Ali.

Ali.


I am a man who walks alone...


Destino é só um pedágio, um trevo, uma placa.
Ele não é nada sem a jornada. O destino te leva para outra jornada. Ele é o ponto onde um caminho só leva a outro caminho.
E eu tenho que ser a jornada, andar nela é vivê-la. Um caminho só é de verdade quando a gente se torna ele. 

Eu gosto de andar sozinho. Eu ouço o som dos meus passos e sei que estou bem acompanhado. Os meus passos pulsam porque eu não ando só com os pés. Assim dá pra saber quem está junto, quem nunca esteve, quem ficou pra trás, ou quem foi pra outra estrada. No final dos passos, todo mundo está lá. Esteve em cada pulso.

E eu gosto de mudar de caminho, de mudar de ideia, respirar novos ares, ser uma nova água para o mesmo rio. A jornada é muito longa, não tem como ser a mesma. E quando eu ando por ela eu não tenho como ser o mesmo que eu fui a dois pulsos atrás.

Eu me torno a jornada pelas virtudes do caminho, pelos problemas da estrada, pelas rotas de fuga, por me acidentar, machucar, pelo fazer e pelo errar.
Não pode ser de outra forma, porque eu não posso ser menor que a vida que me cabe, ou ela cai de mim. 

Ser maior que a vida é nunca morrer. Morrer é só sair de uma estrada e ir para outra. É se tornar uma outra jornada, uma outra coisa e uma outra vida.

E continuar maior que ela.

Eu não sei andar em um caminho sem virar esse caminho. E pra quem é assim toda mudança de rota é uma morte, porque outras rotas são só renascimentos.
Quando a gente muda o caminho a gente é maior que a vida. E aí nunca, nunca morre. E nunca mais é o mesmo. E aí nunca acaba, não importa quantas rotas formem essa jornada. Não ser o mesmo é sempre ser maior que a vida.

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