end

end


Achei entre escombros de lembranças um texto raro, uma nota do André do passado ao André do futuro. André futurista que estaria sentindo muito, confuso e até com rancor do passado eu. A nota é sobre um dos temas que mais tem me recorrido a escrita, afinal escrevo sobre coisas que não estão bem.

Cito um trecho que me encheu de luz sobre o motivo do término.

“é só questão de silêncio.

e sei q

quando eu estiver quieto definitivamente

vou

sentir saudade de barulho

do teu

barulho

mas

escolhi o meu silêncio.”


Nem lembrava qual era o motivo de eu ter decidido o que queria, mas tá aqui. Eu sabia que iria esquecer o momento de decisão e me pus a anotar o recado para o futuro eu que hoje lê, reflete e escreve.

Aproveitando o tópico em aberto, abordo outro ponto.

Traí.

Mas ainda ecoa na minha cabeça o motivo.

Olho para trás e não vejo falta de nada que me levaria a tal ação, tampouco vejo qualquer sinal de desgosto pela mulher que me acompanhava na dada época (afinal, ela foi a materialização dum ideal meu que já havia aceitado que nunca se materializaria). Não foi por tesão, não foi por maldade contra ela, não foi por motivos convencionais. Hoje vejo que foi por vaidade do ego, tanta vaidade que nem percebi. Se tivesse percebido não deixaria as conversas escancaradas e muito menos o celular com senha na mão de quem não deve ver.

Atos feitos, perdões consumados. A história acabou ali, quando precisei do meu silêncio.

Minha última palavra desse curto, porém intenso e saudoso relacionamento virá em forma de vídeo.

Em breve. 

Report Page