Alexis Senças

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This essay brings together phenomenological studies on the language’s poetical dimension to address the actions of hearing and listening as distinct aspects in the experience of producing senses. The paper establishes an interlocution between philosophy and poetics to think about the inseparability between body and world, rhythm and voice, highlighting the educational relevance of the aesthesic experience of listening to the world as a founding resonance of senses that are organized, situated and expressed in language.
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Rafaela Aline Wenzel; Sandra Regina Simonis Richter - Entre a Presença do Ouvir, Sentidos a Escutar
Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v . 9, n. 1, e76165, 2019.
Disponível em:
Entre a Presença do Ouvir, Sentidos a Escutar
I Universidade de Santa Cruz do Sul – U NISC, Santa Cruz do Sul/RS, Brasil
RESUMO – Entre a Presença do Ouvir, Sentidos a Escutar – No ensaio aproximam-se estu-
dos fenomenológicos em torno da dimensão poét ica da linguagem para uma abordagem das ações
de ouvir e escutar como distintas na experiência de produção de se ntidos . Estabelece-se uma interlo-
cução entre filosofia e poética para pensar a inseparabilidade entre corpo e mundo, ritmo e voz, e
assim destacar a relevância educacional da experi ência estésica da escuta do mundo como ressonân-
cia fundante de sentidos qu e são organizados, situados e expressos em linguagem.
Palavras-chave: Ouvir. Escutar. Presença. Sentido. Voz.
ABSTRACT – In the Pr esence of Hearing, Senses to Listen – This essay brings together
phenomenological studies on the language’s poetical dimension to address the actions of hearing
and listening as distinct aspects in the experience of producing senses. The pa per establishes an in-
terlocution between philosophy an d poetics to think about the in separability between body and
world, rhythm and voice, highlighting the educatio nal relevance of the aesthe sic experi ence of liste-
ning to the world as a founding resonance of sens es that are organized, si tuated and expressed in
Keywords: Hearing. Listening. Presence. Sense. Voice.
RÉSUMÉ – Entre la Présence d´En tendre, des sens à l´Écoute – L’essai s’approchent des
études phénoménologiques autour de la dimension poétique du langage afin d’aborder les actions
de l’écoute et d’entendre comme di stinctes dans l’expérience de la pr oduction des sens . Il se propose
une interlocution entre la philosophi e et la poétique da ns le but de penser l’impossibil ité d’écarter le
corps et le monde, le rythme et la voix, en mettant en évidence l´importance pédagogique de
l’expérience esthétique de l’écoute du monde comme résonance fo ndatrice des sens organisés, situés
Mots-clés: Entendre. Écout er. Présence. Sens. Voix.
Rafaela Aline Wenzel; Sandra Regina Simonis Richter - Entre a Presença do Ouvir, Sentidos a Escutar
Rev. Bras. Estud. Presença, Porto Alegre, v . 9, n. 1, e76165, 2019.
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Começa a chover. O barulho da ch uva caindo no telhado imediata-
mente mistura-se à música, ruídos, chia dos que variam aos extremos de alto
e baixo na exploração lúdi ca da criança de um ano mexendo, extasiada, no
aparelho de rádio. Da solicitação de desl igar o rádio (o que faz) para escutar
o som da chuva caindo emerge um silê ncio pleno de sensações. Longos ins-
tantes penetram o espaço e é possível perceber outras sonoridades. O meni-
no aponta para o alto e exclama “óh!”. A voz e o olhar admirados da criança
provocam, no adulto, a emergência de imagens de outros tempos. Da infân-
cia. Da sua infância. Banhos de chuva no campo diante de casa. No interi-
or, onde ainda hoje esper a-se embaixo de velhos galpões a chuva passar e
onde se pode permanecer escutando se ntidos que advêm do encontro estési-
co entre a sonoridade límpida de um mundo e a sensualidade de um corpo
tocado, ambos entrelaçados pelo ritm o gerador desse espaço-tempo. Mundo
e corpo implicados em uma respiração rítmica. Um vínculo enigmático en-
tre pele e mundo que nos torna pre sentes a nós mesmos pela estesia ( aisthe-
sis ) do corpo que se sente sentir. Pres ença que advém da ondulação e do
atrito do mundo que vem sentir-se em um corpo aberto em narinas, ore-
lhas, olhos, boca, humores e líquidos carnais.
