Painel S.A.: Dona do Tremidão inova com estimuladores e já faz até camisinha de jambu

Painel S.A.: Dona do Tremidão inova com estimuladores e já faz até camisinha de jambu

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A paraense Tatiana Sinimbu achava que passaria a vida restaurando igrejas. Arquiteta de formação, também pensou em fazer móveis regionais para vendê-los na TokStok. Com a crise de 2015, mergulhou na fabricação de conservas de flores de jambu e, dali, chegou ao Tremidão, um concentrado que entrou na fila das exportações da Apex, a agência de promoção de produtos genuinamente nacionais.

A empresária Tatiana Sinimbu, criadora do Tremidão Sinimbu - Divulgação

O produto já tinha pegada sexual?
O tremor do jambu está na flor. Por isso, fiz a conserva. Mas fiquei pensando a melhor forma de transportá-lo, porque a manipulação retira a propriedade. Aí, cheguei ao concentrado, que é o Tremidão. A ideia inicial era usá-lo em drinques, mas as pessoas começaram a passar nas partes íntimas.

Oi?! Não arde? [Risos].
Sempre achei que passaria a vida dentro de igrejas. Sou arquiteta com pós em restauro. Então, quando [o reboliço com o Tremidão] começou, decidi fazer um mestrado em engenharia química. Descobri que o jambu é um vasodilatador. Ele dá uma leve retardada na ejaculação, aguça papilas gustativas, faz você ficar salivando. Então, proporciona um sexo oral muito bom e, lá embaixo, estimula a lubrificação. No caso da mulher, funciona ainda como um vibrador líquido natural.

Como se tornou conhecida?
Como arquiteta, eu tinha feito a casa da Gabi Amarantos e o meu produto foi parar no [programa de TV] Saia Justa. Depois, no Pequenas Empresas & Grandes Negócios. A coisa foi crescendo. O estilista Ronaldo Fraga se apaixonou tanto pelo produto que acabou fazendo a logomarca. Ele me fez ver o potencial do negócio.

É como a borracha?
Belém já foi uma Paris por causa da borracha. E, de repente, levaram nossa borracha, e tudo acabou. Com o cupuaçu e o açaí está ocorrendo a mesma coisa: corre o mundo sem que as pessoas saibam de onde saiu. Minha missão é levar o jambu e tremer o mundo.

Já patenteou o Tremidão?
Nem vou. Na hora de registrar, você abre seu segredo. Se eu contar como fiz, alguém vai adicionar duas gotas de canela e sairá da minha receita. Muitos me falam que só estou nesse mercado porque o pessoal tenta copiar, mas não consegue. Mas fiz outros produtos à base de jambu que vou patentear.

Quais?
Camisinha. Foi o resultado do meu mestrado pela Universidade Federal do Pará. E funcionou. Mas é muito difícil de colocar no mercado, porque é bem complexo de fabricar.

E você pensava em restaurar igrejas… [Risos]
Pois é. Consegui me incubar dentro da faculdade com o dinheiro do prêmio que eu ganhei. Montei o laboratório e continuamos com as pesquisas.

Como pretende ganhar escala?
Me inscrevo em todos os editais de financiamento de pesquisa que vejo pela frente. Preciso de cerca de R$ 600 mil para ampliar o laboratório e aumentar a capacidade de produção e comprar uma liofilizadora, máquina para desidratar o jambu.

Mas você já vende para outros países.
Sim, mas tenho um limite de produção.


Raio-X | Tatiana Sinimbu

Abandonou a arquitetura e se tornou mestre em engenharia química após o sucesso da Jambu Sinimbu, empresa que fundou em 2016, com apenas R$ 300. Em 2022, foi a vencedora do programa "Mulheres Inovadoras", uma iniciativa da Finep e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e foi selecionada para o programa Inova Amazônia Brasil-Alemanha, que promove negócios inovadores em bioeconomia.

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