A Prática faz o Mestre

A Prática faz o Mestre

Samej Spenser

Introdução

Na segunda quinzena de dezembro de 2016, recebi pelo correio um livro que me foi enviado de presente por um amigo querido, e, além de ser um dos presentes que mais gosto de receber (livros 😍😍😍), o livro que recebi é um que eu já estava com muita vontade de ler, pois é a sequência de um dos meus livros de cabeceira, — Os Quatro Compromissos, o livro da filosofia Tolteca, de Dom Miguel Ruiz. Aí abaixo você pode conferir uma foto que publiquei no Instagram sobre o livro em questão! 😉 


O Quinto Compromisso: Um guia prático para o autodomínio

Acontece que, durante a leitura, um trecho me chamou a atenção por estar congruente com o que eu ensino para meus clientes nos atendimentos hipnoterápicos, e para todos aqueles que queiram iniciar o estudo da hipnose em si (e que também é válido para todo e qualquer novo aprendizado/habito)! Estou falando da prática!

Muita gente acredita que só por (eu e/ou outros profissionais da área) ser hipnoterapeuta, por utilizar(mos) a hipnose como principal ferramenta terapêutica, o cliente não precisará fazer nada além de pagar o trabalho do profissional e escutar o que ele tem pra dizer durante as sessões. Como se a hipnose fosse resolver o problema num passe de mágica. Ledo engano.

Outro equívoco que geralmente acontece, é o cliente acreditar que por estar utilizando a hipnose em algum processo, seu subconsciente resolverá tudo, pois foi “programado” através da hipnose para tal. Porém, esse cliente esquece-se que é preciso praticar, conscientemente, tudo aquilo que foi falado, combinado e/ou “programado” durante a sessão terapêutica.

Vou deixar o autor falar sobre a prática e, em seguida, abordo mais um bocado sobre a equivalência com a prática clínica.

7. A prática faz o mestre

O quarto compromisso: Sempre dê o melhor de si

 Quando você estiver pronto para mudar de vida, quando estiver pronto para mudar suas convenções, a coisa mais importante é a consciência. Você pode mudar suas convenções se não estiver consciente daquilo que gosta e não gosta. Como você pode mudar qualquer coisa se não estiver sequer consciente de que deseja mudar? Mas é mais do que ser apenas consciente. A prática é que fará a diferença, porque você pode ter consciência, mas isso não significa que sua vida mudará. A mudança é resultado da ação; é o resultado da prática. A prática faz o mestre.Tudo o que você aprendeu foi por meio da repetição e da prática. Você aprendeu a falar, a andar e até mesmo a escrever por meio da repetição. Você é um mestre no discurso de sua língua porque praticou. E essa é a mesma maneira pela qual você aprendeu todas as crenças que comandam sua vida: pela prática. A forma como você vive sua vida neste exato instante é o resultado de muitos anos de prática.
Durante sua vida inteira você praticou, em todos os momentos, se tornar aquilo que acredita ser agora. Praticou até que isso se tornasse automático. E quando você começa a praticar algo novo, quando muda o que você pensa ser, sua vida inteira começa a se transformar. Se você praticar ser impecável com a sua palavra, se não levar nada para o lado pessoal, se você não tirar conclusões, conseguirá romper com milhares de acordos que lhe deixam encurralado em um sonho do inferno. Em pouco tempo, o que você concorda em acreditar passará a ser a escolha de seu eu autêntico, e não a escolha da imagem própria que você pensava ter.
O primeiro compromisso, seja impecável com sua palavra, é tudo de que você precisa para criar uma bela vida. Ele vai levar você até o paraíso, mas talvez você precise de apoio para esse compromisso. Quando você não leva nada parar o lado pessoal, quando não tira conclusões, pode imaginar que é mais fácil ser impecável com sua palavra. Quando você não tira conclusões precipitadas, é mais fácil não levar nada para o lado pessoal e vice-versa. Quando você não leva nada para o lado pessoal e não tira conclusões, está respaldando o primeiro compromisso.
Os primeiros três compromissos podem parecer difíceis, até impossíveis, de se executar. Mas, acredite em mim, não é impossível, mas tenho de concordar que é difícil, porque nós praticamos exatamente o contrário. Durante a vida inteira, nós praticamos acreditar na voz que está em nossa cabeça. Mas aí vem o quarto compromisso, e esse é fácil. Esse é o compromisso que faz todos os outros serem possíveis: Sempre dê o melhor de si. Você pode dar o melhor de si e pronto. Nada mais, nada menos. Apenas dê o melhor de si. Dê. Parta para a ação. Como você pode dar o melhor de si se não partir para a ação?
Sempre dê o melhor de si é o compromisso que todos podem realizar. O seu melhor é, na verdade, a única coisa que você pode fazer. E o melhor de si não significa que às vezes você dá 80% e, noutras, 20%. Você está sempre dando cem por cento — essa é sempre sua intenção —, só que o seu melhor estará sempre mudando. De um momento para o outro, você nunca é o mesmo. Você está vivo e mudando o tempo todo, e o seu melhor está sempre mudando de uma hora para outra.
O seu melhor vai depender de você estar se sentindo fisicamente cansado ou descansado, de como você se sente emocionalmente. O seu melhor vai mudar ao longo do tempo, e, à medida que você mantiver o hábito de praticar os Quatro Compromissos, o seu melhor vai ficar cada vez melhor.
O quarto compromisso permite que os primeiros três se transformem em hábitos profundamente arraigados. A repetição e a prática farão de você um mestre, mas não espere dominar esses compromissos logo de cara. Não espere ser sempre impecável com sua palavra, nunca levar nada para o lado pessoal ou que nunca vá tirar conclusões. Os seus hábitos estão arraigados com muita força na sua mente. Apenas dê o melhor de si.
Se você não conseguir cumprir um dos compromissos, faça-o outra vez. Recomece amanhã e de novo no dia seguinte. Continue praticando e praticando. A cada dia ficará mais fácil. Ao dar o melhor de si, os hábitos de fazer mau uso da palavra, levar as coisas para o lado pessoal e tirar conclusões precipitadas enfraquecerão e se tornarão menos frequentes com o tempo. Se você continuar agindo para mudar seus hábitos, isso vai acontecer.
E vai chegar a hora em que todos os quatro compromissos se tornarão um hábito. Você não precisa nem tentar. Já é automático, não precisa de esforço. Um dia, você descobre que está comandando sua própria vida com os Quatro Compromissos. Você é capaz de imaginar sua vida quando eles se transformarem em um hábito? Em vez de lutar com conflitos e dramas, sua vida inteira ficará bem mais fácil!
 
