liberal da ideologia esquerdista e promovendo uma versão de extrema-esquerda do liberalismo.

Mas a principal agressão de Biden se concentrará na “Heartland” eurasiana, ou seja, na Rússia. A China — enquanto Rimland — será de importância secundária.

Não obstante, seria um equívoco considerar Biden como um candidato pró-China. O mesmo se aplica a Trump: ele não é de forma alguma pró-Rússia. Ambos são, acima de tudo, pró-americanos. Mas para Trump, os EUA são um país nacional, uma Grande Potência; para Biden, os EUA são a vanguarda do globalismo, a fortaleza da hegemonia liberal global, do Império global que possui como sua principal missão erradicar os Estados nacionais e instaurar o Governo Global liderado pelas elites e monopólios capitalistas internacionais que incluem segmentos tanto ocidentais quanto não-ocidentais.

Em ambos os casos, independente dos resultados das eleições americanas, o próximo Presidente dos EUA (caso não haja guerra civil, o que é bastante possível sob as presentes circunstâncias), Washington se oporá à ascensão da multipolaridade. O principal diferença consiste no fato de que Trump se concentrará na contenção (principalmente — mas não somente — econômica) da China, e Biden promoverá uma política radicalmente anti-Rússia. No caso da vitória de Biden, as chances de uma nova Guerra Mundial são muito maiores, porque uma potência nuclear cuja soberania se edifica sobre a capacidade militar é, desde o início, designada como sua principal inimiga. Biden agirá conforme o quadro da geopolítica clássica, tentando atacar a “Heartland” (Rússia) e, de certa forma, seduzirá ou pelo menos neutralizará a “Rimland” (China).

Entretanto, ambos se oporão à ascensão dos novos pólos — muito embora de formas diferentes. Trump, de certa forma aceitando as características generais da multipolaridade; Biden, tentando se opor a ela a qualquer preço.

As relações dos EUA com o Irã e a Turquia

Por fim, podemos acrescentar alguns outros aspectos a esta análise no tocante à atitude do futuro Presidente americano perante outras potências regionais. Trump, com suas visões particulares acerca da judaico-cristandade, possui fortes sentimentos anti-iranianos e antiturcos. Estes dois países islâmicos juntos com um terceiro, o Paquistão, afirmam-se cada vez mais como pólos independentes preenchendo a lacuna da influência em retração do islã radical dos wahhabitas e salafitas patrocinado pelos Estados do Golfo. Este islamismo fundamentalista puramente árabe foi concebido como uma arma antissoviética no período da Guerra Fria e foi amplamente utilizado pelo Ocidente. Ele desempenhou o papel principal no período anterior à fuga do controle após o ataque do 11 de setembro. Porém, com a intervenção russa na Síria e evidente fracasso em restabelecer uma estrutura política duradoura no Iraque, na Síria, no Afeganistão e na Líbia, sua energia havia se exaurido e este método se tornou bastante descreditado. Assim, os novos protagonistas geopolíticos — como o Irã e a Turquia — começaram a estabelecer as regras no Oriente Médio — tradicionalmente a zona de grande preocupação para a política americana.

Trump os trata novamente como concorrentes e — na sua postura pró-Israel — como uma ameaça a Israel enquanto aliado americano. Sendo assim, uma vez Trump reeleito, o nível das tensões com estes pólos menores de multipolaridade emergente pode aumentar. Porém, mais uma vez, Trump está construindo sua política externa sobre o pragmatismo e o realismo.

Competir não significa lutar.

Assim, as relações dos EUA com o Irã e a Turquia oscilarão para a beira do conflito, mas, como fora o caso do primeiro mandato presidencial de Trump, esta oscilação pode perdurar por algum tempo sem bascular-se em uma guerra plena.

Biden, por sua vez, pode tomar algumas medidas para amenizar as relações com Teerã e Ancara, tentando afastá-los dos outros pólos de multipolaridade — a Rússia e a China —, mas isto dificilmente poderá lograr algum êxito se levarmos em consideração a natureza não-liberal de ambos regimes, sendo ambos muito mais próximos da ordem mundial multipolar — eurasiana — do que a globalista. Logo, aqui a diferença entre Trump e Biden não será tão profunda.

Multipolaridade como uma estratégia comum

Afinal de contas, o que a humanidade deveria esperar dos resultados das eleições americanas? Há apenas uma única solução: devemos permanecer firmes e fortes defendendo uma ordem mundial multipolar independente dos seus resultados. Nem Trump e nem Biden podem representar a solução real. Ambos representam o desafio, o perigo e a ameaça. Mas podemos a priori avaliar suas diferenças e nos preparar para as consequências do desfecho do voto presidencial americano.

Aqueles que esperam que Trump facilitará a chegada da multipolaridade estão parcialmente certos, porém, ao mesmo tempo, é dificilmente possível que ele cederá de forma tão benevolente. Ele está antes mais preparado para aceitar a multipolaridade como um fato e para lidar com isto de forma pragmática, tentando assegurar os interesses americanos sob estas novas condições — pós-globalistas. É bem possível que ele o fará de uma forma bastante severa, lidando com seus concorrentes de forma tão rígida quanto com inimigos plenos — o mercado, afinal de contas, é um campo de batalhas. Sendo assim, para que se possa lidar propriamente com Trump, o Outro — pólos já existentes e candidatos a pólos da ordem mundial multipolar — devem reforçar a sua soberania, sua independência e o seu poder.

Com Biden, a situação é muito mais complicada. Individualmente, ele é uma pessoa de idade avanaçada que é praticamente incapaz de falar de forma coerente, isto para não dizer raciocinar de forma independente e de tomar decisões fortes. Mas ele não governará os EUA. Sua função limita-se à função representativa. Por trás dele há toda a elite globalista do Ocidente, o Grande Capital, todos os centros estratégicos e intelectuais de tomadas de decisões que compõe o Governo Global — Wall Street, o Deep State, as estruturas de Soros e o poderio militar americano. Logo, sua insignificância individual é de certa forma postiça. Ele pode parecer estúpido e pode sê-lo de fato, mas isso não muda nada. Ele é tão poderoso e perigoso quanto o próprio globalismo.

Sendo assim, sua relativa benevolência no diz respeito à China ou (em menor escala) ao Irã deve ser avaliada de modo crítico — Biden é ainda mais irreconciliável com a multipolaridade do que Trump. Trump enquanto realista é mais sincero e, de certa forma, honesto — inclusive na sua agressividade e no seu egoísmo. Biden aparenta ser mais brando, mas ainda há a verdadeira ameaça.

Portanto, o Outro, em comparação à agonizante unipolaridade, é a ordem mundial multipolar. Aquela que deveria unir todos nós: russos e chineses, turcos e iranianos, africanos e latino-americanos.

E todos os pólos devem entender que o êxito em uma afirmação irreversível de tal multipolaridade requer uma forte aliança entre todos eles.

A Rússia não deve deixar-se seduzir pela atitude de Trump perante a Rússia, assim como a China perante a posição de Biden. A unipolaridade é incompatível com a multipolaridade, pois trata-se de uma relação de ganhos unilaterais, de um jogo de soma zero. A estratégia de ganhos mútuos (Win-Win) é possível apenas para aqueles que aceitam o paradigma comum. No nosso caso, trata-se do paradigma multipolar. Somente venceremos se formos capazes de insistir nele e de torná-lo a questão do fato, a irreversível e inquestionável realidade que será aceitada como tal por todos — incluindo os próprios EUA e independentemente de quem será o próximo Presidente americano.

Report Page