𝗧𝗵𝗲 𝗜𝗰𝗲𝘀𝘁𝗼𝗻𝗲 𝗙𝗼𝘅.

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A história da raposa de nove caudas, conhecida como Liyu, é uma trama repleta de mistério e traição que se estende por séculos, deixando um rastro de destruição e intriga por onde passa. Como uma das mais antigas e astutas criaturas do mundo sobrenatural, Liyu era temida e reverenciada por sua habilidade de manipular e seduzir aqueles que cruzavam seu caminho.

Ela começou sua jornada como uma simples kitsune, parte de uma linhagem de seres místicos liderada por Nuwa. Inicialmente, suas missões envolviam expurgar demônios entre os humanos, principalmente aqueles que detinham poder na dinastia. No entanto, à medida que o tempo passava, Liyu se tornava mais perigosa e calculista, envolvendo suas vítimas em tramas sedutoras e manipuladoras que resultavam em morte e destruição.

Seu poder crescente e sua sede insaciável por controle a levaram a se envolver em eventos históricos marcantes, como a queda da Dinastia Shang na China e a instigação de uma rebelião que acabou com o reinado do último rei Zhou. Ela então fugiu para Magadha de Tianzhu, onde continuou sua saga de terror como a concubina do príncipe herdeiro Banzoku, manipulando-o para cometer atos horrendos antes de ser finalmente traída por um de seus próprios servos.

Após um período de silêncio, durante o qual muitos acreditavam que ela havia desaparecido para sempre, Liyu ressurgiu no Japão, possuindo a cortesã Meiying, a mais favorecida do imperador Boseph. Sua influência na corte era incomparável, mas seu reinado de terror chegou ao fim quando sua traição foi descoberta e ela foi forçada a fugir do país.

Fugindo do Japão, Liyu deu à luz a um filho às margens do lago das cinco flores, no vale Jiuzhaigou. Consciente de que não poderia arriscar a vida da criança, ela realizou um ritual de proteção, concedendo-lhe sua magia e poder. Com lágrimas nos olhos, ela o deixou em uma cesta com cerejas à deriva nas águas calmas do lago, sabendo que jamais poderia ser mãe para ele.

Seu destino final foi selado quando seu espírito foi aprisionado em uma pequena pedra de gelo por um exorcista monge, protegendo-a do mundo exterior. Essa pedra foi então levada para um templo remoto na Coréia do Sul, onde permaneceu por milênios, guardada pelo velho mestre Wang.

No entanto, o destino reservava mais uma reviravolta para a história de Liyu. Séculos seguintes, um casal buscaram a ajuda do espírito da raposa para conceberem um filho. Aceitando sua proposta, eles receberam uma bênção em forma de uma flor de cerejeira, prometendo-lhes filhos fortes e saudáveis, com a condição de que o sétimo filho seria regido por Liyu.

Assim, em 1910, nasceu Atsuya Kazemaru Shirogane, a sétima criança da família, destinada a um legado que elu próprio desconhecia. Envolto em segredos ancestrais e poderes sobrenaturais, Kazemaru foi criado em meio à influência mágica da raposa de nove caudas, sem saber o verdadeiro peso de sua linhagem.

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As sombras dançavam ao redor das lanternas do Córrego Cheonggyecheon, iluminando o caminho sinuoso que levava ao antigo templo da raposa. Kazemaru Shirogane, a sétima criança da proeminente família Shirogane, sentia-se impelido a desvendar os segredos que sua linhagem tentara ocultar. Desde criança, fora envolto em um manto de proteção, sua família lhe cuidando com uma atenção que sempre atribuíra ao seu status como caçula.

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Foi em uma noite fatídica, após uma aposta imprudente com os amigos, que Kazemaru decidiu desvendar o mistério que envolvia seu destino. Em determinação, subiu a montanha flamejante em direção ao templo da raposa, ignorando os sussurros do vento que pareciam adverti-lo do perigo iminente. 

Três dias se passaram em um borrão de sonhos e visões, até que Kazemaru retornou, não mais a criança que todos conheciam. Seus pais lhe encontraram em frente à instituição de ensino, tentando em vão quebrar a estátua em homenagem ao professor que fundou a mesma, seus olhos faiscava com uma raiva que transbordava de sua alma. 

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Aos 16 anos de idade, a criança foi levada de volta ao templo, agora o mestre Wang decidira transformar aquele lugar onde as artes da espada e a magia se entrelaçavam com o treinamento espiritual.

O domínio da raposa era o desafio mais árduo. Kazemaru e os outros pupilos aprenderam não apenas a manejar suas espadas, mas também a controlar os espíritos animais que residiam “dentro” deles. A raposa, sábia e brutal, revelou-se como o adversário mais formidável, testando os limites da determinação e coragem de Kazemaru.

Com o passar dos anos, os duelos se tornaram uma dança caótica de lâminas e energias mágicas, enquanto Kazemaru lutava para subjugar a fera em seu interior. No entanto, a raposa resistia, recusando-se a se curvar à vontade de seu hospedeiro.

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No entanto, mesmo com todo o treinamento e disciplina, Kazemaru ainda não tinha preparo para o destino que lhe aguardava. Foi em meio a um desses duelos intensos durante uma tempestade furiosa que assolou a região, que Kazemaru ficou próximo de sucumbir, sua alma fora consumida pela fúria da raposa ao ser tragado por uma torrente de energia descontrolada, seu corpo e alma consumidos pela fúria da natureza. 

Foi nesse momento que a estrela triste, a Estrela do Rei, testemunhou sua partida. O céu carregado com a energia das águas de Daeho testemunhou sua ascensão e queda, já que Kazemaru nasceu com sob a estrela do rei, mesmo que “do outro lado do mundo”, aquilo estava predestinado.

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Seus pais, desesperados, buscaram ajuda, o mestre Wang, que viera de Daeho para proteger aquele templo, os levou até os magos mais sábios de Daeho, que sugeriram uma solução drástica: selar o espírito da raposa dentro de uma antiga pedra de gelo, um artefato que há muito tempo carregava uma aura sombria. E foi então que a pedra de gelo, infundida com o poder da raposa e o caos da natureza, tornou-se seu receptáculo final.

Dentro daquela pedra de gelo, o espírito de Kazemaru e o da raposa se fundiram, entrelaçados para sempre em um destino compartilhado. E assim, após o espírito de Kazemaru ser protegido pela ação de seus pais e dos magos de Daeho, encontrou morada dentro da pedra de gelo, onde permaneceria por toda a eternidade.

Seus suspiros ecoaram pelas eras, uma lembrança eterna da coragem e da paixão de um jovem que desafiou o destino e pagou o preço final. A lenda da criança corajosa que desafiou o destino e enfrentou a fúria da raposa viveria para sempre, enquanto a pedra de gelo guardava seu segredo, aguardando o momento certo para revelar sua verdadeira natureza.

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