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Três horas de filme para recontar uma trama densa, que levou a um trauma que abalou o mundo e que mudou nossa história. "Oppenheimer" revisita detalhes da vida e tenta traçar como era a mente científica do protagonista, o físico Julius Robert Oppenheimer, conhecido como pai da bomba atômica. E, quem assina a direção e o roteiro é outra mente brilhante, Christopher Nolan pai de diversas obras de arte do cinema.

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Christopher Nolan tem apenas 52 anos e está há duas décadas no hall dos clássicos da sétima arte. Com a trilogia de Batman (2005, 2008 e 2012), saiu na frente entre os principais nomes do cinema do nosso século. Trouxe arte ao segmento de super-heróis, mas passeia por diversos gêneros, com um pé na ficção científica ("Amnésia", 2000, "Insônia", 2002, "A Origem", 2010, "Interstellar", 2014) e outro na história (Dunkirk, 2017),  como é a aposta da vez com "Oppenheimer". 

O físico que dá nome à obra era diretor do Laboratório de Los Alamos durante a Segunda Guerra Mundial e é considerado o "pai da bomba atômica" por seu papel no Projeto Manhattan, que fomentou as pesquisas de desenvolvimento da primeira arma nuclear.


"Eu estou interessado na história de J. Robert Oppenheimer há um bom tempo, fiquei realmente viciado naquele momento em que as pessoas que trabalhavam no projeto Manhattan perceberam que, quando detonassem o primeiro dispositivo atômico, havia uma possibilidade pequena, mas quantificável, apenas uma pequena chance de que, ao fazê-lo, incendiarem a atmosfera e destruíssem o mundo inteiro. E, ainda assim, eles foram em frente e apertaram aquele botão. Eu queria levar o público para aquela sala e estar lá para esse tipo de decisão importante. Porque, com isso, Oppenheimer se tornou e é chamado o pai da bomba atômica e é uma das pessoas mais importantes da história da humanidade", conta Nolan.


Para o filme, Nolan reproduziu o momento da primeira detonação atômica, no Novo México, em julho de 1945, um mês antes de os EUA lançarem bombas semelhantes em Nagasaki e Hiroshima. O teste Trinity, como ficou conhecido, foi filmado através de métodos experimentais sem recorrer a imagens geradas por computador.

"Toda a história é muito empolgante, é um pouco estranho usar uma palavra como entretenimento, quando se trata de algo tão sério quanto armas nucleares, que é o assunto do filme. Mas acho que o cinema sempre teve o potencial de atrair as pessoas para uma experiência e dar a elas esse conto extraordinariamente dramático, seguindo através dos olhos de Oppenheimer todas as loucas e paradoxais situações nas quais ele estava envolvido".

Ator Robert Downey Jr | Reprodução/Universal Studios

Robert Downey Jr interpreta Lewis Lichtenstein Strauss, ex-presidente da Comissão de Energia Atômica dos Estados Unidos.


"Primeiro comecei apenas olhando as fotos tentando ver se realmente conseguia encontrá-lo nelas e senti que tinha um pouco em comum com ele. Quero dizer, como Chaplin, há tantas referências que você fica meio que pendurado para poder se igualar à referência. Com ele, me senti meio que livre para explorar minha própria compreensão dele. Passei a amar o cara e ter muita empatia por ele. Acho que ele também representa qualquer um de nós que já se sentiu desprezado por alguém que tem um status mais elevado e também aquele ato de vingança negável, plausível e não rastreável e quão doce isso pode ser. Portanto, é apenas uma condição humana e como ele a representa", diz Downey Jr.


O ator irlandês Cillian Murphy interpreta o protagonista que dá nome ao filme e conta que quando leu o roteiro escrito em primeira pessoa por Nolan já soube que essa seria uma espécie de jornada subjetiva através da vida de Oppenheimer. 

Não espere respostas e prepare-se para se questionar ainda mais.

Ator Cillian Murphy | Reprodução/Universal Studios


"É como um thriller, uma história de amor, para mim há elementos de terror também, com certeza. Então isso ressoa com o público e acho que a época, por mais familiar ou não que você esteja com o que aconteceu em 1945. Acho que você só vai se sentir envolvido, o filme te pega pelo pescoço desde o começo e você simplesmente não respira, acho do começo ao fim. Porque agora estamos vivendo em uma era nuclear por causa do que aconteceu ali. Ele mudou o mundo e aquele evento mudou o mundo para sempre. Estávamos vivendo com a queda disso desde então", fala Cillian Murphy.


O drama histórico, é baseado no livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, "Prometeu Americano: O Triunfo e a Tragédia de J. Robert Oppenheimer, escrito por Kai Bird e Martin J. Sherwin".

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