Da sonoridade da chuva-mundo, dess e silêncio eloquente capaz de en-
gendrar uma atenção estésic a, por não ser o silêncio necessariamente priva-
ção sonora mas uma presença disponível à ressonância, pela qual “[...] escu-
ta-se ressoar o próprio corpo, seu sopro, seu coração e toda a sua caverna re-
percussiva” (Nancy, 2007, p. 45), emer gem imagens e sentidos – na acep-
ção intelectual ou in teligível do termo
– que situam o co rpo em sua potên-
cia de ser afetado e de desejar ser afet ado pelo mundo. Na sensibilidade ou
estesia de escutar-se, a potência imagét ica é inseparável da sensualidade do
encontro entre mundo e corpo na qual “[...] cada sentid o especifica a afei-
çã o s e gu nd o u m re gi me d is ti n to – v er , o u vi r, fa r ej ar , e x pe ri me n ta r – , ma s a
pele não cessa de unir esses regimes entre si, sem, contudo, confundi-los”
(Nancy, 2017, p. 20). Aqui, sentimos a nós e o mundo para vislumbrar o
que somos e onde estamos co mo abertura do corpo ao pensamento do mun-
A experiência imagética desencadeada pela estesia da audição desafia o
pensamento educacional a considerar a impossibilidade de cindir sensível e
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inteligível diante da indivisibilidade da presença que ouvir e escutar suscita
. Tudo acontece nele, o corpo se constitui num processo híbrido
com a percepção, pelo qual a experiênci a d o m u n d o “ a c a d a i n s ta nt e s e f az
em nós” (Merleau-Ponty , 1999, p. 440). Uma relação de circularidade que
constitui a ambiguidade como mistura ou coimplicação entre corpo e mun-
do (Merleau-Ponty, 1999). Aqui, a ação educativa ultrapassa a comunicação
de significados e torna-se uma experiên cia de produção de sentido pela dis-
ponibilidade em acolher o movimento vital do corpo no mundo como mo-
vimento de escuta que in tegra a relação de sentid o. Com Jean-Luc Nancy
(2003, p. 65), concebemos sentido como “apresentação ou como vinda à
presença”, ou seja, como aquilo que tanto preexiste à determinada significa-
ção quanto a excede, pois “simplesmen te, não há procedência do sentido:
ele se apresenta” (Nancy, 2003, p. 66). Pe la experiência estésica do corpo,
“[...] o interior e o exterior são insep aráveis. O mundo está inteiro dentro de
mim e eu estou inteiro fora de mi m” (Merleau-Ponty, 1999, p. 546). Dis-
tintos modos do mundo vir sentir-se em nós, são por nós transformados em
sentidos compartilhados, ou seja, são por nós organizados, situados e ex-
Nesta abordagem, a concepção de li nguagem excede o sentido de re-
presentação ou identidade de um mu ndo previamente definido. Por não es-
tar além ou aquém de mim ou de mi nha ação no mundo, a linguagem ul-
trapassa a ação de reconhecimento por síntese de identificação de uma men-
sagem e assume o sentido de “uma certa modulação de meu corpo enquanto
ser no mundo” (Merleau-Ponty, 1999, p. 540), o qual permite abarcar a
dimensão poética como “modulação da existência” (Merleau-Ponty, 1999,
Os termos estética e poética convoc am campos historicamente marca-
dos por profundos e extensos signific ados que tensionam debates e opções
educacionais. Neste ensaio, os aborda mos a partir de noções próximas ao
sentido originário de ambas: aisthesis e poiésis . O princípio de uma palavra
não é apenas a origem do seu surgimen to, mas o sentido que nela permane-
ce e lhe confere sua especificidade. Em suas antigas raízes gregas, a estética
indica a estesia como capacidade primal do humano sentir a si próprio e ao
mundo – traduzido por se nsação, sensibilidade, ou então pelo que geral-
mente chamamos o que é percebido pelos cinco sentidos: visão, audição, ta-
to, olfato e paladar. Poética, ao indi car a pluralidade de acepções que dina-
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mizam o estar humano no mundo pelo vigor do agir temporalizado por lin-
guagem (Castro, 2004), isto é, a vida co tidiana do produzir, criar, traduz o
termo poética como ação transfigurad ora da pluralidade dos sentidos em
experiência de linguagem, a qual si multaneamente nos expõe ao mundo e
Em nossa concepção, é o mistério da linguagem que torna o fenômeno
da educação tão instigante e nos faz enfrentar na e com a escrita a fecunda
tensão entre filosofia e poética, habi tualmente mantidas à distância do pen-
samento educacional. Assim, a opção pelo ensaio emerge simultaneamente
como modo de escrever e como modo de estudar a aproxi mação entre escu-
ta, ritmo e voz a partir da inseparabi lidade entre corpo sensível, mundo e
dimensão poética da linguagem. Um tema que não se deixa definir por ca-
minhos previamente demarcados, antes convida ensaiar outros percursos.
