Fidelity

Fidelity


CAPÍTULO CINCO

Página 16 de 62

—Sí, aún me queda algo —respondió rechazando el billete de cincuenta euros que ella le tendía.

—Cógelo, anda. Igual esta noche la quieres invitar a cenar por ahí.

Marcos dudó unos instantes hasta que al final aceptó el billete que le ofrecía la mujer.

—Gracias, abuela. Eres la mejor.

Después de volver a besarla, Marcos se acercó a mí para dirigirse a la puerta.

—¿Nos vamos?

—Sí.

Cuando salimos a la calle solté un suspiro de alivio. Sentía la espalda húmeda por la tensión que había vivido dentro de la casa.

—Menudo carácter —afirmé.

—No se lo tengas en cuenta. No puede evitarlo.

—También le puedes decir que no tengo intención de ser como esa tal Sandra de la que hablaba.

Marcos se quedó parado en mitad de la acera. Algo cambió en su mirada. Se colocó las gafas de sol. Buscó las llaves del coche en su bolsillo y abrió la puerta sin decir una palabra. Puso la radio, supongo que porque no quería hablar. Sonó una canción de Laura Pausini.

S

e

f

u

e

,

e

l

p

e

r

f

u

m

e

d

e

s

u

s

c

a

b

e

l

l

o

s

,

s

e

f

u

e

,

e

l

m

u

r

m

u

l

l

o

d

e

s

u

s

i

l

e

n

c

i

o

,

s

e

f

u

e

,

s

u

s

o

n

r

i

s

a

d

e

f

á

b

u

l

a

,

s

e

f

u

e

,

l

a

d

u

l

c

e

m

i

e

l

q

u

e

p

r

o

b

é

e

n

s

u

s

l

a

b

i

o

s

.

S

e

f

u

e

,

m

e

q

u

e

d

ó

s

o

l

o

s

u

v

e

n

e

n

o

,

s

e

f

u

e

,

y

m

i

a

m

o

r

s

e

c

u

b

r

i

ó

d

e

h

i

e

l

o

,

s

e

f

u

e

,

y

l

a

v

i

d

a

c

o

n

é

l

s

e

m

e

f

u

e

,

s

e

f

u

e

,

y

d

e

s

d

e

e

n

t

o

n

c

e

s

y

a

s

o

l

o

t

e

n

g

o

l

á

g

r

i

m

a

s

No podía dejar de cantar estos versos mentalmente. Él, Miguel, se había ido, y por lo que sabía, esa Sandra también se había ido de la vida Marcos. Hacía más de un año fueron muchas lágrimas las que derramé, porque como decía en la canción, yo había perdido la cabeza por mi mejor amigo. Como parecía que también le pasaba a Marcos, aunque creo que él seguía teniendo una espina en el corazón, por cómo me miró cuando nombré a Sandra.

—Ha sido una equivocación aceptar tu invitación —le dije.

—¿Por qué? —Me observó—. ¿Por lo que ha dicho mi abuela? No te pareces en nada a ella. Además, sigue en pie lo de que me des una oportunidad para que puedas conocerme.

El coche paró en un semáforo en rojo y él se quitó las gafas un instante.

—¿Me estás pidiendo una cita?

—¿Eso deseas?

Mantuve la vista en el círculo que no cambiaba de color. Me daba miedo mirarlo a los ojos. Quizá el color rojo me indicaba que tuviera cuidado con él.

—¿Y qué pasa con Susana?

—Susana y yo ya no estamos juntos.

El estómago se me encogió. En cuanto el semáforo cambió a verde asentí con la cabeza.

—Está bien. Acepto esa cita.

Marcos esbozó una sonrisa complacida.

P

o

l

v

o

d

e

e

s

t

r

e

l

l

a

s

e

n

l

a

c

a

s

i

t

a

d

e

L

u

E

n

c

u

a

l

q

u

i

e

r

m

o

m

e

n

t

o

p

u

e

d

e

s

e

n

c

o

n

t

r

a

r

u

n

a

n

u

e

v

a

o

p

o

r

t

u

n

i

d

a

d

,

a

u

n

q

u

e

n

o

t

e

n

g

a

s

u

n

b

i

l

l

e

t

e

p

a

r

a

s

u

b

i

r

a

l

t

r

e

n

c

o

n

d

e

s

t

i

n

o

a

l

c

i

e

l

o

.

S

i

e

m

p

r

e

p

u

e

d

e

s

d

e

s

c

u

b

r

i

r

o

t

r

a

s

m

a

n

e

r

a

s

d

e

v

i

a

j

a

r

.

S

o

l

o

h

a

s

d

e

h

a

l

l

a

r

l

a

t

u

y

a

.

Y

o

p

r

e

f

i

e

r

o

c

a

m

i

n

a

r

a

d

m

i

r

a

n

d

o

e

l

p

a

i

s

a

j

e

,

d

e

s

c

u

b

r

i

r

l

a

s

s

o

r

p

r

e

s

a

s

q

u

e

v

a

n

a

p

a

r

e

c

i

e

n

d

o

p

o

r

e

l

c

a

m

i

n

o

.

¿

M

e

a

c

o

m

p

a

ñ

a

s

e

n

e

s

t

e

p

a

s

e

o

?

F

i

r

m

a

d

o

:

L

u

N

o

,

e

s

t

o

n

o

t

e

n

í

a

q

u

e

e

s

t

a

r

p

a

s

a

n

d

o

.

¡

Q

u

é

a

s

c

o

m

e

d

a

s

!

Y

e

l

l

a

t

a

m

b

i

é

n

.

¿

Q

u

é

h

a

c

e

s

c

o

n

e

s

a

g

o

r

d

a

?

¿

P

o

r

q

u

é

n

o

m

e

l

l

a

m

a

s

a

m

í

?

¿

P

o

r

q

u

é

a

h

o

r

a

t

e

v

a

s

c

o

n

o

t

r

a

z

o

r

r

a

y

p

a

s

a

s

d

e

m

í

?

A

h

o

r

a

e

s

t

o

y

l

l

o

r

a

n

d

o

.

N

o

q

u

e

r

í

a

l

l

o

r

a

r

.

¿

V

e

s

l

o

m

e

q

u

e

h

a

c

e

s

?

T

ú

m

e

d

e

c

í

a

s

q

u

e

m

e

q

u

e

r

í

a

s

y

a

h

o

r

a

,

¿

c

ó

m

o

v

o

y

a

c

r

e

e

r

t

e

?

S

i

e

m

p

r

e

h

a

c

e

s

l

o

q

u

e

t

e

d

a

l

a

g

a

n

a

y

n

o

t

i

e

n

e

s

e

n

c

u

e

n

t

a

m

i

s

s

e

n

t

i

m

i

e

n

t

o

s

.

E

r

e

s

d

e

l

o

p

e

o

r

.

N

o

p

u

e

d

o

d

e

j

a

r

q

u

e

m

e

s

i

g

a

s

h

a

c

i

e

n

d

o

e

s

t

o

.

T

e

v

a

s

a

a

r

r

e

p

e

n

t

i

r

.

Ir a la siguiente página

Report Page