Mundo

O General do Alto Escalão da Rússia, Serguei Surovikin, foi preso, nesta 4ª feira (28.jun), após suspeitas de participação do oficial no motim do grupo Wagner, no último final de semana. As informações são do New York Times. Ainda não está claro se o general foi formalmente acusado de integrar a rebelião.

+ Leia as últimas notícias no portal SBT News

A última aparição pública do general foi sábado, depois que os mercenários avançavam a caminho de Moscou, na maior rebelião já enfrentada pelo presidente, Vladimir Putin.

Ao lado de outros comandantes das Forças Russas, Surovikin fez um apelo para que os rebeldes parassem a revolta. Só que por trás da defesa de Putin, havia uma simpatia pelos mercenários e um conhecimento prévio do que aconteceria naquele dia, segundo reportagem do New York Times, que cita o Serviço de Inteligência dos Estados Unidos.

Perguntado sobre o assunto, o porta-voz do Kremlim não negou, classificou a reportagem como especulação e fofoca, mas não quis comentar a prisão do general.

Serguei ficou conhecido como "general Armageddon", por determinar pesados bombardeios em cidades sírias, lideradas por rebeldes, na campanha militar em que os russos apoiaram o ditador Bashar al-Assad. Ele chegou a comandar as tropas invasoras da Ucrânia por três meses, quando se desentendeu com o Ministro da Defesa, Sergei Shoigu, principal alvo das críticas dos mercenários, comandados por Yevgeny Prigozhin, que até hoje também não apareceu em público.

Neste momento, Putin tenta identificar todos aqueles que tiveram simpatia com o plano de tirá-lo do poder. O esforço do Putin é mostrar-se um presidente popular. Não à toa, ele fez uma rara aparição com admiradores, chamada de "encontro espontâneo" pelo governo.

Em um programa da TV estatal russa, a apresentadora lembrou que as cenas contradizem a visão ocidental de que ele está enfraquecido e comparou Putin a uma estrela do rock. No país que controla a imprensa a mãos de ferro, não há espaço para outra interpretação.