Untitled

Untitled

blog.correios.com.br - Publicado Em

Em relação às matérias que vêm sendo divulgadas em diversos veículos afirmando que os Correios “acusam” o correio chinês de “manobras” e “trapaças”, a empresa vem esclarecer: em momento algum os Correios acusaram a China de fazer qualquer tipo de manobra ou trapaça. Há, sim, uma constatação, não apenas do Brasil, mas dos correios de outros países que recebem importações do país asiático, sobre problemas percebidos nesses objetos: o não envio das informações eletrônicas, a utilização de etiquetas fora do padrão, que impossibilitam que essa carga seja induzida em máquina de triagem automatizada, além de etiquetas com impressão em baixa qualidade. Essas questões elevam os custos da operação dos correios no país de destino e aumentam ainda mais os prazos de entrega, causando nos consumidores a impressão de que o processo de correio, de forma geral, é ineficiente.

Em outras palavras, embora existam normas internacionais da União Postal Universal (UPU) que permitem aos operadores postais enviar objetos de até 2kg de um país a outro contendo documentos ou mercadorias sem registro, o que tem sido praticado pela maioria dos sites de compras chineses, essa modalidade de envio de objetos não possui rastreamento, o que impacta diretamente o consumidor, que não tem informações sobre a postagem nem garantia de prazo ou de entrega definidos.

Ainda, quando o envio possui registro, é de um serviço econômico/não urgente, que oferece apenas dois eventos de rastreamento (chegada no Brasil e entrega ao destinatário). Esses objetos possuem prazos de nacionalização e entrega mais dilatados, com toda a logística realizada via terrestre. O prazo estimado que os Correios possuem para entregar essas encomendas é de 40 dias úteis após a liberação pela fiscalização alfandegária. Em média, desde a postagem até a entrega, a espera pela encomenda pode chegar a 60 dias úteis (cerca de 3 meses). Cabe ressaltar que esses serviços existem apenas no contexto de objetos internacionais. No Brasil é proibido o envio nacional de produtos por meio desse tipo de serviço, que é exclusivo para envio de correspondências.

É importante que o consumidor brasileiro habituado a fazer compras em sites chineses tenha conhecimento dessas informações para entender melhor como funciona o processo como um todo e possa ter o direito de optar por serviços que melhor atendam a suas necessidades como importador.

Para garantir essa melhora do serviço ao consumidor, é necessário que os sites chineses encaminhem as mercadorias com as etiquetas no padrão recomendado pelo Brasil, incluindo a informação do CEP, que é essencial para otimizar o processo de entrega desses objetos. Além disso, os Correios têm a expectativa de que a China passe a enviar as informações eletrônicas de todos os pedidos. Recentemente, os Correios lançaram, em parceria com a Receita Federal, o Novo Modelo de Importação, com uma plataforma eletrônica que permite o pagamento de impostos e o desembaraço aduaneiro de forma mais simplificada. Mas para que o modelo funcione, o país de origem precisa encaminhar as informações eletronicamente. Caso contrário, os Correios são obrigados a digitar todas as informações, aumentando os custos e o prazo.

Outra necessidade é que os sites deixem claro para o comprador que tipo de serviço está por trás do frete grátis oferecido e o prazo de entrega no país de destino, além de fornecerem opções de serviços mais qualificados, para melhorar a experiência de quem compra naqueles sites.

Cientes dessa situação, os Correios já estão desenvolvendo, em parceria com órgãos internacionais, ações que visam sanar essas dificuldades. O assunto já foi tratado em conjunto com a UPU e, no congresso da União Postal das Américas, Espanha e Portugal (UPAEP), que está sendo realizado nesta semana, os Correios voltaram a expor a situação e propuseram soluções, que vão desde a obrigatoriedade do envio de objetos com informação eletrônica de qualidade à padronização dos códigos de endereçamento e rastreamento. A empresa também está em contato com os principais sites chineses para oferecer-lhes novos serviços que garantam a entrega dos objetos em prazos menores, de até 10 dias, na mesma plataforma do serviço doméstico PAC.

Tais medidas visam facilitar o processo operacional dos Correios e também trazer benefícios ao consumidor, que poderá optar pelo tipo de serviço mais conveniente, de acordo com suas necessidades, além de lhe proporcionar mais segurança e garantia sobre o envio da mercadoria.

De forma alguma os Correios são contrários ao e-commerce chinês. Pelo contrário, a empresa acredita, fomenta e valoriza o comércio internacional como um todo. Todas as ações que vêm sendo feitas, como os acordos e as aproximações com outros países, têm o objetivo de esclarecer o consumidor brasileiro e melhorar a experiência daqueles que compram em sites internacionais e dos empresários que exportam seus produtos.

Source blog.correios.com.br

Report Page