Nossa expectativa, neste ensaio, é contribuir com um pensamento
educacional que não se detenha em uma resposta, nem mesmo uma inter-
rogação, mas se dinamize na abertura à experiência de pensar a disponibili-
dade pedagógica de estar em presença na coexistência do movimento vital
de conviver em linguagem. Moviment o que não renuncia a consideração
educativa pela experiência estésica do si lêncio eloquente, que emerge de um
sentir se sentir ( aisthesis ) do corpo sonoro que “[ ...] sempre é, ao mesmo
tempo, o corpo que ressoa e meu corpo de ouvinte onde isso ressoa, ou que
ressoa por isso” (Nancy, 2007, p. 21). Implica considerar a relevância edu-
cacional da escuta como resistência filo sófica ao privilégio do registro teóri-
co fundado na primazia oc idental do modelo óptico.
Escuta: relação singular entre corpo e mundo
Abordar o fenômeno da escuta exige reter a experiência encarnada de
ouvir e escutar. Tudo acontece no corp o, na intimidade sensual da coexis-
tência mundana. Por ele e nele. Cons ideramos com Maur ice Merleau-Ponty
(2014, p. 20-21) que o corpo, “[...] como encenador da minha percepção,
[...] não percebe, mas está como que co nstruído em torno da percepção que
se patenteia através dele”. Não temos um corpo, “somos corpo” (Merleau-
Ponty, 1999, p. 278). Sou um corpo, o meu corpo na singularidade de cada
ordem sensorial que, por sua vez, reme te à dinâmica dife renciada dos senti-
dos. Para Nancy (2017), se todos os sentid os participam da dimensão tátil,
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do tocar e ser tocado, cada um modula à sua maneira essa participação, pois
a diferença das modulações é inerente à sensibilidade.
Hans Ulrich Gumbrecht (2010; 2015 ) destaca a relação substancial
entre corpo e mundo, ou seja, a relaçã o de materialidade do corpo sensível
com as coisas-do-mundo. Como presença s que nos tocam, “[...] as coisas es-
tão a uma distância de ou em proximid ade aos nossos corp os; quer nos ‘to-
quem’ diretamente ou não, têm uma substância” (Gumbrecht, 2015, p. 9).
Na experiência estésica no e com o mu ndo, tratamos de presenças que nos
de percepções ou simplesmente disposição
a, para e em percepção. Paul Zumtho r (2007, p. 81), no âmbito da dimen-
são poética da linguagem, destaca o ca ráter efêmero da ep ifania ao afirmar
que a percepção “[...] é profundament e presença. Mas ne nhuma presença é
plena, não há nunca coincidência entr e ela e eu. Toda presença é precária,
ameaçada”. Ou seja, “[...] o sensível suscita o inteligível e o faz num movi-
mento constante que não se completa ou finaliza produzindo uma significa-
ção ou uma informação” (Ghetti, 2013, p. 149). Nessa condição estésica – e
poética – da impossibilidade de estabil izar a oscilação en tre presença e sen-
tido, podemos acolher que a escuta, co mo materialidade do encontro entre
corpo e mundo, contribu i na produção de sentido (Gumbrecht, 2010) ao
articular o movimento vital entre sens ível e inteligível. Uma presença sob
tensão da experiência vivida, uma pres ença que está no e é mundo como re-
lação tão substancial, material, quanto imaterial que nos afeta em propor-
Conforme Gumbrecht (2010, p. 51-52) , para Aristóteles não existe
um sentido imaterial desvinculado de um “signi ficante material”. O que nos
permite considerar a percepção como presença na materialidade dos encon-
tros e compreender que a experiência em erge como materialidade para nossa
corporeidade, ou seja, como uma espécie de materialidade imaterial por ser
corporal, por estar no co rpo e nele permanecer.
Ondas sonoras, materialidades invisí veis, tocam o corpo sonoro e ou-
ço. Quando ouço, aproprio -me ou não da potência da escuta relacionada ao
que ouço. Ouço mil coisas, mas detenh o-me escutando apenas as que que-
ro. Porém, estaria a potência da escu ta relacionada ao querer? Ou poderia
acontecer sem querer, pois seria também o ouvido afetado pela materialida-
de sonora mesmo não de sejando ouvir nem escutar ? Ouço mas não escuto.