O Quinto Compromisso, Capítulo 7, pp. 83-86.

O livro em si não tem nada relativo diretamente à hipnose. Na minha visão, no meu mapa, este livro é como um manual para uma vida de felicidade e bem-estar. Como diz o subtítulo do livro: “Um guia prático para o autodomínio”!

Acredito que posso traçar um paralelo com a prática da hipnose; até mesmo, com o aprendizado da hipnose.

Particularmente, acredito que estar em transe hipnótico por si só não traz resultados. Se assim fosse, sempre que estivéssemos “viajando na maionese”, “pirando na batatinha”, “no mundo da Lua”, ou ainda, “pensando na morte da bezerra”, teríamos respostas, soluções e atingiríamos as metas e objetivos mais facilmente do que o normalmente. Logo, é preciso um pouco mais do que apenas entrar/estar em transe (auto-)hipnótico, é preciso aprender a colocar em prática as sugestões adequadas para o que se pretende trabalhar. Sejam as sugestões utilizadas pelo profissional durante a sessão (hipno)terapêutica, sejam as sugestões que você mesmo definir para si num processo auto-hipnótico (leia este texto: Palavrinhas que nos sabotam no dia a dia).

Tanto para quem atua com a hipnose clínica, quanto para quem quer utilizar a hipnose para entretenimento e/ou para objetivos pessoais, é imprescindível que se tenha o hábito e a prática de pensar de forma objetiva, criativa, imaginativa e, acima de tudo, positiva! Hábito e prática requerem repetição constante, ação permanente.

Já sobre o aprendizado da hipnose em si, vejamos o que o autor espanhol Horacio Ruiz disse em seu livro “Guia Prático de Hipnose”:


Conclusão

Quantas coisas você deixou de lado, desistiu de concluir ou que está “empurrando com a barriga” pelo simples fato de não praticar?Aproveite o quarto compromisso da filosofia Tolteca, — Sempre dê o melhor de si —, e, aproveite também o ano de 2017 que se inicia em breve, e coloque em prática o que precisa ser feito para atingir seus objetivos. Seja você o agente de mudanças em sua vida!

Para isso, sugiro que leia (e pratique) o texto do amigo Antonio Azevedo:

 

Grande e forte abraço, (e em 2017, feliz ano todo)! 😉

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Observações

Para aqueles que não conhecem Os Quatro Compromissos da Filosofia Tolteca, segue um breve resumo:

1. SEJA IMPECÁVEL COM A SUA PALAVRA

Fale com integridade. Diga apenas aquilo em que acredita. Fuja de fofocas e de comentários negativos. Use o poder da sua palavra em direção da verdade e do amor.

2. NÃO LEVE NADA PARA O LADO PESSOAL

Nada que os outros fazem é por sua causa. Aquilo que os outros dizem e fazem é uma projeção de suas próprias realidades, de seus próprios sonhos. Quando você se torna imune às opiniões e ações alheias, não será vítima de sofrimentos desnecessários.

3. NÃO TIRE CONCLUSÕES

Crie coragem para fazer perguntas e expressar o que você realmente deseja. Comunique-se com os outros o mais claramente possível para evitar mal-entendidos, tristeza e drama. Com apenas esse compromisso você pode transformar sua vida por completo.

4. DÊ SEMPRE O MELHOR DE SI

O seu melhor mudará de instante para instante; ele será diferente nos momentos de saúde e nos de doença. Sob qualquer circunstância, simplesmente dê o melhor de si, e você evitará autojulgamento, autoabuso e arrependimento.


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