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não sei exatamente explicar o que há em você, @, que monopoliza tanto minha percepção. certamente vai além do tom amendoado macio da sua pele. não que ele não fosse suficiente mas existe mais. bem mais.

toda vez que nossas atenções se cruzam, desvio pro laptop pra não te constranger. mas há alguma coisa efêmera no seu jeito de olhar, uma alegria triste que me cativa e emudece. hoje você passou umas três vezes por mim, de blusa laranja, em lugares diferentes do campus. e eu vejo um estranho ar claustrofóbico e poético em sua eurritmia, como se você atravessasse o espaço com urgência torrencial e até certa obstinação feérica, inadvertida. e eu olho pra mim, protejo com hermetismo as abotoaduras e penso: será que ele tem consciência da beleza e da força que ele carrega?

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