Escuto e ouço. Mesmo no que não ouço, escuto minhas memórias, meus
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pensamentos, minhas percepções e mund o vivido, pois em algum instante
já ressoado em mim. Lateja em meu corpo a vibração so nora em ação de
ouvir, mesmo quando impera a vontade de não me deter e escutar. Sempre
ouço. O corpo é afetado e, mesmo quan do não pretendo escutar, como ao
soar de alguma música aleatória, o corpo afetado continua cantarolando
sem que eu perceba. O corpo é tocado pela materialidade das ondas sono-
ras, apesar de sua invisibilidade. E, sendo tocado, modula e é modulado
também. Aqui, a experiência sensível do corpo não o torna passivo receptor
de sentidos, não pode ser definida “c omo efeito imediato de um estímulo
exterior” (Merleau-Ponty, 1999, p. 29). Os sentidos não são condutores –
instrumentos ou meios, pois envolvem sensações, relações, percepções, que
dizem respeito a “um processo vital a ssim como a procriação, a respiração
ou o crescimento” (Merleau-Ponty, 1999, p. 31). Zumthor (2007, p. 86)
nos lembra que “a audição (mais que a visão) é um sentido privilegiado, o
primeiro a despertar no feto”, ao afirmar que
Uma vez lançado ao mundo, no turbilhão de sensações que a agridem, a cri-
ança exibe o prazer que experimenta com a maravilhosa abertura de seu ou-
vido. O ouvido, com efeito, capta dire tamente o espaço ao redor, o que vem
de trás quanto o que está na frente. A visão também capta, certamente, um
espaço; mas um espaço orientado e cuja orientação exige movimentos parti-
culares do corpo. É por isso que o corpo, pela audição, está presente em si
mesmo, uma presença não somente espacial, mas íntima (Zumthor, 2007,
O movimento da audição acontece com ou sem consentimento. É en-
contro entre mundo e corpo. Ouço. A vi bração sonora não possui face ocul-
ta, é e está simultanea mente adiante e atrás, fora e dentro, pois diz respeito a
um “[...] espaço tempo: se difunde no espaço ou, melhor, abre um espaço
que é o seu, o espaçamento mesmo de sua ressonânci a, sua dilatação e sua
reverberação” (Nancy, 2007, p. 32). A presença sonora, ao mesmo tempo,
vibra, estende-se e adentra, fazendo meu corpo coexistir com o aconteci-
mento sonoro. Mesmo que eu não queira, dando-me por conta ou não des-
te processo, ouço. A presença de algu ém que canta desafinadamente ao meu
lado, parece frustrar a insistência em querer cantar orde nadamente, pois me
perco ao ouvir o outro. Apesar de te r cantado inúmeras vezes e dominar a
afinação musical, sigo, neste caso, nã o um sentido, mas a presença do que
está sendo ouvido e não a voz que nasce e vibra em mim. Aqui a presença é
m aj or i tá ri a . A po t ên ci a da pr e se nç a do qu e o uç o é , pr im e ir am e nt e, u m t o-
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que no corpo auditivo. Invisível, poré m material. E, quando ouço, existe a
possibilidade de também escutar. Nas palavras de Nancy (2007, p. 33), es-
cutar “[...] é ingressar nessa espacialidade que, ao mesmo tempo , me penetra:
pois ela se abre em mim como em torno a mim, e de mim como em direção
a mim”, é ao mesmo tempo abertura a mim e ao mundo, “de um a outro, e
de um no outro” (Nancy, 2007, p. 33).
O ato de escutar supõe o instante si multâneo de apropriação sensível e
inteligível do que ouço. Um sentido qu e é corporalizado. Materializado em
presença no corpo e pelo corpo. Ne le. O que permite compreendermos que
o sentido pode ser constituído tanto po r uma semântica linguística, através
assume na língua a qual se fala, quanto
por uma relação semântica da sonorida de exposta pelo modo como é enun-
ciada, por exemplo, quan do temos uma mesma frase ou palavra falada de
maneiras diferentes. Podemos perceber essa diferença na modulação sonora
de sentidos a partir de um clássico exer cício em Oficinas de Teatro. Trata-se
de vocalizar uma mesma frase em dist intos modos expressi vos. Propomos a
frase A noite chegou . Como frase, encerra um sentido linguístico inerente,
mas se modularmos a sonoridade voca l podemos mover esse sentido para
outras possibilidades de interpretação e de escuta. Sugerimos, entre os pa-
rênteses, alguns modos expressivos para viabilizar determinadas modulações.
– A noite chegou! (Com surpresa e espanto, por já ter chegado.)
– A noite chegou! (Com receio. Medo.)
– A noite chegou! (Apavorado , entrando em pânico.)
– A noite chegou! (Com sensualidade.)
– A noite chegou! (Vibrando. Felicidade intensa. Estava sendo muito aguardada.)
Nesse exercício, podemos perceber qu e existem sentidos e significados
distintos conforme a emoção, ou “varia ção de nosso ser no mundo” (Merle-
au-Ponty, 1999, p. 256), expressa pelo modo de vocalizá-la e escutá-la.
Mas, posso também seguir apenas ouvi ndo e não prestand o atenção aos sen-
tidos possíveis à interpretação do qu e é proposto pelo mundo ao redor.
Mirna Spritzer (2005, p. 35) lembra que “não há dizer sem corpo e
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