Chapter 1.

Cruzaram a cidade em silêncio, apesar de parecer que tinham muito a dizer um para o outro — e de fato tinham — o rapaz sabia que se abrisse a boca discutiriam novamente e na verdade ele estava completamente exausto. Preferiria mil vezes que algum motorista aleatório o tivesse levado, mas claro que o velho queria garantir que ele não fugiria ou coisa do tipo. Na verdade, estava genuinamente surpreso por serem apenas eles dentro veículo. Pelo banco de trás, observava as ruas francesas através do fumê, com "better off dead" explodindo nos fones.

Mal podia esperar pra sair do carro, então assim que estacionaram, Amber tentou abrir a porta. — travada... — murmurou entre dentes, soprando um riso descontente. — pensou que eu ia pular do carro em movimento? — agora que havia dito em voz alta, até que não parecia a pior das idéias.

— Ambrose é hora de parar. — o mais velho ainda virado para o volante tinha uma voz firme. — é hora de parar de aceitar quem você é. Aceitar que você tem responsabilidades, você tem um dev-

— Aceitar? Você tá querendo falar de aceitação comigo? É SÉRIO? — o interrompeu, aumentando o tom de voz e depois explodindo em uma risada ácida. — o grande papai que não aceita seu filho "meio bicha" quer falar de aceitação. Quer um microfone pra dar essa palestra?

Forçou a porta mais uma vez, tentando manter o pouco do controle que ainda tinha. Assim que conseguiu sair do carro escuro, bateu com força na mala, vendo o pai deixar o veículo e abrir o compartimento antes disso.

— Pare de tentar dar uma de "pobre menino rico", eu não te criei pra isso.

— Você não me criou... — respondeu, pegando os poucos pertences trazidos em três malas e uma mochila. — eu paro quando você parar de tentar ser um pai e realmente se tornar um, que tal?

Ficou parado diante dele, o vendo entrar no carro. Mirou o horizonte até que ele desaparecesse depois dos portões e se permitiu um suspiro profundo, se dirigindo ao que agora chamaria de lar.